Z_Destaque_culturaHistoria - Página: 13 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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​Prefeitura anuncia investimento de R$ 13,5 milhões em novos editais culturais

A Prefeitura do Recife conclui o ano cultural de 2023 anunciando a chegada de novos editais do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC). Embora as inscrições estejam programadas para iniciar no próximo mês de janeiro, os editais já representam um marco significativo para a realização cultural na cidade, sendo os primeiros lançados sob a vigência da nova Lei do SIC, de número 19.052, sancionada em abril do ano passado. Esses editais confirmam, mais uma vez, o maior investimento já realizado pelo poder público municipal no principal instrumento de fomento cultural da região. O montante total a ser investido na produção cultural recifense é de R$ 13,5 milhões, abrangendo diversas linguagens, cenas, expressões e tradições artísticas. Este valor será distribuído entre os dois mecanismos de incentivo previstos: fundo e mecenato. O investimento direto da Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, aumentou significativamente, passando de R$ 7,8 milhões no edital anterior para R$ 9 milhões no atual chamamento. Da mesma forma, o valor total destinado ao mecenato, que envolve o direcionamento de parte dos impostos municipais por empresas para projetos validados pelo SIC, também cresceu, indo de R$ 4,2 milhões para R$ 4,5 milhões. A previsão é de um aumento gradual nesse montante, reafirmando o compromisso do Recife com sua rica herança cultural. Os editais serão divulgados no Diário Oficial de amanhã (30) e estarão disponíveis para consulta no site www.culturarecife.com.br. As inscrições serão feitas virtualmente no mesmo site, a partir de 26 de janeiro, com prazo final em 12 de março. Um ponto de atendimento presencial estará disponível para auxiliar nas inscrições no Núcleo de Cultura Cidadã, Casa nº 39, no Pátio de São Pedro, durante os dias úteis, das 10h às 16h. Atendimento telefônico também estará disponível nos números (81) 3224.3674 / 3224.3660 durante todo o período de inscrições. Uma inovação nesses editais, após as alterações na Lei do SIC, é a inclusão de três novas linguagens e manifestações culturais: Pesquisa e Formação Cultural; Design e Moda; e Artes Culturais Integradas e Arte e Tecnologia. A lei abrange ainda outras 13 possibilidades de celebração e produção cultural e artística, como Gastronomia, Música, Teatro, Circo, Ópera, Dança, Audiovisual, Fotografia, Literatura, Artes Visuais, Artesanato, Patrimônio Cultural e Museologia, e Cultura Popular. A participação nos dois editais do SIC será exclusiva para proponentes cadastrados no Cadastro Cultural do Recife. O cadastro pode ser realizado antes e durante todo o período de inscrições no site https://cadastrocultural.recife.pe.gov.br/. Cada proponente poderá inscrever, no máximo, três projetos em cada edital. Ambos os editais se destinam a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, incluindo MEI.

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Novo negócio social: Sesc Pernambuco lança selo musical

Com o intuito de fortalecer sua presença na produção musical, o Sesc Pernambuco expande suas atividades no apoio, profissionalização e estímulo à cadeia de produção e divulgação no mercado fonográfico estadual. A instituição acaba de lançar o Selo Sesc Pernambuco. O selo, responsável por endossar as produções, foi concebido pelo Sesc Casa Amarela, localizado na Zona Norte do Recife, que abriga o Centro de Difusão e Realizações Musicais (CDRM). Estabelecido nos anos 2000, o estúdio já é utilizado para gravações de músicas, jingles e outras peças musicais. Serviços Com a introdução do Selo, o Sesc direciona a infraestrutura e a expertise técnica para uma iniciativa de negócio social. Dessa forma, a instituição se envolverá nas fases de pré e pós-produção, atuando como parceira dos artistas na distribuição digital, estratégias de marketing, gravação, edição, planejamento e orientação em reuniões, produção de shows de lançamento, além de oferecer um calendário de formações voltadas para negócios criativos, entre outras etapas técnicas da produção musical. No calendário da unidade, estão iniciativas como Sonora Brasil, Semana da Música, Sesc Partituras e Mostra de Música Leão do Norte. Fernanda Pinheiro, Técnica de Música e responsável pelo Selo Sesc Pernambuco “Para além da estrutura em si, nós desenvolvemos e recebemos diversos projetos que têm a música como objeto central e o objetivo de ampliar o alcance e chegar a vários espaços da cidade. É um novo movimento do Sesc na cadeia produtiva da música, trazendo nossa expertise, curadoria e relacionamento para somar junto aos artistas e produtores do estado.”

