Iperid – Página: 5 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Iperid

“Presença de uma comunidade consular tão diversa torna a paradiplomacia uma atividade alcançável e importante em PE”

João Canto, recém aprovado para o cargo de diretor-executivo do Iperid, fala nesta entrevista ao jornalista Rafael Dantas sobre a sua trajetória no campo das relações internacionais, sobre os planos do instituto e destaca as possibilidades da paradiplomacia em Pernambuco e nos municípios locais. Como você avalia a atuação do Iperid nesses primeiros anos de funcionamento como um think tank de relações internacionais e diplomacia? O IPERID nasceu com o propósito de ser o primeiro think tank de relações internacionais e diplomacia do Nordeste, promovendo, incentivando e articulando a temática com diversos setores da sociedade tais como a comunidade consular, academia, empresarial e política, conforme estabelece seus pilares centrais. A atuação do IPERID durantes seus primeiros anos tem sido, basicamente, de estabelecer o Instituto de forma a ser reconhecido pelos segmentos citados e disponibilizar o nosso conhecimento ao mercado, seja público ou privado, gerando massa crítica e soluções em nosso core business. Você foi apresentado recentemente como diretor executivo do Iperid. Quais as suas atribuições neste cargo e quais os seus planos nessa gestão em 2022? Fui alçado e aprovado pelos fundadores do IPERID ao cargo de diretor-executivo recentemente. O objetivo, além de apoiar a presidência nos projetos que estamos desenvolvendo, é conduzir a organização interna da pessoa jurídica do Instituito, a fim de possamos adaptar melhor a natureza juridica e tributária do think tank aos projetos que temos desenvolvido com diferentes entes e parceiros. Além disso, também tenho a função de conduzir nossos fellows a desenvolver projetos, artigos, e conhecimento acerca de de nosso core de forma acessível ao público geral. O propósito final permanece o de estabelecer o IPERID como top of mind no assunto através de sua atuação diversificada. Como começou a sua trajetória nesse campo das relações internacionais? Sou formado em relações internacionais em 2010, e atuo na área de negócios internacionais desde 2008. Sempre foi algo que busquei profissionalmente, de promover o comércio com diferentes países e culturas, aproximado Pernambuco do restante do mundo sem termos que passar pelo eixo Rio-SP, como é o habitual no Brasil. Por sorte, tive o privilégio de experimentar experiencias profissionais na iniciativa privada e pública, compreendendo diferentes formas de abordar e atuar na área das relações internacionais, desde o comércio exterior, passando por negociações internacionais, até o relacionamento com consulados focados em aproximar Pernambuco do restante do mundo. Até hoje tem sido uma experiência ímpar! Neste percurso, conheci e abracei a iniciativa do IPERID através de Rainier Michel, atual presidente e Cônsul da Eslovênia, onde venho colaborando até os dias de hoje! Na sua opinião, quais as vantagens para o Estado de Pernambuco o fato do Recife abrigar tantos consulados e como tem amadurecido a paradiplomacia? Historicamente, Pernambuco tem uma atuação internacional muito importante, desde os primórdios do Brasil. Há mais de 200 anos recebemos a nossa primeira representação consular, em 1815, dos Estados Unidos, que colaborou com a Revolução Pernambucana de 1817, marco da história do nosso povo e Estado. Ainda , devido a nossa importância histórica, econômica e a proximidade geográfica com os continentes europeu, norte americano e africano, isso colaborou, sem sombra de dúvidas, a nos tornamos o centro diplomático do Nordeste atualmente. Para Pernambuco, possuindo esta comunidade consular tão diversa, torna a Paradiplomacia uma atividade possível, alcançável e, sobretudo, importante de ser efetuada, tanto pela esfera municipal quanto pela estadual. Além disso, o nosso setor produtivo pode, de forma autônoma e independente, acessar esta comunidade consular para fins comerciais, econômicos e culturais com as representações. Inclusive, justamente pela própria natureza da paradiplomacia, o IPERID pode ser um canalizador ou promotor de ações e iniciativas para diferentes interessados, seja no fluxo de demandas locais para o estrangeiro como também demandas internacionais, para acessar soluções locais, sempre através da nossa comunidade consular local. Importante frisar que o IPERID possui e mantém excelente relação institucional com a representação dos consulados estabelecidos em Pernambuco.

