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O que rolou no Coquetel Molotov

Por Yuri Euzébio Em meio à recessão econômica enfrentada pelo país, o Festival No Ar Coquetel Molotov mantém sua relevância apostando forte em nomes da cena local ao mesmo tempo em que trouxe também artistas de força no cenário nacional. Reunindo milhares de pessoas no Caxangá Golf & Country Club, o evento começou de tarde e entrou pela madrugada, numa estrutura de três palcos, com espaço para alimentação e feira de produtos num ambiente que proporcionava certo conforto ao participante. Com uma programação eclética, que foi da ciranda até o bregafunk, passando pelo rap e pelo pop experimental, o festival abraçou os mais diferentes públicos em torno da música. Já no fim da tarde no palco Natura, a pernambucana Clarice Falcão apresentou seu mais novo trabalho “Tem Conserto”, que marca uma guinada eletrônica na carreira da cantora. A nova produção da artista envolve sintetizadores e beats numa nova roupagem que cativou o público, acompanhando tudo do início ao fim. Abrindo o palco principal, um dos shows mais esperados da noite, Mc Tha trazendo as músicas de seu “Rito de Passá”, um dos álbuns mais bem avaliados de 2019. Trazendo muita energia no palco, a paulista levou sua mistura dos elementos do funk à temática ancestral levantando o público presente. Ainda no início da noite, o palco Coquetel Molotov recebeu Lia de Itamaracá no show de estreia do seu mais novo álbum, “Ciranda sem fim”. Com uma banda azeitada, o patrimônio vivo de Pernambuco fez a plateia balançar, e logo se formaram várias rodas de ciranda na platéia. Era nítida nos olhos da cirandeira a felicidade em estar naquele palco entoando suas cirandas e alguns boleros que compõem seu cd. Ao final da apresentação, a rainha da ciranda foi aclamada pelo público. No palco Sonic foi possível presenciar a potência e a força de Bione, nome alçado das batalhas de Slam e que vem ganhando espaço na cena musical. Em uma das apresentações marcantes do festival, ninguém conseguiria notar que era a primeira apresentação da jovem cantando em um palco. Com músicas de seu primeiro mixtape “Saí da frente…”, a poetisa demonstrou que tem um grande futuro no meio musical e encheu de orgulho sua mãe que estava na plateia. Luiz Lins foi outro dos jovens pernambucanos que fez bonito, o músico de Nazaré da Mata foi o único a participar das duas etapas do festival (Belo Jardim e Recife). Acompanhado por uma banda, o que trouxe uma nova dinâmica para o seu som, o artista foi mais uma das gratas surpresas do festival. Com um vozeirão indefectível, o jovem desponta como um dos grande nomes da música pernambucana. A cantora Liniker estreou no Molotov com o show do seu prestigiado segundo álbum, “Goela Abaixo”. Em uma breve apresentação, a paulista demonstrou toda sua presença de palco e a potência da sua azeitada banda, Os Caramelows. Em um dos shows mais lotados do festival, a banda entoou boa parte de seu segundo CD, além de alguns hits do começo da carreira. Talvez o principal nome do evento, o rapper paulista Black Alien fez jus à expectativa de seu retorno ao Recife depois de cinco anos. A apresentação fez um apanhado da carreira do músico, com música dos seus três álbuns lançados, o celebrado Babylon By Gus – Vol I, o retorno com Babylon By Gus – Vol II até o sucesso do mais recente de Abaixo de Zero: Hello Hell. Gustavo Black Alien não decepcionou os fãs e fez uma das melhores apresentações do festival, com suas rimas ágeis e batidas frenéticas, o músico levou o público abaixo e prometeu voltar em breve. Convém registrar o pleno funcionamento do sistema de bares, é elogiável a organização do evento com a dinâmica da compra de fichas e da retirada funcionando de maneira rápida e sem burocracias. A acessibilidade também foi outro ponto de destaque, a quem portava alguma deficiência locomotiva fez-se o possível dentro do terreno do Caxangá Golf & Country Club. Do ponto de vista comunicacional, foi um show à parte dos intérpretes de libras presentes nos palcos Natura e Coquetel Molotov. Os profissionais traduziam com entusiasmo e graça as letras das músicas e com uma habilidade para acompanhar mesmo músicas com uma cadência mais rápida na velocidade, como as do rapper Black Alien. O encerramento do festival congregou música eletrônica em suas variações rítmicas. A programação envolveu novos e consagrados nomes da cena que vem em franco e exponencial crescimento.

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Netflix: no mês da Consciência Negra, produções que denunciam o racismo

