Coletivo Angu de Teatro completa 20 anos e comemora no Janeiro de Grandes Espetáculos

Com textos de autores pernambucanos, o Coletivo realiza uma verdadeira maratona de peças recordistas de público durante a programação do Janeiro de Grandes Espetáculos.

Celebrar vinte anos de história e arte do Coletivo Angu de Teatro é um marco para o teatro pernambucano. Significa que foram capazes de resistir a diferentes agentes desestabilizadores, entre eles a pandemia, o desgoverno, os golpes maiores e menores. “Para nós, foi resistir às porradas para viver como artistas no dia a dia ao longo desses anos todos, ao sabor das incertezas e com as certezas que nos fazem continuar” destacou Marcondes Lima, diretor do grupo. O Coletivo é um dos mais reconhecidos grupos teatrais da cena Nordestina, aplaudido pelo grande público e respeitado pela crítica nos diversos festivais que já participou. Foi criado em 2003, a partir da ideia de André Brasileiro de montar o espetáculo Angu de Sangue  que convidou os amigos e artistas Marcondes Lima, Fábio Caio, Gheuza Sena, Hermila Guedes e Ivo Barreto, para a montagem do premiado espetáculo que tem texto do escritor pernambucano Marcelino Freire.

Uma das características fortes desses vinte anos e elencadas pelo diretor do coletivo, é a inquietação e desejo de atuar no campo das interartes, experimentando um tecer com diferentes linguagens artísticas: o teatro, a música, a visualidade, a dança. “Também nosso apreço por abordar questões espinhosas em nossa sociedade: tensões sociais, o questionamento das normatividades, os desvios e as diferenças. Fazemos arte como exercício político não panfletário ou partidarista. O nosso partido é o dos “corações partidos”, do os deixados de lado, dos esquecidos, dos silenciados, Já nos enquadraram como pós-dramáticos, como brechtianos, como nordestinos atípicos. Somos tudo isso e mais, sem nos interessar por rótulos” ressaltou Marcondes. Como diferencial, se destaca a opção do grupo de trabalhar prioritariamente com autores pernambucanos, a partir de textos não dramáticos , enveredando pela transcriação da literatura para a cena. “Os discursos em primeira pessoa dos personagens dos contos de Marcelino Freire, em Angu de Sangue, completamente diversos daqueles que trabalhados dramatúrgicamente a partir dos contos de Newton Moreno. Nesse mesmo sentido, em Ossos, a dramaturgia amosaicada por Marcelino Freire a partir do seu próprio primeiro romance publicado. O texto de  Ossos foi composto pelo autor como obra para teatro” enfatizou.

Desde a criação do Coletivo, o grupo vem se destacando com seus trabalhos por todo país, inclusive com os espetáculos , Ópera (Newton Moreno), Rasif – Mar que arrebenta (Marcelino Freire), Essa Febre Que Não Passa (Luce Pereira) e OSSOS (Marcelino Freire), todos com excelente repercussão de público e de crítica. Além dos espetáculos, o grupo de destaca por projetos paralelos, como os experimentos Espectacular Espectaculoso (Experimento cênico-gastronômico) e Angu de Canções. Também com projetos na área formativa e de pesquisa, como o Mexendo o Angu e oficinas como TRANS na CENA, O Teatro é o Outro (Com Maurice Durozier/Theatre du Soleil/RF) e O Corpo Musical (Com JeanJacques Lemetre/Theatre du Soleil/FR), entre outras.  Nesses 20 anos de Coletivo, algumas pessoas saíram e outras chegaram, tornando o e fortalecendo a caminhada do grupo, sempre seguindo o desejo, a subjetividade e os projetos de vida de cada integrante ou ex-integrante. Todos em seus tempos deram vida a cada espetáculo e o sentimento de pertencimento coletivo.

Diante de tantos espetáculos, sempre recordistas de bilheteria, podemos ressaltar o orgulho de todos os integrantes daquilo que se conquistou ao longo dessa caminhada. “Há satisfação por cada gesto de reconhecimento ao nosso projeto artístico, desde os mais antigos, aos mais recém chegados. De fazer algo importante para nós e que toca os espectadores . Algo de muito forte nos um e. Um misto de confiança e admiração mutuas, sentimentos que vão para além da amizade, pois somos uma irmandade. Como o nosso nome de batismo diz: um COLETIVO, diverso, fluido, multiartístico. Amamos o que fazemos e nós amamos muito”, enfatizou Marcondes.

Programação – Neste momento de retomada aos palcos do Coletivo Angu de Teatro, vale destacar o apoio do Sistema de Incentivo à Cultura, da Prefeitura da Cidade do Recife, que está possibilitando a realização da Maratona Angu durante o Janeiro de Grandes Espetáculos Serão três dias de apresentações no Janeiro de Grandes Espetáculos “cheios de humor ácido, temas e abordagens inquietantes, fazer pensar, divertir e emocionar ao mesmo tempo. Existirão substituições e participações especialíssimas como Almério em Ópera e Sharlene Esse em Ossos”, revela Marcondes. O primeiro espetáculo será Ópera, no dia 27.01, no Teatro do Parque, às 20h com faixa etária de 16 anos e com a participação do cantor Almério; No dia seguinte, 28.01, será a vez de Ossos, no palco do Teatro Apolo, às 20h para um público acima de 18 anos; com a presença de Sharlene Esse e para fechar a Maratona Angu, no dia 29.01, haverá a apresentação do “Angu de Sangue”, 19h, no Teatro Apolo. Os ingressos estão sendo vendidos no site www.janeirodegrandesespetáculos.com.

SINOPSE:

ANGU DE SANGUE (2004): O espetáculo multímídia conta 10 estórias de forte intensidade dramática, contos na íntegra do escritor pernambucano Marcelino Freire, interligadas através de vídeo e música.  Angu de Sangue desperta emoções e questionamentos ao mostrar de maneira crua a realidade urbana nas grandes cidades, falando sobre solidão, desigualdade social, preconceito e descaso.

ÓPERA (2007): O texto ÓPERA, do autor e dramaturgo pernambucano Newton Moreno, traz uma radiografia da realidade brasileira, uma contundente crítica social que com o humor ácido característico do grupo, estimula o espectador a questionar os valores e as dificuldades do nosso tempo. O espetáculo investiga as possibilidades de cruzamento estético entre o homoerotismo/sexualidade e teatro. Com temática LGBTQIA+, pretende projetar reflexões, a partir de um compromisso sério com a dramaturgia e linguagem contemporânea. Não apenas na dimensão do tema sexualidade, mas principalmente na afirmação das diferenças que compõem a nossa identidade.

OSSOS (2016):  Esta é uma história de amor, exilio e morte. Mediado por interferência de um coro de urubus, o dramaturgo Heleno de Gusmão empreende uma viagem de volta a suas lembranças e origens, a pretexto de entregar os restos mortais do seu amante aos familiares do mesmo. Os fatos são apresentados de modo não linear, embaralhando começo, meio e fim. Uma parte se desenrola num submundo paulistano, povoado por diferentes classes de retirantes nordestinos, e outra sena estrada que leva o escritor até Sertânia, no interior de Pernambuco.  

SERVIÇO:

Maratona Angu com três espetáculos: Ossos, Ópera e Angu de Sangue

Espetáculo Ópera

Data: 27.01

Horário: 20h

Local: Teatro do Parque

Espetáculo Ossos

Data: 28.01

Horário: 20h

Local: Teatro Apolo

Espetáculo Angu de Sangue

Data: 29.01

Horário: 19h

Local: Teatro Apolo

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