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10 anos do polo automotivo: Virada histórica na pauta de exportações

*Por Rafael Dantas Há uma década, quando apenas começaram as obras do polo automotivo, quem liderava as exportações do Estado era o tradicional setor açucareiro. Em pouco tempo, os veículos, fabricados em Goiana, e os óleos combustíveis, produzidos em Suape, se tornaram os principais produtos made in PE a atravessar as fronteiras do País. Uma transição histórica que reposicionou Pernambuco no mercado global, passando a integrar duas cadeias produtivas de valor agregado mais elevado. Apenas um ano após o início da operação da fábrica da Stellantis, em 2015, os veículos já deixaram bem atrás a exportação de açúcar. De acordo com levantamento da TACTIC - Inteligência de Mercado, em 2016, o setor foi responsável por exportar em valores o total de US$ 304,4 milhões. Neste ano, a liderança foi dos combustíveis, que alcançou o patamar de US$ 342,9 milhões, enquanto que o setor de açúcar alcançou US$ 132,8 milhões. “Em 2012, os automóveis representavam apenas 0,04% das exportações de Pernambuco. No mesmo ano, os principais segmentos da nossa pauta eram embarcações (produzidas pelos estaleiros) e açúcar, representando 30% e 25%, respectivamente. Apenas em 2016, a exportação de automóveis atingiu uma participação robusta, representando 21,5%. Nesse ano, é possível verificar a saída do açúcar (9%) como principal produto exportado”, afirmou João Canto, sócio-fundador da TACTIC e diretor-executivo do Iperid (Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia). O auge do volume financeiro das exportações da montadora foi em 2017. Mesmo com a redução das vendas para o exterior nos anos seguintes, o setor segue se revezando entre primeiro e segundo lugar na pauta pernambucana. “Em 2017, atingiu o pico de US$ 736,5 milhões exportados, representando pouco mais de 37% da pauta exportadora. Naquele ano, os automóveis passam a assumir a liderança, seguido de combustíveis minerais (18%) e plásticos (12%). Importante apontar que entre 2012 e 2017, o crescimento das exportações de Pernambuco foi de 48,9%”, declarou Francisco Mendonça, sócio-fundador da TACTIC. A partir de 2018, as exportações de automóveis tiveram uma queda, mas o setor se manteve atrás apenas dos combustíveis minerais (conforme o gráfico abaixo). Um dos fatores que motivou o impulso da exportação de combustíveis foi a política de preços da Petrobrás, que elevou o valor do produto, além do próprio cenário internacional. “As circunstâncias atuais da economia são muito complexas, recém-saídas do pior período da pandemia e com a guerra no Leste Europeu. O efeito chicote, após a demanda de consumo reprimida pela crise econômica e pela Covid-19, aumentou muito o preço do produto”, afirmou Werson Kaval, economista e professor do Departamento de Pós-Graduação em Gestão de Negócios do Unit- -PE (Centro Universitário Tiradentes). Sobre a queda nas exportações do polo automotivo entre 2017 e 2020, o consultor Mauricio Laranjeira, CEO da Continentes Consultoria, explica que uma das causas foi a crise na vizinha Argentina, principal destino dos veículos fabricados em Goiana. O desarranjo na economia dos hermanos fez a empresa apostar em outros países para levar seus produtos. “O principal motivo que impactou a exportação de automóveis, não só em Pernambuco, mas em todo o Brasil, foi a crise argentina. Como o país era o principal destino das nossas vendas, os números foram impactados, e a indústria começou um trabalho de diversificação de mercados, e passou a exportar para outros países, tais como o México, Colômbia, Chile, Peru, entre outros. Fora o fator Argentina, em 2020 tivemos o grande impacto da pandemia na indústria, com a falta de componentes e de mercado, além do fantasma da falta de competitividade que ronda as exportações brasileiras de produtos industrializados”, declarou Laranjeira. De acordo com Mateus Marchioro, plant manager da Stellantis, entre 12% e 15% do total de veículos produzidos em Goiana são destinados às exportações. A empresa vem operando com sua capacidade máxima atualmente, um volume de mil carros por dia. Além do seu papel nas exportações, o polo automotivo é também líder nas importações, mesmo tendo 75% dos seus fornecedores nacionais. “O polo automotivo é o maior importador de Pernambuco, adquirindo as partes e acessórios para a montagem dos veículos num valor aproximado de US$ 1,7 bilhão, representando em torno de 25% das importações do Estado. Goiana se beneficiou da dinamização resultante da instalação da montadora e de suas sistemistas na região e se tornou o segundo município pernambucano em exportações e importações”, afirmou Carlos Fontes, coordenador do Centro Internacional de Negócios da Fiepe (Federação das Indústrias de Pernambuco). IMPACTOS DA TRANSIÇÃO Quando os protagonistas pernambucanos no mercado global mudam, há um efeito interno também no cenário de internacionalização da nossa economia. Na avaliação de Fontes, a liderança dessas novas cadeias produtivas sofisticou a infraestrutura local, estimulou as atividades do segundo setor e atraiu novos players de outros países. “Os reflexos da instalação de uma empresa do porte da Stellantis para a indústria pernambucana ocorrem com uma maior dinamização do parque industrial do Estado, havendo uma melhoria e adequação da infraestrutura portuária para movimentação de cargas, bem como atração de outros empreendimentos complementares, gerando mais investimento na economia e tornando o ambiente econômico mais atrativo para outros grupos internacionais”. Além das mudanças promovidas no Estado, Maurício Laranjeira ressalta que a transição dos líderes da comercialização internacional ampliou o leque de países com os quais o Estado tradicionalmente compra ou vende. “Refletiu nos países com os quais mantemos relações comerciais, com o surgimento de novas nações como destino ou origem das nossas vendas e nossas compras, bem como com o aumento do comércio com países com os quais já tínhamos algum relacionamento comercial, mas cujos números aumentaram bastante devido aos automóveis, como é o caso das importações da Itália e do Japão”. Singapura, que é o principal mercado dos combustíveis de Suape, lidera como destino da maioria das exportações pernambucanas. Na sequência, entre os cinco primeiros lugares, estão países da América Latina que recebem veículos do polo automotivo, como Argentina, México e Chile. “Nos primeiros sete meses de 2022, exportamos cerca de US$ 270 milhões em automóveis, cerca de 18% do nosso total de US$ 1,5 bilhão