Há fantasmas que insistem em assombrar a humanidade, um deles é o racismo, ainda tão real e presente na sociedade. Fantasma que, infelizmente, não se limitou ao passado manchado pela escravidão, está nas esquinas e estádios de futebol. Como forma de resistência ao preconceito e a discriminação racial, no dia 20 de novembro é comemorado em nosso país o Dia da Consciência Negra, data que homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo da luta dos negros escravizados no Brasil. Com frequência, filmes e séries tratam do assunto, denunciando e promovendo necessária reflexão. Em homenagem à data, indico três produções originais Netflix ligadas ao tema.   American Son   O longa American Son é baseado em uma peça homônima que fez grande sucesso na Broadway. Na história, Kendra vai a uma delegacia denunciar o sumiço do filho. Ela é tratada com desdém e preconceito pelo oficial responsável pelo atendimento, que faz perguntas baseadas em estereótipos como “qual apelido o garoto tem nas ruas”, se tem cicatrizes, tatuagens ou até dente de ouro. A questão racial e de gênero é potencializada quando o pai do jovem, Scott, chega ao local. Por ser branco e se apresentar como agente do FBI, é recebido de forma diferenciada. American Son denuncia o preconceito e discriminação, relacionados à questão de raça e gênero, ainda presentes nas relações familiares e nas instituições que deveriam proteger o cidadão. Kerry Washington, conhecida por protagonizar a série de Shonda Rhimes, Scandal, encarna Kendra. Steven Pasquale da série The Good Wife interpreta Scott.   Olhos Que Condenam   Em 1989, cinco adolescentes, quatro negros e um hispânico, foram acusados e, em seguida, condenados injustamente por, segundo os investigadores, estuprar uma jovem branca que corria no Central Park. Na época, Donald Trump, então magnata do setor imobiliário, atiçou a opinião pública com anúncios de página inteira pedindo a pena de morte para os acusados. O caso ficou conhecido como “Os Cinco do Central Park”. A minissérie Olhos Que Condenam, dirigida por Ava DuVernay, conta essa triste e revoltante história. A produção denuncia não só os maus tratos sofridos pelos adolescentes enquanto estiveram presos, como também o caminho difícil de ressocialização que muitos deles tiveram de trilhar durante a condicional. Fruto de um sistema que impossibilita uma segunda chance aos que passaram por alguma condenação. Ava DuVernay é conhecida por dirigir o longa Selma: Uma Luta Pela Igualdade, que acompanha os bastidores da marcha das cidades de Selma até Montgomery em 1965, liderada por Martin Luther King Jr. pelo direito de voto dos negros nos EUA.   A 13ª Emenda   “Um em cada quatro seres humanos com suas mãos nas grades estão presos na terra da liberdade.” Assim começa o documentário A 13ª Emenda, também dirigido por Ava DuVernay. A produção tem como pano de fundo o sistema carcerário americano e se baseia na 13ª alteração feita na constituição dos EUA, que tornou inconstitucional alguém ser mantido como escravo. Mostra que o texto deixou uma brecha: “exceto como punição por crimes”, o que possibilitou a prisão em massa de afro-americanos após o fim da Guerra Civil Amerciana. O documentário fala também sobre o polêmico filme O Nascimento de Uma Nação, de D. W. Griffith e a apologia que fez, na época, às atividades racistas do Ku Klux Klan. A 13ª Emenda foi indicado em 2017 ao Oscar de Melhor Documentário e ganhou o BAFTA, prêmio da Academia Britânica de Cinema e Televisão.  

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6 fotos da Rua da Imperatriz Antigamente

Uma das mais movimentadas vias comerciais do Recife, a Rua da Imperatriz, vive seus dias de crise, com muitas lojas fechadas. Seu nome completo é Rua da Imperatriz Tereza Cristina. Hoje a coluna Pernambuco Antigamente faz um resgate de algumas imagens bem bucólicas dessa via comercial, exclusiva de pedestres, que começa no pé da Ponte da Boa Vista e termina na Praça Maciel Pinheiro. De acordo com Lúcia Gaspar, da Fundaj, “curiosamente, a rua da Imperatriz Tereza Cristina mudou de nome três vezes. Em 1895, foi denominada Dr. Rosa e Silva. Passou para Floriano Peixoto. Finalmente, por meio da Lei nº 1.336, de 13 de março de 1923, voltou ao nome tradicional. De maneira espontânea, a população reduziu a sua denominação para Rua da Imperatriz, como é conhecida até hoje”. “Nos tempos áureos do cinema mudo, houve a inauguração do Cinema Helvética, em março de 1910. A novidade atraiu a população, tornando-se um grande sucesso na cidade. Posteriormente, se transformaria em Teatro e Café Conserto, recebendo várias companhias de comédia e teatro ligeiro que fizeram época. O prédio de nº 67, inaugurado em setembro desse mesmo ano, com fachada em estilo coríntio, sacadas, adornos e relevos preciosos, e sede do Sindicato dos Comerciários, ostentava no seu alto, uma estátua de Hermes-Mercúrio, a divindade clássica do Comércio”, afirmou Lúcia Gaspar no artigo Rua da Imperatriz Tereza Cristina / Recife – PE. . Rua da Imperatriz, em 1905 (Acervo Josebias Bandeira) . Rua da Imperatriz, em 1915 (Acervo Benício Dias) . Sem data Acervo Benício Dias . Rua Imperatriz, em 1880 (Acervo Benício Dias) . . Postal, com data de 1904 (Acerbo Josebias Bandeira) . . Postal datado em 1914 (Acervo Josebias Bandeira) . *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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Festival monta um grande arraial no Recife Antigo

