Coletivo Lugar Comum estreia obra audiovisual de Segunda Pele

Com incentivo do Funcultura, as exibições on-line acontecerão nos dias 21, 22 e 23 de abril, com ingressos gratuitos no Sympla

O Coletivo Lugar Comum, grupo pernambucano de dança, performance e experimentos artísticos, apresenta uma versão inédita do espetáculo Segunda Pele, agora, em formato de obra audiovisual. O processo fílmico se propõe em transpor para a tela as diversas camadas de subjetividade, atravessamentos, vivências e pluralidade de vozes das seis mulheres que colocam os seus corpos e as suas trajetórias em cena. O experimento poético, que culminou em uma videoinstalação, poderá ser assistido pelo público em três exibições on-line, nos próximos dias 21, 22 e 23 de abril, às 20h, com link a ser divulgado no Instagram @lugarcomumcoletivo. Após a primeira sessão haverá uma roda de diálogo com a equipe criativa, que contará com intérprete em Libras. O projeto tem patrocínio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura-PE).

Segunda Pele é um espetáculo que veio ao mundo em 2012 e em seguida teve uma nova versão da montagem em 2016, com a forte característica de estar em incansável movimento, em processo de continuidade e de transmutações. Com dramaturgia que se desenha espontaneamente a partir do agora, das memórias ancestrais, das buscas, dos afetos, dos medos, dos desejos deste instante, ou seja, das marcas reais que emergem das profundezas subjetivas de cada uma das artistas que compartilham daquele espaço de tempo, as montagens serão sempre inéditas e retroalimentadas. Em cena, neste desdobramento da obra em audiovisual, estão as performers Liana Gesteira, Maria Agrelli, Maria Clara Camarotti, Renata Muniz, Sílvia Góes e Sophia William. A direção geral e de fotografia é de Dea Feraz.

A narrativa cênica testemunha as seis artistas habitando seus corpos. Mulheres que atravessam a própria pele para contar de suas existências. De forma experimental e poética, o processo fílmico faz um percurso do corpo marcado ao corpo fluxo, tentacular e livre. O novo mundo, o novo corpo, há de nascer em coletivo e em meio à ruína que nos circunda.

“Na primeira versão de Segunda Pele já havia a proposta de cada uma de nós trazermos as questões individuais, buscando e se reencontrando com a nossa pele, e também os momentos coletivos em que dançamos nossas subjetividades juntas. O afeto sempre foi esse lugar de encontro no coletivo, o olho no olho, o toque, o sentir uma a outra. A obra não é uma transposição do espetáculo para o audiovisual, é um desdobramento que vai se modificando, assim como nossos corpos, nossas subjetividades e nossas trajetórias”, explica Liana Gesteira, artista performer.

A obra audiovisual Segunda Pele se propõe a ser sensorial, despertando e estimulando os sentidos de quem assiste. O olhar de Dea Ferraz é o que cria os planos cênicos e conduz a percepção do espectador.

“Há uma confluência de pensamento e pesquisa que nos mantém em criação coletiva. Eu no campo das imagens, elas no campo dos corpos e da presença. Entre exercícios e conversas, fomos entendendo que aquelas ‘corpas’ do espetáculo já não eram as ‘corpas’ do agora. Havia um desejo coletivo de entender sobre quais ‘corpas’ carregávamos hoje. Que ‘corpas’ habitamos? O elemento câmera sempre esteve em relação, ou seja, a cena precisava ser experimentada sob o ponto de vista da câmera, na construção das imagens. Algumas cenas foram ensaiadas, enquanto outras pediam o improviso, e essas decisões foram sendo tomadas durante os encontros na intenção de potencializar tanto corpo quanto imagem. É no encontro entre corpo-câmera que o processo fílmico se faz”, compartilha Dea Ferraz.

Em complemento ao olhar fotográfico, a criação da iluminação cênica, assinada por Luciana Raposo, e o desenho de som de Kiko Santana são elementos essenciais na reconstrução da obra teatral para o cinema.

“Pra mim a direção de arte do filme é a iluminação, executada com maestria por Lu Raposo. A luz desenha os espaços e cria as atmosferas que buscamos. Já o desenho de som de Segunda Pele trabalha sob duas camadas, na primeira construindo os ambientes das caixas cênicas com seus ecos e reverbes, ouvindo as ‘corpas’ em seus movimentos e respirações; e na segunda contando uma história sutil, a história da passagem do corpo marcado para o corpo fluxo, o corpo livre. Nessa segunda camada, experimentamos construir sons e ruídos numa ação mais direta de interferência, porque a história pedia. Há um nascimento acontecendo e os sons são essenciais para criar essa sensação”, detalha Dea Ferraz. 

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