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Pesquisa aponta liderança de Pernambuco no volume das atividades turísticas no Nordeste

A Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo IBGE, aponta que Pernambuco assume a liderança na Região Nordeste na média do volume das atividades turísticas de janeiro a agosto de 2022. Entre os estados nordestinos que participam do levantamento, Pernambuco registrou 112,6 pontos, à frente da Bahia (104,0) e do Ceará (99,7). Nacionalmente, Pernambuco ocupa a terceira posição atrás apenas de Goiás (121,6) e Minas Gerais (115,5). A secretária de Turismo e Lazer de Pernambuco, Milu Megale, destaca ainda que o índice é superior à média nacional, que ficou em 92,8. “Os resultados comprovam que Pernambuco vive a plena recuperação de suas atividades turísticas, o que se reflete na geração de emprego e renda para as famílias pernambucanas. Estamos atentos aos índices, pois são importantes indicadores, que corroboram o caminho que seguimos, investindo na interiorização do turismo, na infraestrutura e na capacitação profissional para continuar recebendo bem os visitantes por todo Estado”, afirma. O IBGE apontou, ainda, no comparativo do mês de julho a agosto, a estabilidade das atividades turísticas, com índice de 1,2% de aumento. Nesse cenário e acompanhando a tendência nacional, Pernambuco cresceu 1%, sendo o único Estado do Nordeste que obteve crescimento positivo, uma vez que a Bahia registrou – 1,1% e o Ceará decaiu – 4,9%. O segmento do turismo segue se desenvolvendo com fôlego, gerando oportunidades de emprego e aquecendo a economia de todo o Estado, que se reflete em um PIB de 3.9%

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Uma década do polo automotivo de Goiana