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Orquestra de Câmara Pernambuco Centro de Convenções transforma vidas

Projeto do maestro Israel de França é adotado pelo Consórcio CID Convenções e terá ensaios permanentes em 2024 com formação musical de até 500 alunos Depois de quatro meses de ensaios, um grupo muito especial formado por 35 coralistas infantis, 30 coralistas adultos e 28 músicos deu vida ao primeiro espetáculo da Orquestra de Câmara Pernambuco Centro de Convenções. no Teatro Beberibe. Sob a regência do maestro Israel de França, crianças, adolescentes e adultos de comunidades do entorno, como Salgadinho, Amaro Branco, Campo Grande e Sítio Novo, passam a integrar o projeto social. Em 2024, a iniciativa se fortalecerá ainda mais com a formação permanente, ensaios semanais e estudos diários no equipamento. “Abrimos as portas de forma permanente para o projeto do maestro Israel de França por acreditarmos no poder transformador da música, da arte e da cultura. Essa é uma das nossas bandeiras aqui no Consórcio CID e esperamos impactar e transformar muitas vidas”, afirma o CEO do Pernambuco Centro de Convenções, Cláudio Vasconcelos. Inicialmente, a formação musical este ano das comunidades do entorno do Centro de Convenções contemplou o coral, mas no próximo ano serão introduzidos os instrumentos. Serão aulas regulares de música, voltadas aos instrumentos de cordas, como violino, violoncelo, viola e baixo acústico. “Estamos firmando parcerias com as escolas da rede pública de ensino, realizamos testes de aptidão para reconhecer a vocação natural das crianças e adolescentes, mas é uma preocupação constante que elas possam experimentar vários instrumentos”, afirma Eduardo de Matos, curador da Orquestra de Câmara Pernambuco Centro de Convenções. O curso de formação musical será voltado a alunos dos nove aos 14 anos. Há ainda a intenção de abrir turmas livres, atingindo acima dessa faixa etária, adultos e idosos. “Começamos a trabalhar com as crianças, mas logo percebemos que os pais, tias, primas, vós também tinham vontade de aprender e a nossa intenção é mudar a vida dessas pessoas. É muito bonito ver não só o encantamento com a música, mas a aproximação com um equipamento até então considerado elitista. Muitos nunca tinham entrado no Teatro Beberibe ou no Teatro Guararapes. Nossa intenção é criar o EJA da Música”, comentou Eduardo. A expectativa é atingir até 500 alunos por ano. No primeiro espetáculo, a Cantata Natalina, o grupo apresentou 19 músicas. Para os próximos, o público pode esperar um repertório variado, contemplando música clássica, popular, regional e de matriz africana.

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Orquestra Jovem Criança Cidadã apresenta concerto de natal neste sábado (16)

A Orquestra Jovem Criança Cidadã encerra o calendário de 2023 com um emocionante concerto natalino, agendado para este sábado (16) às 16h30, na Caixa Cultural Recife, localizada no Recife Antigo. Sob a regência do maestro José Renato Accioly, o repertório será composto por clássicos natalinos, marcando uma celebração festiva e a despedida do ano de 2023. Este momento especial contará também com a participação do coral da Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Ipojuca, um núcleo da OCC sediado no distrito de Camela, no Ipojuca. O maestro Jadson Dias, regente do coral do núcleo ipojucano, destaca a experiência enriquecedora de se apresentar para o público em Recife, unindo os dois núcleos para emocionar a audiência e celebrar um ano repleto de conquistas. Após esse concerto, a Orquestra Criança Cidadã planeja retomar seu calendário de apresentações em fevereiro e março de 2024 com os Concertos para a Comunidade. Estas apresentações estão previstas para ocorrer em diversos locais, incluindo o Barro, Boa Viagem, Zumbi do Pacheco em Jaboatão, e mais um local a ser definido. O calendário completo pode ser acessado online no site do projeto social: https://orquestracriancacidada.org.br/concertos. Situada nas instalações do 7° Depósito de Suprimento do Exército Brasileiro, a Orquestra Criança Cidadã é um projeto que conta com incentivo do Ministério da Cultura através da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), patrocínio master da Caixa Econômica Federal, patrocínio sênior dos Correios, e realização da Funarte e do Governo Federal.