Com a proposta de promover a cultura do forró além do período junino, o projeto “Casa do Forrobodó” monta um grande arraial na Av. Rio Branco, no Recife Antigo. O evento acontece nos dias 22, 23 e 24 de novembro, trazendo na programação quadrilhas, trio pé de serra, feira de artesanato e oficinas (de acordeon, cerâmica e gastronomia). A realização é da OMF Projetos de Eventos e Marketing, através da Lei de Incentivo à Cultura (Governo Federal), com patrocínio do Atacadão e apoio da Uninassau e Prefeitura do Recife. Segundo o produtor cultural Olívio Rafael, idealizador do projeto, a Casa do Forrobodó, na sua primeira edição, “surgiu com a ideia de resgatar e divulgar o forró tradicional, fortalecendo as raízes nordestinas e estreitar o relacionamento do público com o ritmo em outras épocas do ano”. De acordo com registros históricos, o forró significava, inicialmente, apenas a festa e local onde se realizava o arrastapé. Posteriormente, passou também a ser gênero musical e dança. Hoje, o forró abrange vários ritmos, como o baião, xote, xaxado, coco, quadrilha junina, samba rural, amazurca e rancheira. Para apresentar um pouco dessa cultura, a Casa do Forrobodó montará um grande palco, onde passará quadrilhas, atrações musicais e de dança. A expectativa da organização do evento é que 10 mil pessoas circulem durante os três dias do evento. Entre os grupos que estão na programação: Quadrilha Zabumba, Grupo Matulão de Dança (da Quadrilha Raio de Sol), Matutinho Dançante, Junino Fulejo, Trio Pé de Serra Balanço Danado e Vittor Ferrari. O evento contará também com decoração temática e espaço para sua feira de artesanato, que terá artesãos como Lucca Moda, confecção familiar e peças 100% algodão; Puro Verde, sabão artesanal e biocosméticos; Clara Moraes, design que utiliza técnicas de aquarela; Elizangela das Palafitas, que usa materiais reutilizáveis para criar réplicas em miniaturas dos barracos de papelão e madeira; Paula Carneiro, com peças produzidas a partir de materiais recicláveis; André Emerenciano, produtor de bijuterias artesanais; e Maria Caxiado, maquiadora profissional que vem com sua Estação do Glitter. OFICINAS – Paralelamente aos dias oficiais do evento, haverá ainda oficinas gratuitas. No próximo dia 7, Dulce Costa ministra oficina de cerâmica, no seu atelier, das 9h às 12h, na rua Luiz Guimarães, nº 95, Poço da Panela. A de acordeon será com Júlio Cesar Mendes, professor do Conservatório Pernambucano de Música, nos dias 20, 21 e 22/11, no Paço do Frevo (horário a confirmar). Já a de gastronomia terá 12 dias e abordará a reutilização de alimentos, como cascas. Será com a professora Kássia Nogueira, na Uninassau, sempre das 13h às 16h, nos dias 7, 8, 11, 12, 13, 14, 18, 19, 20, 21 e 22/11. As inscrições serão realizadas nos próprios dias e locais das oficinas. SERVIÇO | CASA DO FORROBODÓ Quando: 22, 23 e 24 de novembro de 2019 Horário: a partir das 17h, no dia 22, e das 14h, nos dias 23 e 24 Onde: Av. Rio Branco, no Recife Antigo Entrada franca https://www.facebook.com/casadoforrobodo/ https://www.instagram.com/casadoforrobodo/ PROGRAMAÇÃO Sexta-feira, 22/11 17h Feira de Artesanato 17h30 Trio pé de serra 18h Quadrilha Matutinho Dançante 18h40 Trio pé de serra 19h30 Quadrilha Junina Zabumba 20h20 Delta na Voz 20h50 Ian Padilha 21h30 Broz e Mais Uma 22h WS DO Revife 22h30 Lyllou Agora tem vez 23h00 Dan do Cantor 23h30 Reina e Agora Sábado, 23/11 14h Feira de Artesanato 15h Trio pé de serra 16h Quadrilha Junina Fulejo 16h50 15h Trio pé de serra 17h40 Quadrilha Raio de Sol 18h30 Projeto Hotnight 20h20 Vittor Ferrari 21h40 Willon o MLK do Macete na Vaquejada do Funk 22h10 Renan Atura ou Surta 22h40 Ch da Zo, Brabo D+ 23h10 Ronald e a Voz Chegou 23h50 Losk Diferenciado (dança) 00h20 Mercinho e agora tu quer (dança) Domingo, 24/11 14h Feira de Artesanato 15h Trio pé de serra 16hh Trio pé de serra 15h50 Grupo Matulão de Dança 16h30 Grupo de Teatro e Música Irmão Sheila 18h D’Breck 20h20 Grupo Cultural Garotas Dance 20h40 Leo Brilhante (dança) 21h Vittinho Pressão 21h30 Wagner Pressão SINOPES DOS ESPETÁCULOS Quadrilha Junina Zabumba, espetáculo Ressocialização de Presídios – Fundada em 2001, em Camaragibe (PE). Formada por profissionais com experiências em variados segmentos da arte e da dança, incluindo figurinistas, aderecistas, maquiadores, cenógrafos, coreógrafos e diretoria de arte cênica. Para a Casa do Forrobodó, levará sua última produção, o espetáculo que aborda a ressocialização nos presídios. Grupo Matulão de Dança, espetáculo Bumba meu boi bumbá – Criado em 2010, por integrantes da Quadrilha Raio de Sol (Olinda, PE), a fim de ampliar a atuação ao longo do ano. Vai apresentar o espetáculo Bumba meu boi bumbá, inspirado nas brincadeiras do boi, presentes em todo o Brasil nos mais diversos formatos e ciclos festivos. Apresenta de forma lúdica Mateus e Catirinas, o imaginário da morte e ressurreição do boi, além de figuras humanas e fantásticas, como Doutor Penico Branco, o Padre, a curandeira, a Ema, a Caipora, a Cobra e o Morto-carregando-o-vivo. A trilha sonora é composta por canções de Papete, Mestre Ambrósio, Hebert Lucena, Calango Aceso, Sa Grama e Aglaia Costa. Matutinho Dançante, espetáculo Coração – Com 33 anos de existência, a Matutinho Dançante é uma quadrilha mirim de Ibura (Recife, PE). Apresenta o espetáculo Coração, que fala de um garoto que sai gritando pra todo mundo que tem o coração mais belo da cidade, ele sai expondo o seu coração como se fosse algo surreal na cidade, e todos ficam admirados com o coração do garoto. O espetáculo fala sobre as dores do coração e amor, brincando com o imaginário. Quadrilha Junina Fulejo, espetáculo Felicidade – De Jaboatão dos Guararapes (PE). No espetáculo Felicidade, traz questionamento como “O que seria a felicidade?”, “Ter a sua vida traçada antes mesmo de nascer por alguém ou ir em busca da sua liberdade?”. Fugindo de um destino traçado ela encontra seu caminho através de estradas, a poeira a guiando pelo caminho da Felicidade. Sonhos realizados, mistérios desvendados, o verdadeiro amor encontrado. O projeto traz encenação das danças que levantam poeira, com

