Arquivos Urbanismo - Página 7 de 92 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Urbanismo

Pernambucano conta como tem enfrentado o drama de Porto Alegre

*Por Rafael Dantas O pernambucano Guilherme Alcântara, 42 anos, mora há 18 anos na capital gaúcha. O arquiteto de software deixou uma das grandes empresas do Porto Digital por uma oportunidade profissional no Sul do País. Apaixonou-se pela cidade, tão bairrista quanto o Recife. As chuvas intensas que paralisaram o Rio Grande do Sul e assombraram o País não chegaram na sua casa, mas mudaram muito a rotina. A falta de água, energia e internet dos primeiros dias já passou. Ele conta que a vida está aos poucos voltando ao normal nos bairros que estão em regiões mais altas ou médias de Porto Alegre. Mas enquanto as águas não deixam a cidade na região mais baixa, o clima é de desânimo, sabendo que muita gente perdeu tudo. “A situação é parecida com a da pandemia. A gente está muito em casa, procuramos não sair. Até porque, com essa enchente, de certo modo, tem mais perigo na cidade, que está meio que sem lei”, afirma Guilherme. Com as forças policiais focadas nos resgates e monitoramento das áreas de risco, ele conta que os assaltos aumentaram. “Claro que a gente sente falta de sair um pouco de casa, mas quando a gente sai e vê a situação que está a cidade, é triste. Estou aqui há 18 anos, é difícil ver o lugar que me acolheu, com seus pontos turísticos, nessa situação”. Ele informa que conhece muitas famílias que moram em Canoas ou em bairros que estão submersos. O que aumenta o impacto emocional da travessia dessa tragédia que acometeu não apenas a capital, mas muitos municípios do interior. “Pessoas próximas perderam tudo. Você perde o chão numa situação dessas. Tenho amigos em cujas casas as águas subiram até o segundo andar”. Mesmo nas regiões não afetadas, a proximidade de ruas que precisam ser atravessadas a barco é uma realidade. “As pessoas estão comprando menos, consumindo menos, tanto por terem perdido muita coisa, como também por não ter nenhum clima. Vamos ao shopping, por exemplo, apenas para uma atividade essencial”, exemplificou. O futuro de Porto Alegre é uma grande interrogação. Guilherme afirma que não tem ouvido muito ainda sobre isso, porque o momento ainda é de atenção aos milhares de desabrigados. Pelas regiões afetadas, ele acredita que as políticas públicas seguirão na direção de promover contenções e evitar outras tragédias, mas não de grandes deslocamentos da população para outras áreas. Mas essa é uma possibilidade que passa a ser cada vez mais comum nas grandes cidades do Brasil e do mundo quando enfrentam um evento extremo das mudanças climáticas.

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Derby é um dos bairros mais valorizados no mercado imobiliário do Recife

Área central da capital pernambucana vem sendo redescoberta pelo mercado e pela população como um ótimo lugar para moradia O mercado imobiliário está redescobrindo a área central do Recife. O bairro do Derby e o entorno na Boa Vista, próximos à Rua Dom Bosco, têm recebido novos empreendimentos de moradias que combinam praticidade com boas ofertas de serviços e vantagens geográficas. O bairro serve como ponto de partida para as zonas Norte, Sul e Oeste, possui ampla oferta de transporte público e está no centro de mercados, hospitais, universidades e comércio tradicional da capital pernambucana. Esses atributos têm sido reconhecidos pelo mercado. Uma pesquisa do Índice Fipe ZAP divulgada em abril deste ano mostrou uma valorização de 20,5% no preço médio de venda de imóveis residenciais no bairro do Derby. Nos últimos 12 meses, a capital pernambucana teve uma valorização de 7,52% no preço médio de venda de imóveis residenciais. O preço médio do metro quadrado na cidade é de R$ 7.806 em março de 2024, variando de acordo com os bairros. O Índice Fipe ZAP de Venda Residencial monitora a variação do preço médio de apartamentos prontos em 50 cidades brasileiras, incluindo 16 capitais, com base em anúncios na internet. Analisando a variação de preço entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023, os bairros com maior variação foram Derby (40,6%) e Boa Vista (38%). No último ano, o Derby foi o bairro que mais se valorizou, registrando uma alta de 20,4%, superando bairros como Madalena (13,3%) e Campo Grande (12,5%). Os empreendimentos da incorporadora MaxPlural ilustram bem esse movimento do mercado imobiliário recifense. A empresa foi uma das primeiras a lançar um residencial na área. O Max Derby Boulevard será entregue em junho próximo, com 100% de suas unidades vendidas em apenas 70 dias. Lançado em 20 de junho, o valor para compras na planta era de R$ 159 mil (aproximadamente R$ 6.500/m. Recentemente, uma unidade foi vendida por R$ 270 mil (aproximadamente R$ 11.000/m²), representando uma valorização de 69% de valorização em quatro anos, ou seja, mais de 17% ao ano. O mesmo caminho tem sido trilhado pelo segundo empreendimento lançado no mesmo quarteirão, o Max Derby Central, com 30% das unidades vendidas. “O nosso maior desafio é desenvolver produtos acessíveis aos nossos clientes de classe média, que sonham com a aquisição do primeiro apartamento. E dentro desta missão, buscamos oferecer diferenciais, que vão desde a localização e proximidade de serviços até um cálculo minucioso que simule uma parcela de financiamento factível para a renda de uma família típica desta faixa de clientes”, explica Bárbara Wigand - Superintendente Comercial da MaxPlural. 

