Chris Anderson: "A internet está destruindo nossa capacidade de cooperar" - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Chris Anderson: "A internet está destruindo nossa capacidade de cooperar"

Revista algomais

*Por Beatriz Braga, especial para a Algomais

Um dos destaques do segundo dia de Web Summit foi a fala de Chris Anderson, curador do TED, no palco principal.

Agenda TGI

Chris contou a impressionante história da maior rede de palestras do mundo. No site da organização (www.ted.com), é possível encontrar milhares de talks que vão de Michele Obama a Chimamanda Ngozi, além dos maiores cientistas, artistas e pesquisadores do nosso tempo.

O TED nasceu nos anos 2000, quando um grupo de entusiastas da internet resolveu publicar os talks que aconteciam na então conferência californiana.

Para surpresa dos envolvidos, as palestras viralizaram e o TED foi tornando-se uma organização sem fins lucrativos mundialmente reconhecida. O propósito: compartilhar conhecimento de forma gratuita e inclusiva.

"A internet fez isso", comemora Chris que relembra a empolgação da época. Para eles, a internet iria unir o mundo, as nações, as pessoas…

"Mas eu percebi que estava errado. A internet, ao contrário disso, está aumentando a divisão de uma forma realmente terrível. Está destruindo nossa capacidade de cooperar uns com os outros"

"O que aconteceu?", ele reflete.

Em sua opinião, as grandes plataformas, ou seja, instagram, facebook, tik tok, twitter, as grandes empresas de tecnologia, estão no topo do problema.

Uma vez que a finalidade da tecnologia é maximizar as receitas das empresas e o engajamento do público com seus serviços e produtos, um poderoso ciclo de autoalimentação vai sendo criado. A inteligência artificial, segundo Chris, não está à serviços das pessoas, e, sim, do lucro de poucos.

Chris apelou para que os líderes da indústrias estejam atentos à sua parcela de contribuição e mostrou-se preocupado com o esforço insuficiente das plataformas em "moderarem o conteúdo publicado".

Em sua opinião, a moderação não basta, é urgente transformar o design das plataformas.

A indústria precisa dar ferramentas para que seus usuários possam preferir a curiosidade em vez da convicção, o diálogo em vez do texto unilateral, o tratamento em vez das ameaças e, claro, a pausa em vez do uso ininterrupto.

Chris continua convicto que a internet pode melhorar a vida das pessoas, mas é necessário uma revolução para mudar os rumos da nossa história.

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