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5 praias de Pernambuco Antigamente

Em meio à crise do derramamento de óleo nas praias do Nordeste, fazemos hoje um post com imagens antigas de algumas das principais praias de Pernambuco que foram atingidas pelo crime ambiental. Destacamos na coluna de hoje as praias de Piedade, Boa Viagem, Ponta de Pedras, Gaibu e a Ilha de Itamaracá. Infelizmente, uma série de outros lugares paradisíacos também receberam as manchas de óleo. . Praia de Piedade . Praia de Boa Viagem . Ilha de Itamaracá . Praia de Gaibu . Praia de Ponta de Pedras

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Telas digitais revolucionam mídias nos shoppings

Um novo veículo de comunicação ganha corpo em Pernambuco. Não se trata da estreia de uma emissora de TV, rádio ou jornal. Mas sim de uma rede de telas digitais de altíssima definição espalhadas pelos principais shoppings da Região Metropolitana do Recife, faculdades e em empresas. Esses novos canais serão estruturados e geridos pela Videoporto – Mídia e Experiência. São novas plataformas de comunicação que se diferenciam dos tradicionais usos de publicidades estáticas que dominavam a mídia out of home. A tecnologia embarcada nos dispositivos digitais (paineis de led, videowalls, totens) possibilitam a veiculação de conteúdos bem mais atrativos, em cores vibrantes e movimento, e com total interatividade com o público. Além disso, toda a programação pode ser atualizada a qualquer momento e em tempo real. As telas da Videoporto já são uma realidade nos espaços de maior movimento em três tradicionais instituições de ensino superior do Recife: Unicap, Fafire e UniFBV onde já atingem um público circulante de 26 mil pessoas. Mas, a partir de novembro, a empresa dará um salto de alcance, entrando em três shoppings na Região Metropolitana, com totens digitais e videowalls (nove telas de 55 polegadas conjugadas). A empresa impactará um público de 3,3 milhões de pessoas por mês, somando os três shoppings. “Com essa ativação nos tornamos referência nessa atuação dentro dos shoppings no Estado. Estamos falando de uma operação que já começa grande, mas temos perspectiva de ampliá-la para outros centros, tanto no Recife como em outros Estados”, afirma Fernando Carvalho, sócio-diretor da Videoporto. Quem passear nos corredores do mall ou fizer uma parada para o lanche terá contato com esse sistema de comunicação digital fora de casa (DOOH, digital out of home). “Isso já é uma realidade no exterior e nos principais centros do País, como no Rio de Janeiro e em São Paulo. As antigas mídias estáticas foram substituídas por essas novas tecnologias. E essa novidade está chegando ao Recife”, afirma Davison Souza, também sócio-diretor da Videoporto . O trabalho da empresa nos shoppings inclui a estruturação desses canais, com a instalação das tecnologias, a comercialização das publicidades e a gestão do conteúdo. A Videoporto tem também a expertise de produção das peças para as empresas que desejam ser anunciantes, mas não criam internamente sua comunicação. De acordo com Davison, o uso da digital signage (sinalização digital) permite vários tipos de interatividade com o consumidor. “Hoje há lojas fora do Brasil em que o cliente compra roupas sem a necessidade de prová-las. Ele fica em frente a uma tela gigante, como um espelho, e a câmera lê o seu perfil físico. A coleção fica disponível no tablet. Ele vai tocar nas peças escolhidas e a projeção da roupa irá aparecer no corpo dele”, exemplifica. A possibilidade de inserção de QR Code nas promoções exibidas nas telas é outra forma de interatividade do canal com as pessoas. Ao mesmo tempo em que a Videoporto anuncia sua entrada no circuito dos shoppings centers, a empresa irá ampliar o tamanho da sua atuação nas faculdades em 2019. Passará das três operações atuais, para quatro ou cinco até o final do ano. Dessa forma, o alcance de público vai, praticamente, dobrar, atingindo 40 mil pessoas. Fernando ressalta que há a expectativa de assinar contrato com mais uma instituição em 2019, elevando o alcance em ambientes universitários para 50 mil pessoas por mês na Região Metropolitana do Recife. “Em 2020, pretendemos dobrar de novo de tamanho e chegar a outros Estados. Nossa proposta é consolidar o circuito universitário de telas digitais no Nordeste”, planeja. No caso da inserção dessas mídias no ambiente acadêmico, além da possibilidade de venda de anúncios e de realizar uma comunicação institucional, as faculdades e universidades têm ainda a possibilidade de fazer um uso pedagógico da plataforma. Na Unicap, por exemplo, as telas estão sendo usadas para exibir os conteúdos gerados pelos alunos do curso de comunicação. O terceiro campo de atuação da empresa são projetos especiais em ambientes corporativos. Escritórios, lojas, restaurantes, clínicas e salões de beleza já criaram com a Videoporto seus canais internos, com telas que ficam nas salas de espera ou nos espaços de maior circulação de clientes. “Atuamos em ambientes fechados onde há uma interessante audiência circulante. Nossa ideia é aproximar as marcas das pessoas com soluções digitais, levando mídia e experiência de forma customizada. Procuramos oferecer a maneira mais eficiente, atraente e rentável de propagar mensagens entre clientes, parceiros, consumidores e comunidades”, explica Davison. Ele afirma que a solução agrega tanto vantagens institucionais para as empresas atendidas – sejam shoppings, faculdades ou empresas em geral – como podem gerar uma receita acessória com a publicidade. O uso das telas para o endomarketing é outra alternativa de uso da tecnologia.