Quais as mudanças e o que não mudou na cidade que recebeu um dos maiores investimentos industriais de Pernambuco no século? A Algomais inicia hoje a série de reportagens Uma década da chegada do polo automotivo. O projeto teve apoio da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da Meta Journalism Project, em parceria com o International Center for Journalists (ICFJ). *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com) Há 10 anos, o solo que por séculos foi destinado ao plantio da cana-de- -açúcar passou receber as obras de um conjunto de fábricas que em pouco tempo estariam produzindo veículos com tecnologia de última geração. Encabeçada pela Stellantis (fusão da Fiat Chrysler com a montadora PSA Group), o polo automotivo emprega mais de 13 mil pessoas, promovendo uma série de transformações em Goiana. Com um investimento bilionário, o empreendimento impactou também um cinturão de cidades vizinhas e mexeu até na balança comercial de Pernambuco. Os primeiros veículos só saíram da linha de produção há sete anos, mas as mudanças na economia e na rotina local começaram desde que os primeiros tijolos foram erguidos. A virada de chave da secular atividade agrícola praticada na região para dar lugar a um dos parques industriais mais avançados do mundo teve como um dos principais efeitos a mudança da perspectiva profissional dos jovens. Além da chegada de um grande player internacional, o município assistiu ao encerramento de duas grandes empregadoras do setor agro, as usinas Maravilha (no final de 2011) e Santa Tereza (2017), além da fábrica de Cimento Nassau (2017), essas duas últimas pertencentes ao Grupo João Santos. Uma mudança brusca de cenário que abriu caminho para a transição da matriz de empregos e da oferta de profissionais. Hoje, 85% dos trabalhadores que atuam na Stellantis são mão de obra local, de Goiana e de cidades vizinhas, como Igarassu e Itambé. Muitos filhos de pequenos comerciantes, agricultores ou pescadores passaram a integrar a linha de produção da empresa ou dos sistemistas, que fornecem peças e equipamentos. O polo emprega ainda profissionais das capitais do Recife e de João Pessoa. Weslley Vasconcelos (foto abaixo), 25 anos, é um dos jovens que aproveitou a oportunidade de ter uma multinacional na região para dar seus primeiros passos profissionais. Morador de Igarassu, município que fica a 30 quilômetros do polo, ele entrou aos 18 anos na fábrica. Em sete anos, foram sete promoções até sua posição atual de supervisão de logística. “Meu pai sempre trabalhou em indústrias, mas nunca teve formação. Minha mãe era camareira de um hotel. Eu saí do ensino médio direto para a planta e nesses anos eu só pude crescer. Fiz uma faculdade de administração. Sou a primeira pessoa da família com ensino superior. Hoje faço a gestão de 73 pessoas, sendo 80% delas daqui da região”, afirmou Weslley, que agora participa de um programa de desenvolvimento de jovens talentos da empresa para prepará-lo para os próximos passos na multinacional. Como morador da região, ele comenta que percebeu uma transformação forte principalmente em Goiana. “Tudo mudou na Mata Norte. Vemos hoje uma nova Goiana, com muito investimento em comércio, valorização das moradias, novos hotéis na região. Estamos num processo de transformação da capacitação também. Antigamente tudo era voltado para o setor agrícola, hoje está se voltando para a área industrial e automobilística. Há muito interesse dos jovens em investir neles mesmos, de se qualificarem para as oportunidades de emprego no polo”. Junia Morais, 21 anos, teve a oportunidade de viver uma experiência profissional no setor industrial e retornou para Goiana. Com formação técnica na área de segurança do trabalho, ela atuou em uma terceirizada do polo por um ano e três meses, antes de dar passos profissionais para fora do Estado. “Isso foi bom, me abriu um leque de oportunidades e networking. Surgiu uma oportunidade de trabalhar na Heineken em São Paulo, onde passei um tempo. Mas voltei agora para tentar um trabalho próximo de casa, da família. A principal mudança na cidade foi a movimentação, o comércio mudou bastante, temos hoje oportunidade de fazer novos cursos. Trouxe oportunidade para os goianenses”. A chegada do polo automotivo e de outros grandes empreendimentos, como a CBVP (Companhia Brasileira de Vidros Planos) e, em menor escala, a Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados), gerou empregos industriais e um efeito renda para o comércio e serviços que ampliou muito o estoque de vagas na cidade. Em 2011, último ano antes do início das obras de construção civil, eram 12.766 mil postos de trabalho registrados em Goiana. O dado mais atualizado, da Relação Anual de Informações Sociais, elaborado pela Agência Condepe-Fidem, no ano de 2020, foi de 21.733. Mesmo considerando a crise econômica, que se arrastou no Brasil a partir de 2015, o fechamento de grandes empregadores da região e a pandemia, o aumento no período foi de 70,2%. “Chegamos numa região onde não havia uma cultura automotiva. A região da cana-de-açúcar se abriu para o novo, com muita vontade de aprender e de crescer. Trabalhamos muito o desenvolvimento das pessoas para estabelecermos essa cultura automotiva, que é muito singular dentro da indústria. Hoje estamos em uma fase de consolidação, porque é um conhecimento que conseguimos formar. A gente tem a planta, mas é um polo que envolve diversas pessoas, outros produtos e tecnologias que compõem o carro. Os nossos produtos mostram a força da transformação que foi feita na região”, afirma Mateus Marchioro, o plant manager na Stellantis Goiana. Essa consolidação do polo, em paralelo às outras novas atividades que chegaram ao município, fizeram o PIB de Goiana crescer de R$ 1,2 bilhão em 2012 para R$ 10.2 bilhões em 2019. O crescimento registrado do primeiro ano das obras da fábrica em 2012 para 2019, que é o último ano com dados fechados do PIB municipal pelo IBGE, foi de 754%. “Em 2010, a participação da indústria da Mata Norte representava 4,4% do PIB industrial de Pernambuco. Em 2019, ela pulou para 19,1%. A região passou a participar com quase um quinto do valor agregado industrial. Hoje