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Vice-prefeita Isabella de Roldão representa o Recife em Congresso Mundial do ICLEI na Suécia

Evento reúne gestoras e gestores públicos de diversas partes do mundo para promover a troca de informações e experiências, além de estabelecer parcerias estratégicas (Da Prefeitura do Recife) Como coordenadora das relações internacionais da Prefeitura do Recife e embaixadora para a América do Sul da Cities Climate Finance Leadership Alliance, a vice-prefeita Isabella de Roldão representa a cidade no Congresso Mundial do ICLEI Governos Locais pela Sustentabilidade, que ocorre esta semana em Malmö, na Suécia. O evento reúne gestoras e gestores públicos de várias partes do mundo para promover a troca de informações e experiências, além de estabelecer parcerias estratégicas. O Recife integra a rede do ICLEI desde 2013, quando a cidade foi incluída no Projeto Urban-LEDS I, para elaboração de estratégias de desenvolvimento urbano sustentável de baixo carbono. De lá para cá, a cidade tem avançado firmemente, com uma agenda climática ativa e ambiciosa, que está sendo compartilhada em Malmö. “Fomos a primeira capital do País a declarar, via decreto municipal, reconhecimento à emergência climática global que ameaça a Humanidade e também incorporamos a disciplina de sustentabilidade na grade curricular das nossas escolas municipais. Junto com o ICLEI, elaboramos o nosso Plano Local de Ação Climática (PLAC), tendo como norte a neutralização de emissões de gases do efeito estufa até 2050, a partir de quatro eixos: mobilidade, saneamento, energia e resiliência”, diz Isabella de Roldão, que viajou a Malmö a convite do ICLEI, com todas as despesas custeadas pelo evento. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do ICLEI América do Sul, Geraldo Julio, também participa do Congresso. Ontem (11), Isabella de Roldão palestrou em painel sobre o projeto ProUrbano – Seguro de Infraestrutura Urbana. Recife foi a primeira cidade da América Latina escolhida para participar da iniciativa de criação de um seguro contra desastres climáticos, projeto liderado pelo ICLEI e financiado pelo governo alemão, por meio do KfW – Banco de Desenvolvimento em nome do Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento. A adesão à iniciativa ocorreu durante o Congresso Internacional de Resíduos Sólidos (Cirsol) e o I Encontro Nacional do ICLEI Brasil, sediados no Recife em março. “O nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável tem se traduzido em ações como a implantação de iluminação de LED em toda a cidade e a instalação de uma usina fotovoltaica no Hospital da Mulher, assim como a ampliação contínua da nossa malha cicloviária e o lançamento do programa Eco Recife, para zerar o consumo de material plástico descartável no serviço público municipal. Recentemente, nos tornamos Nó de Resiliência da iniciativa internacional Construindo Cidades Resilientes (MCR 2030), pela maturidade de projetos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, como o Mais Vida nos Morros, o Reciclamais, o Parceria e o Parque Capibaribe”, completa a vice-prefeita. Isabella de Roldão é uma das convidadas de honra de jantar que ocorre nesta quarta-feira na Prefeitura de Malmö, a convite da primeira prefeita eleita na cidade, Katrin Jammeh. “A pauta de gênero tem toda a relação com as mudanças climáticas, afinal são principalmente as mulheres que sofrem com as suas consequências, uma vez que 70% das pessoas que vivem em condições de pobreza no mundo são mulheres. Quantas mais de nós estivermos em espaços de poder e decisão, mais temos a chance de trabalhar por igualdade e justiça social e climática”, pontua. Entre outras atividades, a vice-prefeita tem participação confirmada nos próximos dias nos painéis “Juntos para agir: Cidades, vilas e comunidades por todos” e “Aprendendo com os hubs de resiliência MCR2030”. Mais detalhes sobre a programação podem ser obtidos no site https://worldcongress.iclei.org.

