O Recife vai sediar, amanhã (28), um evento com especialistas conceituados internacionalmente na área de genética e reprodução assistida, para trocar informações e apresentar novidades de como a inteligência artificial pode contribuir para a área de reprodução humana. Organizado pelo Grupo Geare, o International Fertility Talks vai acontecer no Arcádia Boa Viagem, a partir das 8h.
Os temas escolhidos mostram a visão de futuro, em que a genética deixa de ser um assunto a tratar apenas quando se esgotam as possibilidades de diagnóstico, uma vez que os pacientes precisam de respostas detalhadas para tomar decisões em conjunto com o médico. Os mais recentes avanços para o tratamento da infertilidade estão, em grande parte, associados à genética. Nesse sentido, a inteligência artificial se junta à capacidade médica para auxiliar nas taxas de sucesso da gestação e da fertilização in vitro.
Outro ponto importante que será discutido é o congelamento de óvulos para preservar a fertilidade. Para otimização dos resultados dos tratamentos de reprodução assistida, o congelamento de gametas e embriões é uma mudança sem volta na sociedade.
Estudos e pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que um em cada cinco casais enfrentam dificuldade para engravidar e necessitam de ajuda especializada para ter um filho. No Brasil, a quantidade de casais inférteis é de cerca de oito milhões.
Destacamos algumas situações que todo casal deve saber sobre infertilidade:
1) A conduta sexual precisa ser consciente. Cerca de 35% dos casos de infertilidade da mulher são decorrentes de problemas tubários. E as infecções pélvicas são as principais responsáveis pela obstrução das trompas, que pode ocorrer também por causa da endometriose e das aderências após cirurgias. Para evitar essas infecções, ele aconselha que se use preservativo em toda relação sexual, quando não se pretende engravidar.
2) Nem sempre a gravidez não ocorre por causa da mulher. Em geral, as causas da infertilidade de um casal estão distribuídas igualmente entre homens e mulheres (por volta de 35% cada), além de um percentual referente à infertilidade sem causa aparente. Apesar de raro, também pode acontecer de não haver nenhum problema com a mulher nem com o homem, e sim com eles como casal.
3) Muitas mulheres não dividem seu problema com ninguém. Passam anos tentando engravidar e sofrendo caladas, pois se julgam culpadas.
4) É importante, também, que a mulher saiba qual é a sua chance de engravidar. Dos 20 aos 29 anos, ela é de 20% a 25% a cada mês. Dos 30 aos 34, cai para 15%. Depois dos 35, é de apenas 10%. Independentemente desses números, a mulher que quer engravidar deve prestar atenção ao seu período menstrual e às datas de sua ovulação, quando suas chances de sucesso aumentam bastante.