Estresse, ansiedade, dificuldade de concentração no trabalho e nos estudos são apenas alguns dos sintomas causados pelo uso excessivo do celular e das redes sociais, aponta especialista da Wyden
Quantas vezes você checa o seu celular todos os dias? A cada quatro minutos? Parece muito? Pesquisas mostram que essa é a média de consultas que os americanos fazem, ou seja, verificam a tela do telefone 344 vezes em apenas um dia! Outro estudo revela que passamos em média 5 horas diariamente no celular, quantidade de tempo que cresceu 35% desde 2019!
Não há dúvida de que hoje vivemos em uma sociedade conectada, onde a internet e as redes sociais integram nosso estilo de vida, mas o tempo excessivo dedicado às atividades online pode trazer prejuízos à saúde mental que afetam nosso aprendizado e desenvolvimento.
“Com a evolução da tecnologia, os celulares se tornaram imprescindíveis, proporcionando conexão em todo lugar e agregando utilidades que vão desde o registro fotográfico até o acesso a contas bancárias e as conversas com os amigos, há lugares em que as pessoas não têm saneamento básico, mas todo mundo tem um celular”, destaca Maria Cristina Zago Castelli, psicóloga e professora do curso de Psicologia da Wyden.
“Mas a questão é que, justamente por proporcionar conectividade ao mundo em tempo real, se mal utilizado o celular pode ser também fonte de estresse, ansiedade e dificuldade de concentração, com notificações que pulam na tela a cada instante e interrompem sua concentração”, diz Maria Cristina. “Fica mais difícil estudar e trabalhar”.
A professora da Wyden alerta também que a dependência exagerada do celular pode, inclusive, virar uma condição médica e que já tem nome: nomofobia. “As pessoas nessa situação se sentem mal quando estão longe do aparelho, ficam ansiosas e podem apresentar sinais semelhantes a uma abstinência mesmo, onde o telefone ocupa um espaço preponderante no comportamento, cognição e pensamentos desses usuários”.
A psicóloga acrescenta que outro fator importante no contexto das redes sociais é a ansiedade pelo feedback ou aprovação social “virtual”, que pode comprometer as relações “reais”. “Além da dificuldade de concentração, o usuário pode ficar dependente do impacto que suas conversas ou publicações podem produzir nas outras pessoas”.
Não menos importante são os impactos dessa conexão excessiva nos períodos de descanso. “O simples fato de dormir com o celular na cabeceira da cama, pra quem usa como despertador, já é suficiente para produzir uma alteração no ciclo de sono, pois a pessoa pode ficar atenta às notificações e no meio da noite checar as informações no telefone, hábito que já foi comprovado entre adolescentes e universitários em pesquisas”, diz a professora da Wyden. “O sono é uma necessidade básica para o organismo, reduzindo a fadiga, regulando os hormônios e relaxando a nossa atenção aos estímulos externos para que o Sistema Nervoso Central possa se concentrar nas novas aprendizagens realizadas e atuar na consolidação da memória”, esclarece. “Dormir mal é péssimo para nossa saúde física e mental, então planejar um ambiente tranquilo para o seu sono, longe da tecnologia, é fundamental”, recomenda Maria Cristina.
A especialista ressalta que o caminho, claro, não é renunciar a toda a praticidade e utilidade que os equipamentos e a internet oferecem, e sim adotar o bom senso no dia a dia. “O importante é usar de maneira sábia, aproveitando os seus benefícios, mas ao mesmo tempo restringindo o seu acesso indevido ou excessivo, preservando seu bem-estar e sua saúde”, completa a professora da Wyden.
Confira quatro dicas para usar o celular, a internet e as redes sociais de forma mais saudável*:
Se habitue a desligar o celular quando estiver se dedicando a atividades como dirigir, participar de reuniões, praticar esportes, fazer refeições em família ou brincar com os filhos. Mantenha o foco no que está acontecendo no presente e na vida “real”.
Não fique no celular antes de dormir. A luz emitida pelos aparelhos pode causar distúrbios no sono se os equipamentos forem usados até duas horas antes de se deitar. Ao invés de usar equipamentos eletrônicos para ler, opte por livros impressos.
Determine períodos do dia para usar o celular e somente após cumprir tarefas importantes, como terminar um trabalho para a faculdade ou um relatório de trabalho.
Pare de se preocupar em estar sempre perdendo algo. Limitando o uso do celular, certamente você perderá algumas notificações e acontecimentos, há tanta informação circulando na internet que é impossível estar sempre a par de tudo, mas não há problema nenhum nisso. Aceitar esse fato ajuda a lidar com a necessidade de estar sempre conectado e reduz o estresse.