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No mundo pós-pandemia, o trabalho ainda dignifica o homem?

Passada a pandemia, as pessoas estão demonstrando novas formas de encarar a vida produtiva. Desde o confronto da cultura da alta performance nas empresas até a priorização dos objetivos pessoais em detrimento do emprego, os profissionais da pós-pandemia demandam outras formas de relação com o trabalho. Por outro lado, nem todos os contratantes estão entendendo essas mudanças. A primeira mudança de comportamento é o great resignation, a grande demissão em tradução livre. Aconteceu durante a pandemia em muitos países quando os trabalhadores decidiram não retornar aos seus empregos após o lockdown, em busca de oportunidades menos estressantes. No Brasil, entre julho de 2021 e julho de 2022, cerca de 500 mil pessoas pediram demissão por mês. É o dobro do registrado nos anos anteriores à pandemia, de acordo com o estudo da Lagom Data e da revista Você S/A. Outro comportamento pós-pandemia no mundo do trabalho é o quiet quitting. Quando traduzido ao pé da letra, o termo significa “demissão silenciosa”. Mas, ao contrário do que parece, quem se comporta assim não tem intenção de pedir as contas. Na prática, esse tipo de profissional fica esperando o tempo passar, acessando redes sociais e aguardando a hora de largar, em vez de executar as atividades para as quais foi contratado. Um tipo de “operação padrão” em protesto à falta de perspectiva para evolução da carreira. Uma tendência também é o acting your wage, ou trabalhar com esforço proporcional ao salário. A ideia é que, se a empresa não oferece incentivos e um ambiente saudável, não há motivo para se esforçar além do limite. Nesse caso, o trabalhador faz apenas o que foi contratado para fazer — e nada mais. Em outras palavras, é o profissional que não “veste a camisa”, que não dá o “sangue pela empresa”. O protesto dessa vez é contra as condições não ideais de trabalho. Com a explosão da modalidade remota, alguns profissionais adotaram também o cyberloafing. É o trabalho para vários contratantes, ao mesmo tempo, e que pode ser feito sem sair de casa, porém de remuneração mais baixa. Dessa maneira, esse trabalhador evita o tempo desperdiçado com deslocamento e não gasta com alimentação em restaurantes. O esperado nesse modelo é o aumento da remuneração total e a melhora da qualidade de vida, atuando apenas em home office. O great resignation, o quiet quitting, o acting your wage e o cyberloafing podem não parecer novos, pois muitos trabalhadores já se comportavam assim antes mesmo da pandemia. A diferença é que, depois do Covid-19, essas atitudes passaram a ser mais conscientes e não mais isoladas. Fazem parte de um comportamento intergeracional e estão presentes em diversos países, até mesmo quando o mercado apresenta crise, com alta taxa de desemprego, como é o caso do Brasil. A conclusão é que o trabalho está deixando de ser prioridade. As pessoas estão em busca de outros objetivos na vida. Elas procuram realização pessoal, priorizam a saúde mental, mais tempo com a família etc. Não estão mais dispostas a encarar ambientes corporativos de alta competitividade, cargas horárias extensas e exaustivas, sem um propósito alinhado com seus interesses. Apesar disso, nem todas as empresas estão dando a devida atenção aos sinais claros de mudança que a pandemia gerou no mercado. Insistem em oferecer modelos de trabalho do passado. Algumas, inclusive, que atuaram em home office durante a pandemia, estão obrigando seus integrantes a retornarem ao trabalho presencial, sem oferecer alternativas ou flexibilidade, como o modelo híbrido. As empresas não estão compreendendo que um profissional equilibrado entre a vida pessoal e o trabalho tende a elevar a produtividade, o engajamento e, principalmente, a lealdade à empresa. Nessa direção, é preciso rever a medição de desempenho baseada apenas no cumprimento de horários e em metas operacionais e financeiras. Proporcionar melhores condições de trabalho, que privilegiem a saúde mental, por exemplo, se tornaram uma exigência para atrair e manter talentos no futuro pós-pandêmico. Outra forma de avaliar essas mudanças de comportamento é uma resposta inconsciente dos profissionais ao que vem sendo desenhado para o futuro do trabalho. Diante da perspectiva de que máquinas e algoritmos farão a maior parte das atividades pesadas e repetitivas, o novo modo de agir dos trabalhadores demonstra uma antecipação do cenário em que os humanos terão mais tempo livre para atividades intelectuais, sociais e de lazer. O pensamento de que o “trabalho dignifica o ser humano”, do sociólogo alemão Max Weber, parece estar perdendo, aos poucos, o sentido.