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As nossas guerras cibernéticas

*Por Marcos Alves Da terra…. Na noite do 26 ao 27 de Abril a Internet Francesa sofreu “cortes” de grande escala. A rede ficou fora do ar em várias regiões e cidades do país e deixou as operadoras totalmente saturadas, incapazes de fornecer acesso aos usuários e muito menos explicar o porquê dessa situação. Se descobriu rapidamente que a os cabos de fibra ótica por onde circula o sistema foi cortado em localidades distintas da França e isso a poucos minutos de intervalo. Várias fonte oficiais e não oficiais já admitem que isso possa ter sido um ciberataque. Difícil determinar quem está na origem dessa sabotagem e se pode haver recidiva, mas ela demostra também os limites da proteção das redes físicas dos nossos sistemas de comunicação internet. Para o mar…. Relembramos que no início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, países ocidentais mencionaram várias vezes o risco de Moscou cortar os cabos submarinos da internet e assim poder provocar um blackout da rede. Eles faziam referência ao navio russo Yantar, oficalmente um navio de pesquisa oceanográfica, mas considerado pelas autoridades ocidentais como um potencial navio espião com mini submarinos capazes de descer a 6000m de profundidade e avistado na Irlanda, perto das zonas dos cabos transatlânticos. 99% do tráfego mundial é efetuado por via desses cabos. São 420 cabos pelo mundo percorrendo 1,3 milhões de km que asseguram as conexões mundiais. Por isso os fundos submarinos são hoje um verdadeiro campo de enfrentamento e altamente protegidos. Esses cabos também permitem espionar, como por exemplo entre 2012 e 2014, quando os Estados Unidos conseguiram grampear a chanceler alemã, Angela Merkel, conectando-se aos cabos que iam para a Alemanha. Três empresas se repartem o mercado mundial do seguimento, sendo a Alcatel Submarine Network a líder, com sede em Calais, no Canal da Mancha. A empresa, afirma que para a manutenção de toda sua rede ela dispõe de 3 barcos navegando pelo mundo…maravilha! Até o espaço…. Em Fevereiro deste ano, o exército francês realizou uma simulação de corte dos cabos entre as suas ilhas nas Antilhas e a França, utilizando meios alternativos de comunicação por via de satélites. Porém, esse sistema também tem suas falhas. No dia do ataque Russo à Ucrânia o satélite KA-SAT foi alvo de um ciberataque confirmado pelo Comando Espacial Francês que atingiu milhares de casas que ficaram sem TV, mas também atingiu profisionais e instalações sensíveis. Cerca de 10.000 clientes da rede NordNet tiveram seus modems atingidos e desabilitados. O corte durou quase dez dias na França, até terem conseguido trocá-los todos. Clientes da rede FAI na Europa passaram pela mesma situação, neste contexto de tensão por falta de peças e componentes eletrónicos para fabricar novos aparelhos. Na Alemanha, 3000 eólicas foram atingidas. Elas continuaram a funcionar, porém, sem possibilidade de serem controladas a distância. Esse satélite foi escolhido por hackers, por ser fortemente utilizado como acesso à internet pelo exército ucraniano. Atacá-lo era um bom meio de perturbação só que acabou provocando “ciberdanos colaterais” como o mencionou o governo Alemão. *Marcos Alves é fellow do Iperid

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Governo do Japão doa equipamentos médicos para o LIKA/UFPE