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Duo Italiano realiza show em homenagem ao centenário de Maria Callas no Recife

A turnê internacional em celebração aos 100 anos de nascimento de Maria Callas, considerada a maior intérprete operística do século XX, chega ao Recife no próximo sábado, dia 16, às 20h, em uma única apresentação no Teatro do Parque. O "Recital Operístico: Angela Papale e Fabio Marra - Homenagem aos 100 anos de Maria Callas" é protagonizado pelo duo italiano e apresenta um repertório composto por obras de renomados compositores como Giuseppe Verdi, Giacomo Puccini, Pietro Mascagni e Paolo Tosti, entre outros. A entrada é gratuita, e os ingressos podem ser adquiridos pelo site da Sympla: [https://bit.ly/RecitalOperistico_Recife]. A soprano Angela Papale, com uma intensa carreira como concertista em diversos países, e o pianoforte Fabio Marra, reconhecido por suas habilidades em piano, composição e direção de orquestra, unem seus talentos para uma homenagem musical à diva da música lírica. A turnê, promovida pelos institutos italianos de Cultura de São Paulo e do Rio de Janeiro, conta com o apoio da Embaixada da Itália em Brasília e a colaboração dos consulados italianos do Recife, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Maria Callas, nascida em Nova Iorque em 1923, tornou-se uma referência na ópera, apresentando-se em palcos mundialmente renomados, inclusive no Brasil. Faleceu em 1977, deixando um legado que é agora honrado por Angela Papale e Fabio Marra nesta turnê especial. Serviço:

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Obras de Francisco Brennand em Destaque na Bienal da China

Quatro obras do renomado artista pernambucano Francisco Brennand serão exibidas na 2ª Bienal Internacional de Arte Cerâmica de Jingdezhen 2023, na China. O evento, com ênfase na produção cerâmica da América Latina, tem o Brasil como convidado de honra e terá início em 15 de dezembro. As peças, cuidadosamente selecionadas pela curadora da Bienal, Tereza de Arruda, foram transportadas da Oficina Francisco Brennand em setembro deste ano e serão apresentadas no núcleo “Cerâmica no Brasil – Do ancestral ao contemporâneo”. Esse segmento é dedicado à produção de artistas brasileiros de diferentes origens, estilos e gerações. As esculturas de Francisco Brennand escolhidas para a mostra internacional estabelecem um diálogo com a curadoria, explorando a conexão entre o mundo vegetal e animal. As obras, nomeadas “Natureza Morta (jaca)”, “Ídolo”, “Cabeça de Pelicano” e “Bicho”, estarão em exibição até 15 de junho de 2024, no Jingdezhen Ceramic University Museum. Tereza destaca a importância da presença de Francisco Brennand nesse contexto, ressaltando sua linguagem artística única, narrativa cativante e legado fiel à cerâmica. A curadora explica que a Bienal visa promover a aproximação entre a China e o resto do mundo, sendo um marco de inovação e desenvolvimento no universo da cultura e arte cerâmica. Antes da mostra principal, na qual Francisco Brennand é destaque, a segunda edição do evento já inaugurou uma exposição em Jingdezhen, apresentando obras de mais de 30 artistas brasileiros, incluindo Andrey Guaianá Zignnatto, Ayla Tavares, Augusto Ribeiro, Thais Helt, Matheus Rocha Pitta, Mestra Zezinha e Nei Leite Xakriabá.