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Pernambuco anuncia retomada da autonomia do Porto de Suape

Nesta segunda (3), o Ministério da Infraestrutura assinou oficialmente o documento que devolve a autonomia do Porto de Suape ao Estado de Pernambuco. No novo formado, a política portuária do País e o planejamento do setor ficam a cargo do governo federal, enquanto a operação de cais e píeres, além de contratos de arrendamentos e estabelecimento de tarifas, ficam sob a direção da Autoridade Portuária. “A autonomia vai dar mais celeridade aos processos, tornando Suape um porto ainda mais competitivo para atrair empresas e novas cargas, com impacto direto na economia do Estado e na geração de emprego e renda para o povo pernambucano”, assegurou o governador Paulo Câmara. “Com a retomada da autonomia, Suape readquire a competência para a condução de estudos, elaboração de editais, realização dos procedimentos licitatórios e a celebração dos contratos relativos aos arrendamentos portuários com mais agilidade e menos burocracia. O complexo também passará a ser responsável pela aprovação das expansões e adensamento de áreas, além de prorrogações antecipadas de contratos em vigência e reequilíbrios contratuais”, pontua o diretor-presidente da estatal portuária, Roberto Gusmão. Há anos esse processo vinha se arrastando e atrapalhando a celeridade da tomada de decisões do Porto de Suape. A Algomais, na edição 198.4, antecipou o impacto dessa medida na competitividade do complexo. (Foto: Rafael Medeiros / Divulgação)

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Confiança no varejo pernambucano encerra o terceiro trimestre em alta

Segundo a Fecomércio-PE, em setembro o ICEC alcançou 125,8 pontos no estado de Pernambuco, registrando variação mensal de 3,3% em relação a agosto e variação anual de 10,8% em relação a setembro de 2021. O resultado deste mês alcançou pela primeira vez o patamar observado no início de 2020, antes da pandemia de Covid-19. O resultado é muito importante para a economia do estado, pois aponta que mesmo com as condições pouco favoráveis ao consumo os empresários do comércio ainda vislumbram boa movimentação no comércio com os eventos do quarto trimestre. Pernambuco: Índice de Confiança do Empresário do Comércio, consolidado e componentes (valores em pontos) - setembro/2020 a setembro/2022 Fonte: CNC. Quando se observa os componentes do indicador, verifica-se que a percepção sobre a situação atual avançou positivamente em 2,0% na comparação mensal e 13,2% na comparação anual, chegando a 107,9 pontos. Esse componente avança e paulatinamente se aproxima do patamar observado antes da pandemia, mesmo com os resultados do volume de vendas apurados pelo IBGE registrando queda considerável na atividade do comércio em 2022. O componente que avalia as expectativas sobre os próximos meses também registrou variação positiva, de 5,9% na comparação com o mês imediatamente anterior e de 9,4% na comparação com mesmo mês de 2021. O resultado é reflexo de um avanço da proporção de empresários do comércio que esperam um ambiente “melhor” para a economia brasileira nos próximos meses, que era de 79,1% em agosto e chegou a 84,6% em setembro. O componente que avalia as intenções dos empresários no curto prazo também oscilou positivamente em setembro, embora com variação muito pequena, saindo de 109,4 para 110,4 pontos. Não obstante o lento avanço, esse componente já se encontra em patamar superior ao observado antes da pandemia, quando alcançava 104,2 pontos. O resultado, segundo a pesquisa, vem refletindo a perspectiva de novos investimentos em estoque e ampliação das atividades, possivelmente influenciado pela expectativa sobre as vendas de final de ano. Para os próximos meses, fica a expectativa do empresariado de que o otimismo expresso nos últimos meses se converta em melhores resultados para o varejo até o final do ano.