Como parte das medidas de apoio do Governo Japonês ao enfrentamento à pandemia do Covid-19 no Brasil, o Governo do Japão decidiu fornecer equipamentos médicos e realizar apoio técnico ao Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O apoio foi prestado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) com base nas solicitações apresentadas pelo Governo Brasileiro ao Japão e fundado nas relações de cooperação e amizade entre os dois países, visando à contribuição japonesa ao fortalecimento do sistema de saúde brasileiro. No dia 5 de maio, no auditório do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz) – UFPE foi realizada a cerimônia de entrega do Termo de doação na UFPE, com a presença do Reitor e Vice-reitor da UFPE, o Cônsul-geral do Japão em Recife, Hiroaki Sano, e o representante-chefe da JICA Brasil, Masayuki Eguchi. O LIKA foi inaugurado em 23 de abril de 1986 e recebeu este nome em homenagem ao cientista da Universidade de Keio no Japão, professor Keizo Asami, falecido meses antes da inauguração. O professor Keizo Asami foi um dos principais envolvidos no projeto de cooperação técnica que apoiou o estabelecimento do LIKA e as atividades de pesquisa sobre doenças parasitárias tropicais. Há uma longa relação de cooperação entre a JICA e o LIKA, incluindo o “Curso Internacional sobre Doenças Tropicais” no âmbito do Programa de Treinamento para Terceiros Países, recebendo participantes de países latino-americanos e países africanos de língua portuguesa. Assim, o LIKA contribuiu para a difusão dos resultados da cooperação japonesa não apenas no Brasil, mas também para o mundo. No dia 25 de abril deste ano, o LIKA transformou-se em Instituto Keizo Asami

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Exposição japonesa e novos mangás no acervo da Biblioteca do Estado

Hoje, dia 15 de março, a Biblioteca do Estado de Pernambuco recebe a doação de 791 mangás da Fundação Japão de São Paulo Recife, em um evento de entrega às 16h. No mesmo local acontecerá uma exposição de calendários que ficará disponível até o 14 de abril. A partir de amanhã (16), os interessados na cultura japonesa podem ter acesso a este novo acervo na Biblioteca do Estado.

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O conflito Rússia x Ucrânia e os impactos para Pernambuco e o Nordeste

O amor é como a guerra, fácil de começar e muito difícil de terminar. As relações internacionais, baseadas na diplomacia econômica, nunca estiveram tão em evidência como com o conflito entre a Ucrânia e Rússia. Se todos os países já tivessem adotado a diplomacia econômica nas suas relações internacionais muitas guerras e conflitos poderiam ser evitados, pois está baseada nos impactos ambientais, sociais e geopolíticos, não apenas no comércio exterior. Como ainda subsidiamos, transferimos indústria e ou tecnologia ou importamos produtos de países que não praticam a ESG, direitos humanos ou respeito às leis ambientais em pleno século XXI? Os organismos internacionais são diversos e representativos desta nova ordem mundial? Muitos perguntam como este conflito na Europa central afetará o Brasil, Nordeste e Pernambuco, assim coloco algumas reflexões abaixo. Como região Nordeste, dentro do conceito logístico, historicamente temos “importado mais que exportado” tanto dentro do Brasil quanto com o mundo, assim o nosso custo de frete, naturalmente é mais caro, pois na “volta” o caminhão ou ainda o navio volta com pouca mercadoria ou ainda precisam aguardar para fechar um embarque. Mesmo com os dados positivos relativos ao mês de janeiro da balança comercial de Pernambuco, de acordo com dados do Ministério da Economia, com um aumento de 72%, precisamos olhar com uma visão crítica e muito cuidado, pois este resultado é anterior ao conflito Ucrânia/Rússia e o saldo final da balança comercial do Estado continua deficitário em US$ 250 milhões e em 2021 foi de US$ 265 milhões. Temos naturalmente uma pressão inflacionária do lado da demanda, disrupção das cadeias produtivas, já combalidas após dois anos de Covid-19. Os preços dos dois barris de referência (Brent e WTI) para o petróleo no mundo já dispararam e já passam dos US$ 100. Assim toda a cadeia produtiva e de logística que depende deste insumo terão os seus preços ajustados. Apesar desde cenário desafiador, dentro de nossa matriz exportadora, poderemos aproveitar esta situação pois as commodities estão subindo mesmo com o aumento e interrupção de importação da venda de fertilizantes da Rússia e Belarus. A guerra entre a Ucrânia e Rússia pegou o mundo em um momento extremamente desfavorável do ponto de vista econômico e logístico. Os países precisam cada vez mais reavaliar o conceito de indústria com perfil de segurança nacional assim como melhoria do sistema de estoques regulatórios pois acredito que teremos mais conflitos em outras regiões no futuro próximo. *Rainier Michael é Presidente do Iperid e cônsul da Eslovênia

