Endocrinologista alerta sobre genética, alimentação e sedentarismo no Dia Mundial de Combate ao Colesterol, celebrado em 8 de agosto
No Dia Mundial de Combate ao Colesterol, lembrado em 8 de agosto, o alerta é claro: controlar os níveis dessa substância no sangue é essencial para evitar doenças cardiovasculares graves, como infarto, AVC e insuficiência cardíaca. Embora o colesterol seja fundamental para funções vitais do corpo — como a formação de hormônios, ácidos biliares e estrutura celular — o excesso da fração LDL, conhecido como “colesterol ruim”, é o principal vilão para a saúde do coração.
A endocrinologista Thais Gelenske, do Hospital Santa Joana Recife, explica que o colesterol total é composto por diferentes frações. Enquanto o HDL exerce um papel protetor, o LDL, o VLDL e o IDL estão ligados à formação das temidas placas de gordura nas artérias. “Essas últimas são frações de lipoproteínas ricas em triglicerídeos, mas que também contêm colesterol, capazes de causar as placas ateroscleróticas”, alerta. O cálculo do "colesterol não-HDL" é fundamental para uma avaliação mais precisa do risco cardiovascular.
Segundo a médica, manter o HDL em níveis saudáveis também é importante. “A melhor forma de manter seus valores dentro da normalidade é manter um estilo de vida saudável, com baixa ingestão de gorduras saturadas e prática regular de exercícios físicos”, orienta. Alimentos ricos em gordura animal, como queijos, manteiga e pele de frango, devem ser consumidos com moderação. Ainda assim, entre 15% e 20% dos níveis de LDL estão relacionados à alimentação — o restante pode ter origem genética.
Thais Gelenske reforça que níveis muito elevados de colesterol, como LDL acima de 190 mg/dL, devem levantar a suspeita de hipercolesterolemia familiar, uma condição genética que aumenta o risco de doenças cardíacas precoces. Mas a genética não é desculpa para maus hábitos. “Novas alterações genéticas podem surgir devido aos maus hábitos, podendo, inclusive, serem transmitidas para gerações futuras. São as chamadas mutações epigenéticas”, adverte a especialista. A recomendação é clara: o controle do colesterol deve ser uma prioridade permanente.