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Grau Técnico cresce no País e prevê dobrar o número de alunos

Enquanto o emprego está em crise no País, a preparação para o mercado de trabalho está em alta no Grau Técnico. A rede de formação técnica que nasceu na Avenida Conde da Boa Vista, em 2010, começou a franquear no ano seguinte e hoje está presente em 16 Estados, com 52 mil alunos. Com uma estrutura que contempla agências de encaminhamento dos formandos aos processos seletivos e cursos ajustados à rotina de quem precisa estudar e trabalhar, a empresa vive um momento de crescimento nas duas pontas: grande procura de novos estudantes e um avanço exponencial de novas franquias. A empresa foi inaugurada num momento de alta da economia pernambucana, nos anos áureos do avanço da industrialização do Estado. As turbulências no mercado, porém, passaram bem longe do Grau Técnico. “Surpreendentemente não sofremos com a crise. Com o índice de desemprego alto no País, ao trabalhar com educação, conseguimos suprir uma necessidade das pessoas, pois nossa proposta não é apenas oferecer formação profissional, mas, de fato, preparar e encaminhar os alunos para o mercado de trabalho por meio das agências de encaminhamento em todas as escolas”, afirma Carolina da Fonte, sócia-diretora do Grau Técnico. Ela divide a direção do negócio com os irmãos Ruy Porto Carreiro e Cristiana da Fonte. Neste ano entraram 12 novas unidades franqueadas da rede, totalizando 45 escolas em operação no País. Até dezembro serão mais 15 unidades. Para 2020, novas 70 unidades serão abertas. Não é uma expectativa. Esse número é de negócios já fechados. “Nossa pretensão é finalizar o ano de 2020 com 130 unidades, que já foram comercializadas e estão em obras ou em busca de imóvel”, afirma Carolina. Os números representam um aumento no faturamento em 2019 de 50%. Uma novidade do próximo ano é que a presença majoritária de franquias, hoje concentrada no Nordeste, passará a ser no Sul e Sudeste, que terá em torno de 60% das escolas em funcionamento da rede. Os Estados do Rio de Janeiro e de Santa Catarina receberão suas primeiras unidades e em breve no Grau Técnico do Brás, na capital paulista, passará a funcionar uma base de apoio para dar suporte aos associados dessas regiões, funcionando como uma sub-sede. Só o Estado de São Paulo, por exemplo, já dispõe de sete unidades. O valor inicial de investimentos dos franqueados é de no mínimo R$ 1 milhão. A diretora explica que na maioria das unidades não há apenas um investidor, mas são formados grupos de franqueados que assumem o negócio. Hoje são cerca de 100 franqueados. Com o aumento do número de escolas, a empresa projeta em 2020 praticamente dobrar o corpo discente atual, fechando o próximo ano com 100 mil estudantes em todo o País. “Percebemos que há uma demanda gigante não só causa do desemprego alto, mas porque a cultura dos estudantes vem mudando. Muitos alunos não estão indo diretamente para cursos superiores, mas passaram a optar por técnicos, por serem relativamente mais rápidos, com teoria e prática, além de um índice de empregabilidade muito maior, se comparados com as graduações”, afirma Carolina da Fonte. Atualmente a rede tem uma cartela de 24 cursos técnicos e a cada ano pelo menos dois novos ingressam na grade de oferta. As formações mais procuradas em todo o País são os cursos técnicos em enfermagem, em radiologia e em administração. Em 2019, a escola passou a formar técnicos em nutrição, em desenvolvimento de sistemas e em estética. Para o próximo ano, entrarão na grade pelo menos os cursos de saúde bucal e agronegócio. Para atender todo o alunado matriculado na instituição, trabalham atualmente 2,5 mil profissionais no Grau Técnico, em torno de 700 a mais do que no ano passado. Sem somar os instrutores que ingressarão na rede no próximo ano, Carolina fala que a franquia deverá contar com, pelo menos, mais 1,5 mil funcionários até o final do próximo ano. Em 2020 duas grandes novidades da empresa serão a inauguração da Faculdade Grau, com três cursos (administração, engenharia de produção e pedagogia) e a mudança da marca Nível A (empresa da rede com formações profissionalizantes que já possui 7 escolas e 4 mil alunos) para Grau Profissionalizante. Para a faculdade, a empresa está construindo um prédio na esquina Avenida Conde da Boa Vista com a Rua Dom Bosco, onde funcionava no passado o Colégio Panorama. Em alguns anos, já estão nos planos da marca a fundação do Colégio Grau. Com os novos contratos fechados e as inovações em curso, a rede prevê aumentar o faturamento em 60% no próximo ano. *Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais e assina a coluna Gente e Negócios no Algomais.com(rafael@algomais.com)