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Publicação apresenta experiências e desafios da carreira dos diplomatas

*Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais Os Diplomatas e suas histórias é uma coleção de crônicas escritos por vários diplomatas brasileiros e por alguns estrangeiros, que narram fatos, reflexões e os dilemas dessa carreira que é valorizada, mas pouco conhecida da maioria dos brasileiros. O livro foi organizado pela embaixadora brasileira Leda Lúcia Camargo – que já atuou em embaixadas de Washington, Buenos Aires, Roma e na missão junto à União Europeia em Bruxelas – e publicado pela editora Francisco Alves. “O exercício da carreira de diplomata é desconhecido pelas pessoas: a ideia limitada que poucos têm dessa atividade é a de que é cercada de vantagens, uma fantasia de viagens, e desconhecem que nosso dia a dia traz inúmeros sacrifícios, também para filhos e cônjuges, com mudanças a cada 3 anos, e que o desgarro constante faz perder afetos, apesar da imensa honra de representar o país 24h por dia, 7 dias por semana. Trabalha-se com discrição, e certa confidencialidade, para não ser submetido a pressões, e às vezes se é mal interpretado. Os diplomatas têm sempre presente que a carreira é uma instituição de Estado e não de Governo e que precisam prestar contas à sociedade, através da imprensa e formadores de opinião, e por isso os autores, mesmo com pequenas crônicas, se dispuseram a revelar, com suas experiências, que bons princípios prevalecem, que a politica externa é regida por valores de nação e que amadorismo diplomático custa caro”, afirmou a organizadora. A embaixadora conta que o livro foi escrito para o público em geral, que terá a oportunidade de conhecer um pouco do que fazem os diplomatas que ao promover a cultura, o turismo, as exportações, atrair investimentos, estão protegendo o emprego de seus concidadãos, sua autoestima e a imagem positiva do país. “As histórias mostram um pouco que os temas com que trabalhamos atingem o cotidiano das pessoas, de antirretrovirais à importação e exportação de produtos agrícolas da mesa diária, da necessidade ou não de vistos para viajar à proteção de nacionais no exterior. Neste momento do terrível ataque russo à Ucrânia, alguém lembra que enquanto tantos querem sair do vitimado país, os funcionários do Itamaraty lá permanecem – e durante esse caos ainda são reforçados com outros- para tentar facilitar os que precisam ajuda?” Entre os 25 autores que compartilharam suas experiências no livro estão o ex-chanceler Celso Amorim, Rubens Rícupero, Marcos Azambuja e a embaixadora Katia Gilaberte, que atualmente é chefe do Escritório de Representação do Itamaraty no Nordeste, sediado no Recife. Leda Lúcia Camargo explica que todos resumem um pouco o que anos de exercício da diplomacia ensinam. “Ser firme sorrindo, conceder em algo quando necessário para não haver rompimento, mas subserviência jamais”. A organizadora do livro afirma que todos passam por sacrifícios, que se aprendem desde cedo na carreira. “O prazer maior vem do resultado e reconhecimento pelo trabalho desempenhado, subindo os degraus da carreira. Não se é diplomata só pelo