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Governadora Raquel Lyra anuncia R$ 74,8 milhões para requalificação da PE-060

Rodovia dá acesso ao Litoral Sul de Pernambuco e ao estado de Alagoas Nesta terça-feira (14), a governadora Raquel Lyra anunciou a restauração da PE-060, a principal via de acesso ao Litoral Sul de Pernambuco. Com um investimento de quase R$ 75 milhões provenientes do estado, esta iniciativa visa beneficiar aproximadamente 418 mil residentes dos municípios abrangidos pela revitalização da estrada. Durante uma reunião realizada no Palácio do Campo das Princesas, a governadora detalhou o projeto aos prefeitos e deputados estaduais. Serão requalificados 85 quilômetros da estrada, iniciando na entrada da BR-101, no município de Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, e estendendo-se até a divisa com o estado de Alagoas. Entre os municípios que serão beneficiados com a melhoria da PE-060 estão Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, localizados na Grande Recife, além de Sirinhaém, Rio Formoso, Tamandaré, Barreiros e São José da Coroa Grande, na Mata Sul do Estado. A licitação para o início das intervenções deve ser concluída em até 90 dias. A execução da obra ficará a cargo do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), por meio da Secretaria de Mobilidade e Transporte (Semobi). Com um investimento total de R$ 74.831.789,41, a revitalização contemplará uma série de serviços, incluindo drenagem para prevenir pontos de alagamento na via, pavimentação e sinalização horizontal, vertical e turística. “A restauração da PE-060 é uma obra muito importante para o desenvolvimento econômico de Pernambuco, pois ela nos liga ao Porto de Suape e também faz parte da rota turística das praias do Litoral Sul. Hoje nos reunimos com deputados e prefeitos da região para apresentar o projeto e colher sugestões para que possamos trabalhar a urbanização, permitindo um melhor acolhimento de moradores e turistas. O orçamento de cerca de setenta e cinco milhões para as obras está garantido", ressaltou Raquel Lyra.

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Saneamento Rural em Pernambuco receberá R$ 48 milhões do PAC Seleções

O Novo PAC Seleções destinou 418 milhões para os projetos do eixos Água para Todos e Cidades Sustentáveis e Resilientes em Pernambuco. Os projetos para obras de saneamento rural vão receber cerca de R$ 48 milhões, que vão financiar a construção de sistemas simplificados de abastecimento em comunidades rurais das cidades de Bezerros, Caruaru, Betânia, Cabrobó, Vitória de Santo Antão, Jataúba, Petrolândia, Tupanatinga e Palmares. Os sistemas simplificados emergem como a solução ideal para atender às necessidades de abastecimento em áreas rurais. Com estruturas mais compactas do que os grandes sistemas, eles não apenas reduzem custos, mas também encurtam o tempo de construção. Tipicamente compostos por uma estrutura de captação de água, adutora, estação de tratamento e rede de distribuição, esses sistemas têm demonstrado eficácia notável. Neste ano, um total de 12 sistemas simplificados de abastecimento foram implementados, todos situados no Sertão do estado. Essas iniciativas têm impactado cerca de três mil famílias, representando um investimento conjunto de aproximadamente R$ 24,6 milhões. Essa medida não apenas melhora a qualidade de vida nessas comunidades, mas também fortalece a infraestrutura hídrica em áreas historicamente desfavorecidas. Almir Cirilo, secretário de recursos hídricos e saneamento do estado “Investimento no saneamento rural é um esforço que foi definido pela nossa governadora, de trabalhar pra que a população mais desassistida das áreas rurais seja abastecida de água. Recebemos com muita alegria o resultado do Novo PAC, mas este é um esforço que requer muito mais recursos. Por isso, temos trabalhado com a perspectiva de acessar outras fontes de financiamentos – nacionais e internacionais – para dar escala a esse processo de começar enfim a trazer a cidadania para o povo que reside na zona rural do nosso estado, que nunca foi enxergado da forma que merece, tendo garantido seu direito de acesso a água”. Pernambuco tem cerca de dois milhões de pessoas vivendo em áreas rurais, onde a distribuição per capta de água é muito baixa. As regiões do semiárido do estado representam 89% de seu território e contam com apenas cerca de 20% da água disponível.