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Novo Atacarejo inaugura loja em Bezerros e gera 350 empregos

Com 15 lojas em funcionamento, a rede pernambucana Novo Atacarejo abre hoje (29/09) sua primeira loja em Bezerros, cidade localizada no Agreste e a cerca de 101 quilômetros do Recife. “Estamos em expansão no Estado, com um planejamento sólido e distribuindo nossa operação tanto na Região Metropolitana quanto em outros municípios pernambucanos”, adiantou o diretor de Marketing, Milton Amorim. Esta será a décima unidade em operação no interior e a 16ª instalada do Estado, em três anos de existência.  O Novo Bezerros fica na Avenida Otávio Pessoa Souto Maior, s/n, no bairro de São Pedro. Instalada na área central da cidade, a unidade está gerando 250 empregos diretos e cerca de 100 indiretos. Com foco na pessoa jurídica e também disponível à pessoa física, a nova loja -  toda climatizada - vai atender comerciantes da região, além de empreendedores nas diversas áreas e que geram renda com alimentação e também famílias.

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Novos investimentos de Suape: o mar está para negócios

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais Nos próximos dias o Porto de Suape terá formalmente a retomada da sua autonomia, perdida em 2013, após a aprovação da Lei dos Portos. A novidade, aguardada há alguns anos, promete acelerar as tomadas de decisão na gestão do complexo e garantir maior celeridade em vários processos. Os bons ventos para o principal ancoradouro pernambucano em 2022 vão muito além desse anúncio. Os avanços no projeto de construção de um novo terminal de contêineres, a aposta no novíssimo polo de Hidrogênio Verde e a chegada de um aporte bilionário no setor farmacêutico são indicativos do novo ciclo de investimentos para a década, que tem ainda uma ferrovia para destravar no horizonte. “O domínio sobre a gestão do porto é de fundamental importância para se alcançar agilidade nas ações e, consequentemente, ter aumento de sua competitividade, pois com a autonomia, o Porto de Suape consegue desburocratizar e acelerar os processos licitatórios, atrair novos investidores para a expansão da infraestrutura do gás e, a longo prazo, se consolidar como um dos principais polos de hidrogênio verde. A falta da autonomia torna mais morosa essa busca do Porto de Suape”, avalia o economista da Fiepe, Cézar Andrade. Para exemplificar a diferença na velocidade na gestão com essa mudança, Roberto Gusmão, presidente do Complexo de Suape, explica que um processo de arrendamento portuário de 25 anos demora em média dois anos e meio. Com a autonomia de Suape, o mesmo processo poderia durar apenas seis meses. “Não tem como sermos atrativos para outros players com tamanha burocracia. Não por falta de vontade ou competência para fazer isso, mas a agilidade é maior com quem está perto. A retomada da autonomia será a cereja do bolo de um conjunto de ações deste ano para aumentar a competitividade do porto”, afirma. Leia a reportagem na íntegra na edição 198.4 da Revista Algomais: assine.algomais.com

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Ímpeto de consumo segue estagnado em setembro, diz Fecomércio-PE