bom senso, como não se chega a ser aviador ou engenheiro sem muito preparo e esforço. As histórias revelam que em meio à rotina indispensável de “papeis e palavras” em que se vive – e que também proporciona privilégios e honras ao participar de eventos notáveis e a conviver com pessoas excepcionais-, a diplomacia acarreta situações dramáticas e imprevistos inimagináveis”. A embaixadora Leda Lúcia destaca que o livro inclui também alguns fatos históricos nunca antes narrados e, entre alguns, uma pesquisa documentada que revela uma versão completamente nova sobre um episódio que envolveu de forma descabida o pai da Rainha Silvia da Suécia. Katia Gilaberte, que atualmente representa o Itamaraty no Nordeste, participa do livro com as crônicas “Punhos de renda”, “Entre pontes e muros” e “Diáspora”. Ela conta que aceitou o convite da amiga e colega de turma Leda Camargo para participar do projeto com o objetivo de contribuir para ampliar o conhecimento da carreira dos diplomatas entre a população que conhece pouco sobre a importância das relações internacionais.“A princípio, confesso que relutei, pois, para além do meu trabalho como chefe do Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores para o Nordeste, estava profundamente envolvida na confecção de dois livros para crianças. A Leda insistiu e aderi de coração à iniciativa, que abre uma oportunidade importante para mostrar que a vida diplomática está longe do glamour que subsiste no imaginário da maioria das pessoas, exige muito empenho, estudo e sacrifícios, e que nós, os diplomatas, somos, acima de tudo, servidores do Estado, comprometidos com os interesses do país e o bem-estar de sua população, com a paz e a cooperação internacionais. Ainda, somos muitas vezes atores e testemunhas de fatos que constroem a História do nosso tempo, como evidencia o rico caleidoscópio de crônicas que compõem o livro”, afirma. Em “Punhos de renda”, ela escreve com humor e ironia um relato sobre o estado deplorável da residência oficial em Dacar. Quando ela foi designada como Embaixadora junto ao Senegal, em 2005, Katia teve alguns desafios para se instalar. “Tive de limpá-la eu mesma, acompanhada de uma arquiteta que à época me assessorava, munidas de mangueiras, vassouras e esfregões. A casa gigantesca, fechada por mais de dois anos e meio na ausência de um titular do posto, estava recoberta de lama e sujeira. Vivi por dois anos e meio nesse imóvel, próprio nacional inaugurado por João Cabral de Melo Neto em 1974, com placas de concreto que se desprendiam perigosamente do telhado, até que tivessem início as obras de restauração”. O texto busca desconstruir o estereótipo de punhos de renda que até hoje se cola aos diplomatas.A crônica entre pontes e muros expõe uma certa amargura da diplomata no seu percurso no Ministério das Relações Exteriores, sobretudo, no que tange à misoginia, quase sempre escudada na hierarquia. Ela revela, no entanto, também seu orgulho quanto aos resultados palpáveis de projetos de cooperação que, com o apoio inestimável de instituições brasileiras de excelência, pôde desenvolver no Senegal, em especial, o da anemia falciforme no Centro Pediátrico de Dacar, que