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Morêdas inaugura a primeira galeria de rua do Estado, no bairro de Setúbal

Serão 18 postes indicativos ocupando toda a Rua Almirante Tamandaré com obras de artistas de Pernambuco selecionados em chamamento público A Morêdas, marca responsável pela sinalização de vias da cidade com placas indicativas que agregam mensagens publicitárias, inaugura neste sábado, dia 11 de maio, a Galeria de Rua Jobson Figueirêdo. A iniciativa é a primeira do gênero em todo o estado e faz homenagem ao artista plástico Jobson Figueirêdo, responsável pelo design das placas da Morêdas e pela recente restauração do Parque da Esculturas, com obras nas quais trabalhou ao lado de Francisco Brennand. A Galeria funcionará de forma permanente durante os próximos 6 meses, com 18 postes indicativos ocupando a Rua Almirante Tamandaré. Os postes exibirão obras de 7 artistas de Pernambuco, selecionados em chamamento público. “É uma iniciativa pioneira que tem como objetivo dar visibilidade à produção artística local e promover bem-estar para a população através da fruição artística gratuita”, destaca Mário Morêda, diretor da Morêdas e idealizador da iniciativa. A população que passeia pela rua poderá ver e interagir com as placas, que conterão QR Code levando a informações sobre cada artista. Além disso, a Morêdas realizará um circuito de atividades no decorrer dos 7 meses de exibição, incluindo oficinas com artistas selecionados, oficinas de teatro ao ar livre e visitas guiadas. “Nossa proposta é dialogar com a cidade, promovendo a convivência e mostrando como a cultura pode contribuir com a paz social e o bom urbanismo”, afirma Mário. Para acompanhar as atividades e saber como participar das oficinas, as pessoas interessadas podem acompanhar o Instagram da Morêdas, onde as ações serão anunciadas: https://www.instagram.com/moredasnarua. Com larga experiência no mercado, a Morêdas tem investido em projetos de cuidado socioambiental e valorização da cultura pernambucana, e também ampliado o portfólio de produtos, ancorada no lema da “tradição que inova”.

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Praça Maciel Pinheiro, no Recife, é requalificada

No sábado (04), a Prefeitura do Recife concluiu mais uma etapa importante do Programa Tá Aprumado Praças, com a entrega da requalificação da Praça Maciel Pinheiro, localizada no Centro da cidade. As intervenções realizadas pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) fazem parte desse programa, lançado em agosto do ano anterior, que destinará R$ 60 milhões para revitalizar 120 espaços públicos em Recife. O objetivo é elevar a qualidade de vida dos cidadãos e fortalecer o senso de comunidade. A Praça Maciel Pinheiro é parte de um conjunto de quinze jardins históricos que contam com o renomado projeto paisagístico de Burle Marx. As recentes intervenções realizadas no local fazem parte de um plano mais amplo de requalificação desses jardins, visando valorizar e, sempre que possível, resgatar as propostas arquitetônicas e paisagísticas originais idealizadas por Burle Marx, que ao longo dos anos foram perdidas ou descaracterizadas. O projeto paisagístico para 2024 contempla a utilização de espécies arbustivas e forrações coloridas, com destaque para as ixoras nos canteiros que circundam o chafariz central, crinos com flores brancas e zebrina roxa nos dois maiores canteiros. Além disso, é possível encontrar na praça palmeiras tamareira-de-jardim (Phoenix roebelenii O’Brien) e sabal (Sabal palmetto), bem como ipê-roxos (Handroanthus heptaphyllus) e amendoeiras (Terminalia catappa) que emolduram o espaço. A requalificação também abrangeu a limpeza e restauração dos postes, do piso em pedra itacolomy, das bordas dos canteiros em pedra maciça, dos bancos no estilo "veneziano" e dos monumentos históricos, como o chafariz, uma obra do artista Antônio Moreira Ratto; a escultura de Clarice Lispector, parte do Circuito da Poesia; e o painel de cerâmica com uma frase do poeta recifense Eugênio Coimbra Júnior. Prefeito do Recife, João Campos “A Praça Marciel Pinheiro está totalmente reformada, com quase R$ 500 mil investidos. Lembrando que a gente tem uma ação de recuperação de jardins e praças na cidade inteira, um específico para as áreas que foram projetadas por Burle Marx e que são tombadas, a exemplo dessa. Além da recuperação urbanística que estamos fazendo, haverá também uma equipe permanente da Guarda Civil e da ação social da prefeitura. Aqui era uma área que estava muito vulnerável, crítica, com pessoas em situação de rua e a gente tem vários serviços que vão estar aqui presentes para poder direcionar cada pessoa para o serviço adequado. Nosso objetivo é poder preservar esse local como ele foi concebido e continuar fortalecendo o comércio da região”.

