O cine jacaré acontece no jardim da casa-ateliê do artista plástico Jacaré. É uma projeção, ao ar livre, de filmes que foram pouco repercutidos ou não conseguiram espaço nos principais
festivais de cinema e circuito comercial. A segunda edição será no sábado (dia 14 de setembro), às 19h, com exibição do longa-metragem documental Invólucro, de Caroline Oliveira. A sessão de cinema conta com pipoca por conta da casa. Após a exibição, a realizadora junto a montadora Amandine Goisbault batem um papo com o público intermediado pela escritora e professora de literatura Renata Pimentel e o realizador audiovisual e escritor Pedro Queiroz. Em pauta, questões trazidas pelo filme Invólucro:
corpos femininos; feminilidade e feminismo; a condição da mulher contemporânea; maternidade e espiritualidade. Em seguida, haverá um happening com os DJs Renato L e Salvador, com sets dançantes para esquentar a pista do ateliê. Na ocasião, o artista Jacaré lança novas séries de obras de arte feitas com sucata. A entrada tem um valor simbólico de R$ 5,00 para contribuir na organização do projeto. Haverá venda de bebidas e comidas. O endereço é na Rua Hamilton Ribeiro, 211, Campo Grande, Zona Norte do Recife.
O Cine Jacaré pretende difundir obras que contemplam um olhar afetivo sobre o mundo e a cultura da sustentabilidade – dispositivo artístico e de vida de Jacaré, que há mais de trinta anos atua na ressignificação do lixo no Recife transformando tudo em obra de arte. Durante o evento, várias obras do artista plástico estarão à venda na Lojinha Jacaré, que também agrega outros empreendedores criativo
Sobre o Invólucro
O documentário Invólucro é o primeiro filme de Caroline Oliveira: jornalista; nascida em João Pessoa, radicada em Salvador e no Recife; que também atua enquanto pesquisadora-produtora; além de ter assinado o figurino de filmes. O Invólucro foi um filme, literalmente, gestado na sua primeira gravidez. Ela apresenta a transformação do seu corpo-ser-mulher enquanto um dispositivo fílmico. E, a partir desta premissa, vai ao encontro de três personagens maduras que não são mães. Nestas escolhas, há críticas sutis ao controverso romantismo social em torno da maternidade, idealização e envelhecimento do corpo feminino. São provocações audiovisuais que refletem tais experiências enquanto instâncias “divisoras de águas”. Ainda assim, não se trata de um filme em primeira pessoa e/ou de fortes traços biográficos. O foco é em Astrid, Dudha e Izabella: três mulheres que despertam curiosidade, respeito e inspiração pelas suas escolhas incomuns. Elas expressam outras possibilidades do ser-mulher na maneira que conduzem os seus corpos-vidas.
Carol é a quarta personagem, que possui um forte interesse nas alteridades para além das empatias, nas visíveis diferenças. E, através do seu olhar atento e afetuoso às singularidades de cada uma delas, ela potencializa a poética cotidiana de uma breve e intensa convivência. O filme sugere que, em boa parte, conseguimos nos reconhecer e apaziguar melhor as nossas próprias angústias em diálogo sensível ao outro. Desta forma, a obra também vai tangenciando questões como o corpo feminino; feminilidade e feminismo; a condição da mulher contemporânea; maternidade; preconceitos; beleza; envelhecimento; espiritualidade; entre outras latentes à “estética da nossa existência”.
Serviço
CINE JACARÉ – O MENOR CINEMA DA CIDADE
DATA: 14 de Setembro | 2019
HORA: a partir das 19h
ENTRADA: R$ 5,00
ENDEREÇO: Rua Hamilton Ribeiro, 211, Campo grande, Zona Norte do Recife
PROGRAMAÇÃO:
>20h30 – Invólucro (63'min), de Caroline Oliveira, seguido de debate com Amandine Goisbault, Renata Pimentel e Pedro Queiroz.
> 22h Pista de dança livre com os Djs Renato L, Salvador