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PE na rota da alta conectividade

Os dados são o petróleo do Século 21. Essa é a perspectiva lançada por especialistas do mundo inteiro para o novo cenário da economia global que está sendo desenhado. Nesse contexto, o recente anúncio da vinda de uma rede de transmissão via cabos submarinos para o Recife, pela norte-americana Seaborn Networks, ganha relevância maior para a economia pernambucana. A nova infraestrutura, prevista para operar em 2021, reforça a competitividade do polo de tecnologia local ao colocar o Estado na rota mundial de tráfego de dados em alta velocidade. Há uma expectativa do poder público e de empresários de que essa operação abrirá o caminho para a atração da instalação de data centers no Recife. Tratam-se de centros que recebem servidores e equipamentos de armazenamento e processamento de dados. “O investimento foi de R$ 200 milhões feito pela Seaborn Networks e por um grupo de empresários pernambucanos. O Estado tem uma posição geográfica estratégica e favorável e a nossa expectativa agora é de virarmos um hub de data center”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Sdec), Bruno Schwambach, em reunião da Rede Gestão. O secretário disse que foram dois anos de negociação para concretizar esse empreendimento, que deverá entrar em operação no segundo semestre de 2021. Schwambach explicou que atualmente toda conexão do Nordeste e de alguns outros Estados do Brasil sobem para Fortaleza via terrestre, o que reduz a competitividade local. “Isso torna a conexão mais cara e de menor qualidade”. Atualmente a corporação norte-americana envolvida no negócio já realizou a instalação de 260 mil km de cabos ópticos submarinos pelo mundo. No caso do Recife, o trabalho será uma conexão de 500 quilômetros da costa pernambucana até um cabo submarino da empresa que conecta São Paulo e Nova Iorque (veja o gráfico na página ao lado). Essa conexão Brasil-Estados Unidos tem uma extensão total de 10,5 mil quilômetros, que foi fruto de um aporte de US$ 290 milhões. A Sdec informou que a velocidade de transmissão será de 12 Tbps (terabits por segundo) e a tecnologia a ser implementada será da multinacional de telecomunicações francesa Alcatel-Lucent. Silvio Meira, um dos idealizadores do Porto Digital, considera esse investimento uma das melhores notícias sobre infraestrutura de Pernambuco dos últimos anos. “Na prática, o Recife passa a estar no mesmo patamar de conectividade global de São Paulo e Nova Iorque. Entramos, agora, na primeira classe da internet mundial. Isso faz com que o Recife se torne um ponto estratégico na conectividade brasileira à internet global, começando a passar por aqui não só esse cabo, mas uma parte significativa das comunicações digitais e interações entre o Brasil e o mundo”. De acordo com o especialista, é possível comparar esse momento como uma espécie de abertura de “portos digitais” às nações do mundo. “Se olharmos lá para 1808, tivemos a abertura dos portos do Brasil para as nações amigas. O que estamos fazendo agora é uma abertura não só do Estado para o mundo inteiro, porque a internet é global, mas estabelecendo o Recife como um dos pontos centrais desta conectividade nas Américas”. Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, destaca que com a operação dessa infraestrutura, o Recife poderá receber data centers de grande porte. “Hoje os maiores do mundo são de empresas como Google, Facebook e Amazon. Temos data centers aqui, mas nenhum de grande porte. Com essa nova conectividade teremos a capacidade de atrair um de nível global”, ressaltou. Além da melhor performance da conexão para o Recife, que como um todo é ainda de baixa qualidade, Pierre Lucena, destacou o aumento do potencial de atração de grandes empresas para a cidade. “O impacto será grande. Hoje buscamos grandes players para o Recife, mas temos problemas com a conexão, já que temos uma rede com muita instabilidade. Uma parcela substancial das empresas a se instalar precisa de grandes data centers próximos”. O prefeito do Recife, Geraldo Julio, também destacou a importância do empreendimento para a competitividade do setor de serviços da capital pernambucana, que terá a capacidade de atrair empresas que dependem de comunicação direta com as Américas, Europa e Ásia. “O investimento mostra a força do nosso polo tecnológico e abre as portas para que possamos explorar todo o potencial do nosso setor de serviços modernos”. Para além do Recife, o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aluísio Lessa destacou que a melhoria no serviço de conexão deverá se estender para o interior. “O Governo de Pernambuco dispõe da rede de fibra ótica terrestre, com cerca de 1,2 mil km ligando o Recife a Araripina. Serão conectados 20 municípios-polo ao longo desse trecho, garantindo internet de alta velocidade de até 10 gigabytes. Com a chegada do cabo submarino, vamos interligar Pernambuco ao mundo”. *Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais e assina a coluna Gente e Negócios no Algomais.com (rafael@algomais.com)

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Inovações criativas modificam espaço urbano no Recife