(Da Fecomércio-PE - Foto: Alepe/Breno Laprovítera) Segundo o recorte local realizado pela Fecomércio-PE, o índice de Intenção de Consumo das Famílias pernambucanas (ICF-PE) oscilou ligeiramente para cima em setembro, voltando ao patamar observado em junho e julho deste ano. Com o resultado de 82,3 pontos, o índice mante-se estável na média dos últimos 6 meses (desde abril). Nesse sentido, o ICF-PE vem sinalizando certa estagnação no ímpeto de compras em dois trimestres consecutivos, ou seja, de abril a junho e de julho a setembro. Observando o gráfico da série histórica recente, é evidente a trajetória de recuperação ocorrida desde agosto de 2021 até abril de 2022, e logo em seguida uma tendência de desaceleração a partir de maio. Destaca-se ainda que mesmo com os avanços recentes o índice ainda se encontra abaixo do nível observado no período pré-pandemia, quando superava 85 pontos, e muito aquém do nível considerado de otimismo para o consumo, que é de 100 pontos ou mais. Pernambuco: evolução do ICF (valores em pontos) – dezembro/2019 a setembro/2022 Fonte: CNC. Elaboração Fecomércio-PE. Entre os fatores que explicam a estagnação do indicador, ressaltam as incertezas sobre os rumos da economia nos próximos meses, especialmente após a eleição presidencial, cujo rumo traz diferentes expectativas às classes de consumidores, sobretudo quanto a condução de políticas para geração de emprego, distribuição de renda e incentivos ao consumo. Nos próximos meses, em função desse ambiente de incertezas, a tendência é de que o índice de consumo permaneça estável ou volte a avançar apenas lentamente. O avanço nos meses anteriores, principalmente entre maio e julho, estiveram muito atrelados ao movimento do mercado de trabalho formal, que passou a registrar bons resultados no estado, com saldo positivo de empregos (admitidos subtraídos de desligados) em todos os setores. Pernambuco: saldo mensal do emprego formal – janeiro/2022 a julho/2022 Fonte: MTP. Elaboração Fecomércio-PE. Com efeito, apenas dois subíndices do ICF-PE se encontram no patamar de satisfação ou otimismo (100 pontos ou mais), e entre eles se encontra o subíndice que aborda a situação atual da empregabilidade, que alcançou 101,4 pontos em setembro, com avanço de 1,2% na comparação com agosto e de 24,7% na comparação com setembro do ano anterior. A retomada mais intensa das atividades, sobretudo nos serviços de atividades aglomerativas, como espetáculos artísticos e eventos esportivos, e o dinamismo dos serviços de transporte, seja de pessoas ou na área de logística, também têm contribuído para o crescimento da ocupação no estado, embora carregados de informalidade. Sobre esse aspecto, destaca-se que a PNAD/IBGE registrou 52% da população ocupada do estado em situação de informalidade, seja trabalhando por conta própria ou em atividades do setor privado e sem carteira assinada. Nesse sentido, o desempenho no mercado de trabalho não tem sido suficiente para melhorar substancialmente a situação financeira das famílias, uma vez que a recolocação profissional nos serviços tende a ocorrer com menor nível salarial e o crescimento da ocupação via informalidade também ocorre com menor nível de rendimentos, já afetados pela alta consistente de preços ao consumidor (IPCA) desde o segundo semestre de 2020. Sobre esse aspecto, a PNAD/IBGE mostra que a renda da população ocupada no estado totaliza 6 semestres consecutivos em queda Brasil e Pernambuco: variação (%) da massa de rendimentos da população ocupada – 1 semestre de 2019 ao 1° semestre de 2022 (base: mesmo período do ano anterior) Fonte: IBGE. Elaboração Fecomércio-PE. Na contramão da intenção de consumo, as famílias continuam apontando a possibilidade de continuar realizando gastos com o uso de crédito, fato que é corroborado pelo resultado do subíndice que aborda a propensão a compras a prazo, outro componente que superar os 100 pontos, ao lado do componente sobre o emprego atual. Esse movimento se deve justamente ao fato de que, com o aumento generalizado de preços, muitas famílias recorrem à armadilha dos cartões de crédito para compensar a perda do poder aquisitivo e o orçamento apertado em determinado momento do mês, o que acaba comprometendo os meses seguintes, sobre o qual não existe certeza de que a renda será suficiente para quitar os débitos além dos gastos correntes mais essenciais, com moradia e alimentação, que em média compõem 2/3 das despesas domésticas segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF/IBGE). Pernambuco: ICF e subíndices - setembro/2021, agosto/2022 e setembro/2022 ICF e Componentes (sub-índices) Set/21 Ago/22 Set/22 Variação Mensal * Variação Anual ** ICF Geral 67,7 81,6 82,3 0,9% 21,6% Emprego atual 81,3 100,2 101,4 1,2% 24,7% Renda atual 77,9 97,0 98,9 1,9% 27,0% Nível de consumo atual 52,0 65,7 66,8 1,7% 28,5% Compra a prazo 92,4 100,1 101,6 1,4% 9,9% Momento para duráveis 57,0 63,1 61,4 -2,8% 7,7% Perspectiva profissional 63,8 83,1 86,1 3,5% 34,9% Perspectiva de consumo 49,7 62,0 60,2 -2,8% 21,2% Fonte: Pesquisa direta CNC. Elaboração Fecomércio-PE. Nota: * base: mês imediatamente anterior; ** base: mesmo mês no ano anterior. Nesse contexto, observa-se que o componente que avalia a perspectiva de consumo para os próximos meses se deteriorou entre agosto e setembro, com variação de -2,8%, o mesmo ocorrendo com a avaliação sobe a aquisição de bens duráveis. Ambos os componentes atualmente se encontram no nível mais baixo em relação ao ICF consolidado (60,2 pontos e 61,4 pontos, respectivamente).

