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Confiança da micro e pequena empresa atinge 52,7 pontos, a melhor marca desde 2015, apontam SPC Brasil e CNDL

Revista algomais

Com sinais graduais de uma retomada econômica, os empresários de menor porte estão aos poucos enxergando condições mais favoráveis para seus negócios. O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) alcançou 52,7 pontos no último mês de outubro, a sua melhor marca desde meados de 2015, início da série histórica. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que resultados acima de 50 demonstram uma prevalência de otimismo entre os micro e pequenos empresários.

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, o crescimento do indicador reflete a melhora no consumo das famílias e dos indicadores de vendas do comércio e serviços. “As expectativas geradas pelo fim do ano e, sobretudo, a melhora já observada no desempenho dos negócios contribuem para essa sensível mudança de perspectivas. As reformas estruturais que estão na pauta podem consolidar a melhorado ânimo dos empresários, ao criarem melhores perspectivas para a economia” explica Pinheiro.

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De acordo com o levantamento, o componente do indicador que mais se elevou foi o das condições gerais, que avalia a percepção dos empresários sondados sobre a performance da economia e das suas empresas nos últimos seis meses. Em janeiro de 2017, metade dos empresários (51%) diziam que a situação de seu negócio havia piorado. Em outubro, esse percentual caiu para 38%. De forma complementar, a proporção dos que observavam melhora no início do ano era de 16% e, agora, passou para 24%.

“Ainda assim, a economia opera num nível ainda muito distante daquele observado antes da crise. Estamos falando em um otimismo comedido, que se ancora em sinais discretos de que a pior fase da crise ficou para trás. Isso não significa que estamos em uma plena retomada para o patamar pré-crise”, pondera a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Indicador de Condições Gerais cresce para 39,2 pontos e Expectativas atingem 62,7 pontos em outubro

O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário é composto de dois outros indicadores: Indicador de Expectativas, que busca medir o que os empresários aguardam para os próximos seis meses e o Indicador de Condições Gerais, que mede a avaliação que os empresários fazem dos últimos seis meses. Em outubro de 2017, o Indicador de Expectativas marcou 62,7 pontos – em setembro, estava em 60,7 pontos. Já o Indicador de Condições Gerais marcou 39,3 pontos, a melhor pontuação nesse quesito desde o início da série, em maio de 2015. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais otimistas estão os empresários.

O levantamento demonstra que, de modo geral, os empresários adotam uma postura mais positiva ao analisar o próprio negócio do que as condições da economia do país como um todo. No caso da avaliação dos últimos seis meses, o desempenho da economia registrou 34,6 pontos em outubro, ao passo que o desempenho dos negócios pontuou 44,1 pontos. Em ambos os casos houve melhora tanto na comparação com o mês anterior quanto frente ao mesmo mês do ano passado.

Já no caso das expectativas para os próximos meses, a dimensão da economia mostrou 57,6 pontos e a dos negócios 67,8 pontos.

48% dos micro e pequenos empresários estão confiantes com futuro da economia

Embora 57% dos micro e pequenos empresários considerem que a economia piorou nos últimos seis meses, 48% mostram-se confiantes com os próximos seis meses. Pensando no desempenho dos negócios, 38% notaram piora recente na performance das suas empresas, mas um percentual de 65% demonstra confiança com relação ao futuro. Apenas 10% estão pessimistas nesse caso.

De acordo com o levantamento, 44% dos micro e pequenos empresários que estão otimistas com a economia não sabem explicar a razão desse sentimento positivo, apenas acreditam que coisas boas devem acontecer. Outros 26% mencionam a melhora de indicadores econômicos e 11% acreditam na resolução da crise política.

Como ocorre no caso daqueles que possuem boas perspectivas com a economia, a maior parte dos otimistas com o próprio negócio não sabe ao certo explicar as razões desse sentimento (26%). A boa gestão dos negócios deve ajudar no desempenho da empresa para 23% dos entrevistados. O indicador ainda revela que mais da metade (53%) dos micro e pequenos empresários esperam crescimento no faturamento do seu negócio e 37% aguardam estabilidade. Apenas 6% desses entrevistados projetam queda nas vendas.

Na outra ponta, entre os pessimistas com a economia, a questão política ganha destaque: 42% estão preocupados com os rumos da economia por haver incertezas na esfera política. Entre aqueles que notaram, nos últimos seis meses, piora no desempenho de seus negócios, a queda das vendas é o sintoma mais evidente, mencionado por 75% da amostra.

O temor de que a crise econômica continue ainda é fonte de pessimismo com o futuro dos negócios. Entre os empresários que não se mostram confiantes com o futuro de sua empresa, mais da metade (58%) aponta esse receio como a causa principal. Esses empresários também mencionam a queda acentuada das vendas (17%).

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