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Fundaj promove seminário sobre "Por que (ainda) ler Casa-Grande & Senzala 90 anos depois?"

A Fundação Joaquim Nabuco celebra os 90 anos de lançamento de "Casa Grande & Senzala", de Gilberto Freyre, com o evento "I Seminário do Pensamento Social Brasileiro - Por que (ainda) ler Casa-Grande & Senzala 90 anos depois?". Organizado pela Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundaj, o encontro ocorrerá em 29 de novembro, das 9h às 17h, na Sala Calouste Gulbenkian, no Campus Gilberto Freyre da Fundaj, em Casa Forte. O evento incluirá palestras, conferências, exposição de várias edições da obra e lançamentos de livros dos conferencistas. "Casa-Grande & Senzala" foi considerada por Antonio Candido como uma das três obras essenciais para compreender a formação do Brasil. Quase nove décadas após o lançamento, a publicação é agora reconhecida como a quinta obra mais importante escrita no e sobre o Brasil. Mantendo seu status nos cânones do pensamento social brasileiro, a obra continua sendo uma das mais traduzidas no exterior e reeditadas no Brasil. O seminário marca o início de uma série de encontros sobre o pensamento social brasileiro nos próximos anos. Cada edição do seminário abordará a obra de um pensador, com novos e experientes pesquisadores explorando suas contribuições. A pesquisadora da Fundaj, Cibele Barbosa, destaca que o tema do primeiro seminário está relacionado às comemorações dos 90 anos de "Casa-Grande & Senzala". Ela enfatiza a importância de entender a obra de Freyre, que gerou impacto significativo no pensamento social, destacando-se nas áreas de História, Sociologia e Antropologia. A programação do seminário inclui uma conferência de abertura com Jessé Souza, seguida por mesas-redondas pela manhã e à tarde. A historiadora Cibele Barbosa, vencedora do Prêmio Gilberto Freyre 2020-2021, ressalta a necessidade de ler Freyre não apenas para concordar ou discordar, mas para construir um pensamento crítico sobre o papel da obra no Brasil. “Não tenho dúvidas em afirmar a importância de ‘Casa Grande & Senzala’ como uma obra seminal para a compreensão, senão do Brasil, como pretendia Gilberto Freyre, pelo menos da sociedade rural no contexto do Nordeste brasileiro. É inegável que o livro resulta de um esforço enorme de interpretação da nossa sociedade em um momento que ainda era de construção da própria ideia de nação, ou seja, os anos 1930”, ressalta o diretor da Dimeca, Túlio Velho Barreto. “O que devemos fazer de forma analítica e crítica para ressaltar seus vários achados e apontar eventuais equívocos ou imprecisões. O Seminário terá a participação de especialistas que atualizam o debate em torno de ‘Casa Grande & Senzala’ exatamente com tal propósito. Daí o título do Seminário indagar, e não afirmar, se ainda devemos lê-la ou não”, reafirma. Confira a programação do seminário: Manhã 9h - Abertura e conferênciaConferencista: Jessé Souza (UFABC)Coordenação: Túlio Velho Barreto (Fundaj) 10h30 às 12h - Mesa-redondaA dimensão nacional da obra de Gilberto Freyre: O que houve de "novo" em Casa-Grande & Senzala?Gleice Kelly Heitor (Inhotim): O museu antes do Museu: Inovações metodológicas em Casa-Grande & SenzalaGustavo Mesquita (UnB): Gilberto Freyre nos tempos de Vargas: região e raça no debate nacionalCoordenação: Anco Márcio Tenório (UFPE) Tarde 14h30 às 16h - Mesa-redondaA dimensão internacional da obra de Gilberto Freyre: geopolíticas de além-marCibele Barbosa (Fundaj): Casa-Grande & Senzala em tempos de colonialismos e pós-guerra. A internacionalização de uma ideia de Brasil.Luiz Feldman (Ministério das Relações Exteriores): Mar afora: geografias ultramarinas no pensamento de Freyre e NabucoCoordenação: Josias Vicente de Paula (UFRPE) 16h - Conferência de EncerramentoConferencista: Luiz Felipe de Alencastro (Sorbonne e FGV)Coordenação: Cibele Barbosa (Fundaj) 17h - Lançamentos de livros e sessões de autógrafos Serviço:I Seminário do Pensamento Social Brasileiro - Por que (ainda) ler Casa-Grande & Senzala 90 anos depois?29 de novembro de 20239h às 17hSala Calouste GulbenkianCampus Gilberto FreyreAvenida 17 de Agosto, 2187, Casa Forte