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Prefeitura do Recife entrega a 8ª Praça da Infância da cidade

Neste domingo (05), a Prefeitura do Recife inaugurou a oitava Praça da Infância da cidade, localizada na Rua Bela Vista, no Córrego do Morcego, em Dois Unidos, na Zona Norte. O espaço, construído em uma área antes subutilizada pela comunidade, recebeu um investimento total de R$ 736 mil, abrangendo infraestrutura, brinquedos e outros elementos. As obras foram realizadas pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb). Presente na cerimônia de inauguração, ao lado dos moradores locais, o prefeito João Campos ressaltou a importância da nova Praça para a comunidade. A Praça da Infância do Córrego do Morcego foi estabelecida em um espaço previamente subutilizado. O projeto visa otimizar essa área, não apenas para o benefício das crianças da comunidade local - o público-alvo do projeto da primeira infância - mas também para os demais residentes da região e os alunos da Escola Municipal Olindina Monteiro de Oliveira França. Inicialmente, foi realizado um levantamento técnico para avaliar a área a ser trabalhada e entender sua situação atual. Esse levantamento revelou a necessidade de melhorar os acessos existentes, com foco na melhoria das condições de aproveitamento do espaço devido aos desníveis presentes. João Campos, prefeito do Recife “Estamos inaugurando a oitava Praça da Infância do Recife. Aqui, há quase sete anos, houve uma fatalidade e, depois de conversar com as famílias, me comprometi em fazer desse lugar uma Praça da Infância. Hoje estamos entregando para a população um espaço com qualidade, feito ouvindo as pessoas”.

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O Recife, "de volta para o futuro" 3