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A importância da Comissão de Relações Internacionais da OAB-PE para Pernambuco

A Comissão Especial de Relações Internacionais da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Pernambuco (CRINT/OABPE) foi reconduzida a partir da Resolução nº 056/2022, na atual gestão do Presidente Dr. Fernando Ribeiro Lins, considerando que o Direito Internacional ganha importância nas relações sociais, políticas, econômicas e jurídicas no mundo globalizado, de rápidas transformações e cuja complexidade exigirá um olhar internacionalista cada vez mais atento por parte dos advogados. Atualmente, entre outras atribuições, a CRINT/OABPE desempenha um importante papel na criação de mecanismos para a integração da advocacia mundial. Dada a relevância da responsabilidade jurídica tanto no Brasil, quanto no exterior, torna-se vital promover debates, seminários e eventos com autoridades e especialistas no assunto, assim como entidades não governamentais, repartições consulares e câmaras de comércio, na busca por agregar conhecimento e proporcionar o intercâmbio de informações. Em linhas gerais, entendemos que – justapor uma agenda internacionalista para a OAB/PE – permite uma melhor atuação do advogado, sobretudo no mundo globalizado e cada dia mais afetado por eventos e fenômenos internacionais, como crises sanitárias, fluxos migratórios, supressão de direitos fundamentais, recessão econômica e conflitos geopolíticos. Afinal, no bojo dessa infinidade de problemas e embates que surgem dessa realidade complexa, encontramos as relações internacionais. Com o avanço da Pandemia COVID-19, não só a classe jurídica, mas também a sociedade como um todo, perceberam fortes tendências de debate de institucionalidades que já estavam ocorrendo, tanto no âmbito interno quanto no internacional, levando a questionamentos sobre as relações internacionais, a posição brasileira e a posição de ditas lideranças globais durante esta crise. Além disso, restou evidente a influência dos eventos globais sobre a economia e os negócios existentes no Brasil. Diante desse cenário, nosso objetivo é aproximar os advogados pernambucanos e a sociedade aos temas e dos desafios ligados às relações internacionais, em seus principais pilares: Direito, Ciência Política, Economia, História e Diplomacia. Com isso, nota-se que o advogado internacionalista não está limitado apenas à diplomacia; a sua mentalidade deve ser interdisciplinar. Bem assim, o seu papel profissional assume características dinâmicas e amplas. Além disso, diante da rapidez em que o mundo se conecta, o diferencial de possuir a combinação de todos esses elementos em sua formação, será cada vez mais valorizado no mercado. Lado outro, sabemos que a cooperação é também uma vertente significante para as relações exteriores, e o trabalho atualmente realizado pela Comissão traduz esse sentimento. Por esse viés, rotineiramente, estamos congregando os principais atores políticos e os experts na área para dialogar conosco. Tenha-se em mente, ademais, o valor da visão estratégica da Diplomacia. Nesse particular, vale ressaltar que Pernambuco possui um enorme capital diplomático, quando em Recife estão sediados mais de 40 Consulados, entre aqueles honorários e gerais, bem como o Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores para o Nordeste. Isto significa dizer que há uma diversa e pungente representatividade de países em solo pernambucano, com direcionamento para a internacionalização do nosso Estado e com perspectivas de integração, negócios e melhores parcerias. Vale ressaltar que estamos muito honrados pelas mentoria e parceria havidas com o Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia-IPERID, enquanto primeiro think tank no Norte/Nordeste do país, exclusivamente, para a construção do pensamento na área internacional e para a canalização de oportunidades para a região. Deveras, não é difícil perceber que, ambos, o Direito e as Relações Internacionais podem e devem caminhar juntos, afinal, são condôminos de um mesmo território intelectual – o da cooperação internacional. Cremos, portanto, que Pernambuco não poderá ficar à margem da dinâmica mundial. No contexto, o processo de internacionalização do Estado é um caminho sem volta, retratado por uma liderança natural na região Nordeste e por vocação territorial voltada para o Atlântico. Ao pensar em mercado regionalizado, sobretudo o pernambucano, precisamos compreender que a sua sobrevivência e a sua expansão somente serão possíveis com vistas à efetiva atuação da paradiplomacia, política externa estatal, com eficiência, segurança jurídica, respeito aos direitos humanos, sustentabilidade, inovação e competitividade. Assim, continuamos firmes e atentos ao panorama global, ao fortalecimento da democracia e da construção de ideais de paz, com a motivação necessária para desenvolver projetos e diálogos, apoiar o crescimento profissional dos advogados pernambucanos e contribuir para que o Estado se torne ainda mais uma governança cosmopolita. Por Alessandra Costa Cavalcanti de Araújo, Advogada e Presidente da Comissão de Relações Internacionais da OABPE

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Presença do Iperid na Fabrique de la Défense em Paris