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Cida Pedrosa é finalista da 65º edição do Prêmio Jabuti

Na disputa pelo 65º Prêmio Jabuti, a autora pernambucana e vereadora do Recife Cida Pedrosa (pelo PCdoB) é uma das finalista na categoria Poesia com sua obra "Araras Vermelhas" (Companhia das Letras, 2022). O livro, um extenso poema lírico-épico, resgata um dos episódios mais impactantes da resistência contra a ditadura militar de 1964, que resultou na brutal execução de guerrilheiros e guerrilheiras que lutavam na região do Araguaia pela liberdade e democracia nas décadas de 1960 e 1970. Cida Pedrosa já havia conquistado o prêmio de "Livro do Ano" do Jabuti em 2020, com "Solo para Vialejo" (Cepe, 2019), tornando-se a primeira personalidade de Pernambuco a receber a honraria, que é a maior da literatura nacional. Na disputa pelo Prêmio Jabuti na categoria Poesia, além de Cida Pedrosa com "Araras Vermelhas", os outros finalistas são Aline Motta com “A água é uma máquina do tempo”, Claudia Roquette-Pinto com “Alma corsária”, Fabrício Corsaletti com “Engenheiro fantasma” e Paulo Henriques Britto com “Fim de verão”. A entrega dos prêmios do 65º Prêmio Jabuti está marcada para o dia 5 de dezembro no Teatro Municipal em São Paulo. O evento será transmitido no canal da CBL (Câmara Brasileira do Livro) no YouTube. CIDA PEDROSA "Tô na final do Jabuti, minha gente! Estou completamente emocionada! Minhas 'Araras Vermelhas' voando alto, carregando consigo a história da Guerrilha do Araguaia", comemorou a escritora nas suas redes sociais.

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Produção indígena pernambucana vence Melhor Filme em competição de Amsterdã

Em sua estreia mundial, "A Transformação de Canuto", longa-metragem de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho, produzido pelo Vídeo nas Aldeias e a Enquadramento Produções, foi honrado com os prêmios de Melhor Filme e Contribuição Artística na competição Envision do IDFA - International Documentary Film Festival, evento realizado em Amsterdam (Holanda), considerado o mais prestigioso do gênero no mundo. "A Transformação de Canuto", uma produção pernambucana, marca o segundo longa-metragem tanto de Ariel Kuaray Ortega, cineasta indígena pioneiro e líder Mbyá-Guarani ("Bicicletas de Nhanderu"), quanto de Ernesto de Carvalho, correalizador de “Martírio". O filme explora a história de Canuto, um homem da comunidade Mbyá-Guarani entre o Brasil e a Argentina, que passou pela temida transformação em uma onça e morreu tragicamente. A narrativa se desenrola enquanto a comunidade decide quem deveria interpretar o papel de Canuto em um filme sobre sua vida. A conquista do filme no IDFA, ao levar dois dos três prêmios da competição, é histórica, de acordo com a organização do festival. O júri destacou o compromisso de décadas com o processo de realização de filmes em comunidade, o senso de humor e a habilidade de mover-se entre diferentes mundos, reconhecendo que o filme incorpora os muitos significados de transformação. Esta foi também a primeira vez que um filme brasileiro venceu a mostra Envision do IDFA, espaço responsável por destacar filmes inovadores e provocativos que exploram questões sociais, políticas ou culturais contemporâneas de maneira criativa. O filme ainda não tem data de estreia no Brasil.