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ABAV Expo movimentou o trade turístico e gerou negócios no setor

Pernambuco voltou a receber a ABAV Expo, a maior feira do setor de turismo do País, após 20 anos. A procura pelo evento fez com que a rede hoteleira do Grande Recife (Olinda, Jaboatão e a capital) atingisse uma ocupação de 90%, segundo pesquisa realizada pela Setur e Empetur. O evento atrai profissionais de vários Estados e é uma grande vitrine para fechar negócios e animar toda a cadeia produtiva. Recife teve um espaço de muito destaque, mas vários municípios pernambucanos tiveram a oportunidade de se apresentar, como Olinda, Ipojuca e mesmo cidades do interior, mais focadas no turismo regional, marcaram presença. "Muitas pessoas se hospedaram para o litoral, para Porto de Galinhas, por exemplo, porque os hotéis lotaram. Muitos chegaram no final de semana para aproveitar a cidade. É incrível para a movimentação na região, que aquece o turismo agora, nos próximos meses e até 2 ou três anos para frente. Muitos hoteleiros comemoraram ter fechado muita coisa, disseram que a alta estação e o reveillón foram bastante vendidos", afirma a secretária de turismo de Pernambuco, Milu Megale. Segundo dados da organização da feira, mais de 25 mil pessoas circularam no evento até às 17h da sexta-feira. Os principais destinos emissores dos visitantes para Pernambuco no período da ABAV foram: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Alagoas. E do exterior, Itália, Holanda e Estados Unidos. A pesquisa revelou que a permanência média de três dias e que 73% dos entrevistados recorreram ao serviço das agências de viagens para vir ao Estado. Milu Megale lembrou que a ABAV Expo foi o último grande evento do Centro de Convenções de Pernambuco na gestão do Governo do Estado. O equipamento está prestes a ter a sua administração passada para a iniciativa privada, por uma concessão de 35 anos para o Consórcio CID Convenções Pernambuco. AÉREO E TEMPORADA DOS NAVIOS Milu Megale celebrou o salto que o Estado deu com o aumento de voos para o Recife em 2022, em especial as conexões internacionais. "Estávamos apenas com voo internacional da TAP, que começou no final do primeiro semestre. Mas conseguimos a Gol operando para Buenos Aires, que é um mercado muito bom para a gente. Esse voo começa dia 3 de dezembro. E conseguimos uma parceria com a Azul para começar no próximo mês um voo para Montevidéu e para Flórida, com Fort Lauderdale, Miami e Orlando. Vamos fechar em 5 destinos internacionais. Isso será muito bom para um ano tão difícil como esse!". Outra novidade para o Estado será o retorno da temporada dos navios. Milu Megale afirmou que já existem 20 com passagem confirmada pelo Recife. A secretária comemorou a reativação desse segmento do turismo, mas disse que a luta do Estado será para fazer da capital pernambucana o ponto de saída e retorno dos cruzeiro, não apenas de passagem.

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