La Fabrique de la Défense (literalmente a fabrica da defesa) é um evento Franco-Europeu cujo objetivo é de propor uma reflexão densa sobre todas as temáticas voltadas para a segurança e preparar os futuros profissionais da área para contextos cada vez mais densos e assimétricos. Este ano, o evento tinha um sabor especial, já que a França assumiu desde o 1º de Janeiro a Presidência do Conselho da União Européia. Várias mesas redondas, apresentações, trocas e demonstrações num lugar contendo mais de 130 stands com o objectivo de ilustrar a diversidade dos atores da defesa e tornar a defesa mais compreensível e acessível, oferecendo experiências inovadoras, imersivas e participativas. Este ano, 13 temas foram escolhidos por serem considerados como os pontos essenciais de reflexão para o setor da Defesa Internacional Franco-Européia : Dissuasão nuclear Aeroterreste Cyber Resiliência Inteligência Energia; clima e meio ambiente Aeromarítimo Inovação Aeroespacial Pesquisa e formação Europa Percurso jovem Suporte operacional Reconstituição histórica   Neste evento foram debatidos o presente e o futuro da Defesa Estratégica Européia e suas visões em um mundo pós-pandêmico com uma mutação multidimensional acelerada. Para nós do IPERID, estar presente se torna óbvio. Entender a visão que se desenha para estes profissionais, ver as dinâmicas entre instituições públicas, a academia, o setor privado e o ensino, refletir sobre o lugar do Brasil e do Nordeste neste panorama que se desenha. Tivemos ocasião de debater e encontrar o Philippe Verluise (Diretor de um dos sites referência em Geopolítica, Diploweb), reuniões de trabalho com o Think Tank Weera, o Instituto Talleyrand e com o centro Geode financiado pelo Ministério das Forças Armadas francesas (centro multidisciplinar de pesquisa e formação dedicado aos estudos dos desafios estratégicos e geopolíticos da revolução digital da Universidade Paris 8) financiado pelo Ministério das Forças Armadas francesas. Foram também muito instrutivas as trocas com empresas do setor como o Naval Group que constrói a próxima geração de submarinos brasileiros, assim como as demonstrações de simuladores, drones e as reconstituições históricas para entender as questões estratégicas correlatas O evento foi uma ótima oportunidade para apresentar o IPERID, nossos objetivos e iniciar a estabelecer conexões do Nordeste para o Mundo. *Por Marcos Alves, Fellow Iperid França

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Governo do Japão envia doação de itens para enfrentamento das inundações

O Governo do Japão fará a doação de itens de assistência emergencial para o enfrentamento das inundações no Brasil, os quais serão entregues pela associação JICA, com a previsão de entrega de 300 barracas, 3000 cobertores e 75 rolos de lonas plásticas (50m×4m). A decisão do Japão tem como base o viés humanitário e as relações de amizade com o Brasil, de modo a contribuir no apoio emergencial às vítimas desses desastres. Ainda em dezembro, o Primeiro Ministro do Japão, Fumio Kishida, encaminhou mensagem de pesar e solidariedade ao Presidente Jair Bolsonaro e por parte do Ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros, Yoshimasa Hayashi, ao Ministro de Estado das Relações Exteriores, Carlos França. “Tomei conhecimento de que as recentes inundações no nordeste do Brasil resultaram na perda de muitas vidas preciosas e na evacuação de muitas pessoas devido a danos em suas casas. Gostaria de expressar minha mais profunda simpatia ao governo e ao povo de seu país. Gostaria de oferecer minhas mais sinceras condolências às famílias enlutadas daqueles que perderam suas vidas. Desejamos uma rápida recuperação para todos os afetados e uma rápida recuperação para as áreas afetadas”, afirmou em mensagem o Primeiro-Ministro do Japão. O Japão vem provendo os apoios emergenciais em situações de desastres naturais no Brasil, bem como cooperando e contribuindo sob diversas formas no fortalecimento da capacitação nos combates aos desastres naturais do Brasil. A Embaixada do Japão no País afirma que “É de nosso interesse dar continuidade à realização de cooperações com base nas necessidades do Brasil e nas relações amistosas entre os dois países. Esperamos que esses itens possam aliviar de algum modo as dores dessas pessoas”.  Está prevista a realização de uma cerimônia de entrega assim que a carga chegar ao País.

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