*Por Rafael Dantas As cidades irão abrigar 70% da população mundial até 2054, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas. Para o Brasil, a expectativa que se desenha é que 92,4% dos habitantes vão morar nas zonas urbanas. Diante da concentração populacional nas metrópoles, buscar inovações que amenizem os desconfortos desse crescimento é uma das urgências do Século 21. No Recife, diversos atores públicos e privados têm-se mobilizado para construir alternativas para alcançar melhorias na mobilidade, condições de moradia, qualificação das áreas públicas e no próprio engajamento das pessoas no cuidado com o espaço urbano. Alguns projetos gestados na capital pernambucana, inclusive, já conquistaram notoriedade internacional e começam a ganhar escala no território. Nos últimos anos surgiram no Recife estruturas vocacionadas para criar soluções para a cidade, como a Secretaria de Inovação Urbana (da Prefeitura do Recife), o Inciti (grupo de Pesquisa e Inovação para as Cidades da UFPE), o LOUCo (Laboratório de Objetos Urbano Conectados do Porto Digital) e o FAB LAB Recife. ONGs, associações, startups e algumas empresas também estão conectadas com esse ecossistema focado no espaço urbano que tem um pé nas melhores práticas de arquitetura e urbanismo e outro no uso de novas tecnologias. Uma linha em comum de todas as iniciativas é o esforço em envolver a população na formulação dos projetos. “O Recife vive um boom de projetos e iniciativas de inovação urbana, sejam inovações tecnológicas ou sociais, mas isso é um fenômeno que também pode ser visto em diversas cidades no mundo. Tem relação com a aceleração de colapsos urbanos e com a chamada consciência de geração: os nativos digitais, que têm como características naturais a inovação, a agilidade e a colaboração. Então, junte uma série de problemas urbanos que precisam ser resolvidos, com uma geração ávida por colaborar e botar a mão na massa e temos a mistura perfeita para ações de inovação urbana”, analisa a sócia e coordenadora de tecnologia e conhecimento do Fab Lab Recife, Cris Lacerda. Frente aos desafios de defesa civil no Recife relativos à população que vive em condições de risco em barreiras, a prefeitura criou, há alguns anos, a Secretaria Executiva de Inovação Urbana. O órgão começou com a aplicação de geomantas coloridas nos morros para evitar deslizamentos, o que já era uma inovação made in Pernambuco, com baixo custo e potencial de acelerar a atuação do poder público pelo município. Mas a criatividade e a busca de novas ferramentas de intervenção urbana não pararam por aí. O Recife viu nos últimos anos os muros de arrimo, casas, escadarias e calçadas ganharem cores por meio do programa Mais Vida nos Morros. Com tinta, paisagismo, criatividade e participação dos moradores, a iniciativa criou parklets, hortas comunitárias, áreas de lazer e convivência, onde antes existiam pontos de confinamento de lixo ou espaços ociosos. Depois disso, passou a focar no engajamento das crianças, colorindo, por exemplo, o caminho delas para a escola. A medida foi realizada após ouvir os pequenos sobre o que eles desejavam para seu bairro. O novo projeto da secretaria é incentivar a coleta de embalagens plásticas e trocá-las por utensílios domésticos feitos com o material reciclado, como cabides e cestos. “O Mais Vida nos Morros é uma política pública, mas é mais parecida com uma startup. Começamos por uma estratégia de defesa civil, que se reinventou várias vezes e hoje tem um foco na primeira infância”, explica o secretário Tullio Ponzi. O programa já foi reconhecido pela ONU-Habitat (Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos) como uma referência nacional em inovação em políticas públicas. “Quando construímos as ações junto com a comunidade, promovemos essa relação e engajamento do cidadão com a cidade”. O programa terá a primeira iniciativa fora da área de morros. Em 2019 o novo mote é o Mais Vida Teimosa, desenvolvendo inovações com a população de Brasília Teimosa. Além do poder público, há iniciativas privadas também de olho na condição de vida das populações mais carentes. Com um olhar sensível à condição precária das moradias das regiões mais populares, o arquiteto Antônio Neto criou a empresa social Arquitetura Faz Bem. Inicialmente a comunidade Entra Apulso, na Zona Sul, é o alvo das ações, que tem por objetivo qualificar as residências com orientação técnica e execução das obras com custo popular. “Nosso negócio é oferecer soluções de saúde a partir da arquitetura nas comunidades carentes. Observamos, principalmente, se o ambiente é iluminado e ventilado, que são fatores que interferem na saúde física e emocional de uma família. Muitas casas na periferia têm obras inacabadas, por falta de recursos, ou foram feitas sem nenhuma orientação técnica. Para atender essa necessidade, criamos projetos mais enxutos”, conta o empreendedor. O preço reduzido e uma condição de pagamento mais elástica contribuem para que mesmo as famílias de baixa renda consigam financiar uma transformação na sua moradia. Outra alternativa é a realização de campanhas de arrecadação para levantar os recursos para as obras, como a que foi realizada recentemente com apoio do Shopping Recife para a reforma de cinco residências. Por ser uma cidade cortada por rios e riachos, o Recife vê surgir nos seus cursos d’água e nas suas margens outras iniciativas de transformação com bastante criatividade. Uma delas foi desenvolvida pelas crianças incomodadas com o lixo jogado no Canal do ABC, na Mustardinha. Elas são estudantes da Escola Municipal Professor Antônio de Brito Alves, que possui um laboratório maker da FAB LAB Recife, e criaram uma ecobarreira de garrafas PET, uma espécie de rede que tem o objetivo de impedir que os resíduos descartados no canal sigam com as águas. A solução de baixo custo, que contou com apoio da Emlurb na sua execução, foi apresentada em feiras científicas em São Paulo e em Assunção, no Paraguai. Nas margens das águas do Recife, o maior projeto de inovação urbana em andamento é o Parque Capibaribe. Desenvolvido por meio de um convênio entre a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação e o Inciti, ele propõe que a capital pernambucana se torne uma cidade-parque

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Delícias para quem tem restrição alimentar