Chegamos ao último episódio da trilogia relacionada aos 500 anos do Recife. Se você não acompanhou os dois primeiros, pode dar uma “espiadinha” (não é o BBB, tá? 🙂 nas duas edições anteriores e ler a coluna, para compreender melhor todo o contexto que permeia o assunto abordado. E, assim como prometemos na segunda parte, no mês passado, hoje vamos “fechar a conta”, concluindo esta “trilogia”, com uma dica de leitura, que contém todas as informações relacionadas ao projeto Recife 500 anos. Trata-se de uma coleção, lançada em fevereiro de 2022, que inclui os livros Recife 500 anos, Parque Capibaribe e, o que será tema desta coluna: Recife Drenagem Urbana. Consultar versões digitais pelo link: https://editora.cepe.com.br/catalogo/colecao-recife-500-anos Um trabalho realizado pela Cepe (Companhia Editora de Pernambuco), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e ODR (Observatório do Recife), com o objetivo de colaborar para ser referência e fonte de consulta, para qualquer um de nós, sobre a cidade. Particularmente, considero que este último pedaço da trilogia é da maior importância para que possamos compreender melhor sobre as realidades com as quais já convivemos, atualmente, e cujas soluções precisam ser validadas, para chegarmos a 2037, lá nos 500 anos do Recife, com problemas mitigados ou até mesmo melhor administrados. E, a tendência é a de que, com esses aquecimentos sucessivos do clima no nosso planeta, o Recife seja a 16ª cidade no mundo inteiro mais suscetível às mudanças climáticas e ao aumento do nível dos oceanos. Mas, antes que você comece a acreditar que sou o cavaleiro do apocalipse, vou logo dizendo que tem jeito pra isso. E, passa pela drenagem urbana da cidade. O terceiro livro da coleção (veja a coleção toda) traz um diagnóstico, mostrando os obstáculos da nossa drenagem e as opções de solução. Com isso, espera-se colaborar para que essas informações e dados possam nortear a consolidação de um compromisso coletivo (meu, seu, nosso), com o futuro da nossa cidade. Algo que seja economicamente consistente, socialmente justo e ambientalmente sustentável, lá nos 500 anos, para a nossa querida “Veneza” brasileira. Bora ou Vamos? 🙂 A esta altura, você pode estar se perguntando: “e que realidades são essas?” Vou direto ao ponto. Falo sobre os clássicos (e crescentes) trechos de alagamento da capital pernambucana (e também da Região Metropolitana do Recife). Hoje, pode ser um dia de sol daqueles de “rachar” (hellcife) mas, se tivermos em períodos de lua nova ou cheia, com marés altas a partir de 2,5 cm, certamente, iremos encontrar ruas e avenidas literalmente alagadas em váaaarios bairros, né? Se for no inverno então (raincife), nem precisa falar. E, sabe por quê? Porque, desde a fundação, o Recife se instalou numa planície que era um estuário natural, a poucos metros acima do nível do mar, onde a cidade foi crescendo e ocupando terrenos baixos e alagados. Essa ocupação, sem um ordenamento, avançou, com o assoreamento dos caminhos de córregos e rios, com aterros sucessivos, que ampliaram as áreas de construção. O resultado está aí para darmos uma de Tomé e “ver para crer”. Uma vez, realizando um trabalho de faculdade, descobri que, no meio do prédio da Sinagoga Israelita, na rua do Bom Jesus, existe um muro de divisão com o rio, ou seja, dali para trás, tudo é aterro (os prédios do Banco do Brasil, TRF, TRT, e até da Prefeitura, ou seja, o Cais do Apolo inteiro). O Bairro do Recife é hoje 90% aterro e apenas 10% são do istmo original. Vá lá na sinagoga conferir. E creia! 🙂

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O direito de laje, o condomínio urbano simples e os meios para regularizar a informalidade

*Por Tereza Borba Com o adensamento populacional das cidades, associado ao escasso investimento público na produção de moradia e na regularização fundiária ao longo de décadas, são cada vez mais frequentes as tipologias habitacionais da laje e do condomínio urbano simples. Esse último, as vezes chamado de puxadinho, representa a iniciativa da família de construir, no mesmo lote, uma casa ao lado da já existente ou nos fundos, para acomodar a família que vai crescendo, ou como meio de subsistência, com a sua locação. A laje é mais visível, tendo em vista a verticalização das construções. Ambas são alternativas que restam para clamor das famílias inseridas nos números que representam o déficit habitacional, crescente a cada censo do IBGE. Estas tipologias passaram a ser reconhecidas por lei, tendo sido o direito de laje inserido no elenco dos direitos reais, a exemplo da propriedade, no Código de Direito Civil. O objetivo é tutelar a realidade não abrangida por lei anteriormente. A lei que regulamenta a regularização fundiária (lei nº 13.465/17) modificou a forma de parcelamento do solo, estabelecendo novas normas e procedimentos para, entre outras situações, regularizar tais tipologias, possibilitando a abertura de matrícula individualizada para cada imóvel, titulando as famílias ocupantes, perante o Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição imobiliária do imóvel objeto da regularização. Assim, essas situações existentes e consolidadas, que antes figuravam como um problema para a dita “cidade formal”, aquela regida pelas leis que estabelecem as regras de uso e ocupação do solo e os parâmetros urbanísticos para construir e regularizar os imóveis, podem agora ocasionar mais uma modalidade de licenciamento urbanístico na esfera dos órgãos municipais. Para tanto, a municipalidade precisa se preparar para atender essa grande demanda, prevendo um espaço na sua estrutura organizacional e, sobretudo, instalar capacidade técnica e operacional para proceder à análise e ao licenciamento. Com isso, será possível cumprir os requisitos para individualizar a matrícula e obter o registro no âmbito do cartório de imóveis. A abrangência dos instrumentos do direito de laje e do condomínio urbano simples não é específica da regularização fundiária, dessa forma, os imóveis já regularizados, que dispõem de matrícula na serventia registral, podem ser objeto de instituição dos instrumentos jurídicos citados, sendo passível de abertura de matrícula para cada unidade autônoma criada e realizada averbação do fato na matrícula existente. Nos casos das ocupações espontâneas e consolidadas, com maior concentração das situações aplicáveis à instituição da laje e do condomínio urbanos simples, é recomendável e mais ágil regularizar de uma única vez. Para isso, município deve delimitar a poligonal da área e instituir procedimento administrativo de REURB-S (regularização fundiária urbana de interesse social, aplicável às áreas ocupadas predominantemente por população de baixa renda) ou REURB-E (regularização fundiária urbana de interesse específico, aplicável aos casos da população não qualificada como baixa renda). Para o desencadeamento da REURB e o cumprimento das etapas estabelecidas pela lei nº 13.465/17, até a regularização plena, os Municípios precisam constituir uma equipe multidisciplinar, tendo em vista o próprio conceito contido na lei, a saber, a regularização fundiária consiste num conjunto de medidas sociais, jurídicas, urbanísticas e ambientais destinadas à incorporação desses imóveis ao ordenamento territorial urbano e à titulação de seus ocupantes. Com seus imóveis regularizados, as famílias passam a ter segurança jurídica, a garantia de direitos sucessórios e, querendo, podem ofertar garantias para acessar crédito perante os bancos públicos e privados para reformar suas casas ou criar seu próprio empreendimento. Tereza Borba é Advogada, especialista em regularização fundiária.