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Leonardo Antônio Dantas Silva

*Por Francisco Cunha Desde que me entendo de gente (na prática, depois que entrei na Faculdade de Arquitetura) que acompanho a trajetória de Leonardo Dantas Silva, sobretudo por conta de sua monumental obra editorial (mais de 300 títulos publicados, 30 dos quais como autor), sem falar de suas criações como a Frevioca e o Baile da Saudade, além dos discos que produziu. Confesso que, no início, o fazia à distância, com receio de me aproximar e levar um fora dada a fama de irascível que tinha. Até que precisei usar uma frase sua (“o Recife é um museu vivo da história de Pernambuco”) num livro que eu estava escrevendo e o procurei diretamente por telefone. Ele, depois de ouvir o meu pedido, nem titubeou: “Eu nunca disse isso!”. Diante de afirmação tão peremptória, fiquei em dúvida. Pedi um tempo para refazer minha pesquisa e desliguei. Refiz a pesquisa e, como tinha imaginado, lá estava a frase, com referências e tudo. Mandei para ele e recebi como resposta: “É mesmo, eu disse!” A partir daí, desfeito um pouco do meu receio original, passei a procurá-lo com mais frequência para tirar dúvidas e pedir orientações sobre pesquisas e, numa dessas conversas telefônicas, recebi o convite: “Apareça lá em casa, no fim da tarde, para comer uma tapioca…”. Tomei coragem e fui lá algumas vezes. Foram ocasiões muito agradáveis e muito esclarecedoras. O conhecimento de Leonardo era enciclopédico, a memória riquíssima em detalhes, sua biblioteca gigantesca, suas histórias embasadas, detalhadas e pitorescas e, ao fim e ao cabo, sua companhia agradável, não obstante a indisfarçável intolerância para com os pretenciosos do conhecimento e os rasos de espírito. Uma vez confessou, entre saudoso de tempos intelectualmente mais estimulantes e conformado: “O problema, hoje em dia, é que não temos mais com quem conversar…”. Diante dos reiterados convites que eu fazia pelas redes sociais, para as nossas Caminhadas Domingueiras, Leonardo, tomando conhecimento delas, se desculpava por não poder participar com comentários do tipo: “Não posso porque, além das várias cirurgias que fiz, sofro do coração e dos pulmões por conta da poeira de livros e jornais velhos que aspirei.” Depois que passei a ter uma convivência menos distante com ele, a impressão que me ficou é a de que Leonardo foi talvez um dos últimos representantes de uma geração sui generis de pernambucanos (ou “pernambucanizados”) “enciclopédicos”, oriundos do Século 20, da estirpe de seu mestre José Antônio Gonçalves de Melo, de Mário Melo, de Josué de Castro, de Ulisses Pernambucano, de Valdemar de Oliveira, de Pinto Ferreira, de Mauro Mota, de José Luiz Mota Menezes e de vários outros, sem falar no mestre dos mestres, Gilberto Freyre. Aqui, no espaço desta coluna final de cada número da Algomais, fui companheiro de Leonardo, um dos mais antigos colaboradores da publicação com a sua seção Arruando por Pernambuco, por boa parte da história da revista, e me coube a tarefa de escrever no seu lugar e em sua homenagem, no espaço que seria seu e que, hoje, chega o momento de, infelizmente, estar sendo publicado pela última vez. E isso me faz refletir sobre a efemeridade de nossa passagem pelo plano terrestre e sobre a importância da obra que deixamos por aqui. E a de Leonardo é oceânica. Escrevi logo que soube do seu falecimento: “Estão menores a cultura e a historiografia pernambucanas”. Disse e reafirmo. Tenho certeza de que, desde Francisco Pereira da Costa, de cuja obra aliás foi responsável pela reedição dos 10 volumes do monumental Anais Pernambucanos, ninguém como Leonardo fez tanto pela sistematização e pela divulgação da historiografia pernambucana. Você já está fazendo falta, Leonardo! Vá na certeza de que nós, artífices e leitores da Algomais, lhe somos muito gratos pelo conhecimento que você tão generosamente compartilhou conosco, com tanta qualidade e por tanto tempo. Siga em paz o seu caminho pela eternidade “deixando (como disse do enciclopédico Mário Melo, o amigo comum Nelson Ferreira), na sua cidade um mundo de saudades sem igual”!

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