Quando a quarta filha de Teresa Miranda, Maria Júlia, nasceu com autismo, há 12 anos, a então professora de creche municipal procurou alternativas para aumentar a qualidade de vida da pequena. Entre suas procuras, Teresa se deparou com o livro Autismo – Esperança pela Nutrição, de Cláudia Marcelino. Exatamente nesse momento sua vida mudou. Ela passou a conhecer a chamada culinária inclusiva, que visa a integrar à sociedade pessoas com necessidades alimentares especiais. “É a culinária que coloca na mesma mesa, a maioria das restrições alimentares. Vai desde o diabético até a pessoa que é fit”, elucida a chef. Teresa resolveu apostar nesse caminho alternativo como novo estilo de vida. “Não tem comprovação científica, mas a culinária inclusiva é uma dieta que ajuda muito no desenvolvimento e como coadjuvante nas terapias do autista”, assegura. “A esperança do livro, não é a cura, mas a esperança de melhora”, explica. Segundo Teresa, a criança com autismo tem um nível maior de sensibilidade e o intestino mais facilmente irritável. A dieta inclusiva atenua essas irritações e torna o cotidiano do autista mais agradável. Depois de se aposentar do trabalho de professora, Teresa percebeu que suas receitas inclusivas começaram a fazer sucesso e não só entre aqueles que tinham restrições alimentares. No começo, Teresa preparava seus quitutes para as Super Mães, grupo de mães de autistas. “Comecei a receber ligações de pessoas dizendo: ‘Olha, meu filho é celíaco, faz um brownie. Minha filha é alérgica a ovo, faz sem ovo por favor”, relembra. Os pedidos foram um estímulo para estudar e se especializar na área. Dessa experiência surgiu a Dom Sabores, um petit café abrigado no espaço Casa das Asas, com o cardápio voltado à culinária inclusiva. “Na cozinha da Dom Sabores foram retirados os principais produtos alergênicos (que podem produzir algum tipo de reação alérgica), como: glúten, leite e derivados, ovo, açúcar, farinhas que tenham multi ou poli refinamento e produtos transgênicos, como a soja e o milho”, explica. Apesar da ausência desses ingredientes, os quitutes são de dar água na boa. “Quando diziam que certo prato era sem glúten, sem leite, sem ovo, sem açúcar, o que é que vinha depois? O sem sabor!”, brinca a fundadora da Dom Sabores. “Além da inclusão, eu prezo acima de tudo pelo sabor, isso é um diferencial”, garante. O carro-chefe da casa são os brigadeiros, famosos pela mesma consistência e sabor dos tradicionais. Segundo Teresa, o “algo mais” do brigadeiro está na receita, que se atém à original substituindo os ingredientes por aqueles mais próximos dentro da proposta inclusiva. “O brigadeiro convencional é feito com leite condensado, manteiga e chocolate. Como eu não posso usar produtos lácteos, fiz um curso e aprendi a fazer um leite condensado com leite de amêndoas, de castanhas e de arroz integral. Faço a condensação, a manteiga substituí por um pouco de óleo de girassol e o chocolate transformei em cacau”, explica. A casa fornece uma grande variedade de opções de lanches, como: biscoitos de polvilho, pizzas, beijinhos, tortas, brioches, coxinhas (vegana e de frango), pães de queijo, bolos de bacia, tortinhas (vegana e de frango), brownie, todos feitos com ingredientes da culinária inclusiva. Apesar de manter um cardápio fixo, o café adapta a sua produção à demanda dos clientes. “Existem aqueles que pedem coisas específicas, próprias para as suas necessidades, e fazemos a adaptação. Então nosso menu é inclusivo ao mesmo tempo que é adaptativo”, esclarece Amanda Miranda, filha mais velha de Teresa e assistente de cozinha da mãe, nas horas vagas. Hoje, Teresa faz parte do Coletivo de Cozinhas Inclusivas do Brasil e também fornece para escolas que têm crianças alérgicas ou veganas que fazem lanche coletivo. A Dom Sabores atende encomenda para festas infantis, aniversários, formaturas e qualquer outra celebração, além de fazer entrega delivery. O público de Dom Sabores é formado, majoritariamente, por mães que ainda amamentam, ou cujos filhos têm APLV (alergia a proteína do leite de vaca) e pessoas com estilo fit. A localização dentro da Casa das Asas foi um casamento perfeito, já que é um espaço voltado para as crianças brincarem. “A ideia era ter um café para que as pessoas que não conhecem a culinária inclusiva pudessem conhecê-la”, pontua a proprietária do local. “Mas não só isso, as pessoas podem trazer o filho pra brincar e não precisar trazer o lanche. Ou ainda tomar um café e um petisco, enquanto a criança brinca. Como aqui tem wifi, os pais podem trabalhar enquanto comem e os filhos se divertem”. O diferencial do café está em não se especializar no menu de almoço. “Feijão, arroz integral, espaguete de abobrinha ou sem glúten, as famílias já cozinham em casa no dia a dia. Mas e o lanche?”, questiona a cozinheira. “Não tem nada mais triste do que você ir pra uma festa e ver o seu filho voltando pra mesa pra comer a marmita dele sozinho. Eu procurei trazer sabor para quem tem essa alimentação restritiva”, destaca. “Minha comida não é fit, minha comida é inclusiva. Ela tem menos caloria? Ótimo! Ela ajuda na dieta? Ótimo. Mas o meu propósito é ver as crianças com restrições alimentares lanchando igual a todas as outras”. Serviço Casa das Asas, Rua Dom Sebastião Leme, 81. Bairro das Graças. Encomendas por Whatsapp: (81) 99458.7499. *Por Yuri Euzébio

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