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Exposição em Realidade Aumentada "Expo Colorindo" chega ao Pátio de São Pedro

A mostra, aberta de 25 de abril a 31 de maio, inaugura a primeira exposição de arte em realidade aumentada em um espaço público no Recife. A iniciativa é fruto de um acordo internacional de cooperação mútua entre as cidades do Recife e Nantes (Da Prefeitura do Recife) Nesta quinta-feira (25), a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria Executiva de Inovação Urbana, inaugura a exposição "EXPO Colorindo - Arte Urbana e Conexões Territoriais em Realidade Aumentada" no histórico Pátio de São Pedro. A abertura terá início às 18h e contará com apresentações do Som da Rural, Batalha da Escadaria e Okado do Canal.  A mostra representa a primeira exposição de arte em realidade aumentada realizada em espaço público no Recife e é fruto de uma cooperação internacional entre a capital pernambucana e a cidade de Nantes, na França. Até 31 de maio, recifenses e turistas terão a oportunidade de explorar e apreciar cerca de 70 obras autorais de grafiteiros e grafiteiras locais ao som de "Pretos no Topo," da banda recifense Barbarize, por meio de uma plataforma de realidade aumentada. Cada obra é acompanhada de um texto descritivo com a biografia dos artistas nos idiomas português, francês e inglês, proporcionando uma experiência inclusiva e acessível a um público diversificado. Para acessar a exposição, os visitantes precisam baixar o aplicativo FANarZONE em seus smartphones, pesquisar "Colorindo o Recife", tocar em play e apontar a câmera do celular para visualizar a exposição georreferenciada no Pátio de São Pedro. Como parte da "EXPO Colorindo - Arte Urbana e Conexões Territoriais em Realidade Aumentada", o Programa Colorindo o Recife oferecerá uma oficina de graffiti para jovens a partir de 15 anos. A oficina será realizada no Núcleo da Cultura Afro-Brasileira, no Pátio de São Pedro, e ministrada por Adelson Boris nos dias 25 e 26 de abril de 2024. As aulas ocorrerão das 10h às 17h na quinta-feira e das 9h às 16h na sexta-feira, com módulos teóricos e práticos, culminando na pintura coletiva de um mural com temática afro. As inscrições podem ser feitas pelo link: bit.ly/oficinaexpocolorindo. Durante todo o mês de fevereiro, a "EXPO Colorindo - Arte Urbana e Conexões Territoriais em Realidade Aumentada" foi exibida no Boulevard Vincent Gâche, em Nantes, França, como parte da parceria entre as duas cidades. No Recife, a exposição integra uma série de intervenções urbanas do V.U.C.O. - Viver o Urbano Caminhando e Ocupando, projeto que busca resgatar o Centro do Recife e fazer com que as pessoas voltem a viver o coração da cidade. 

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