Conheça a história da Oficina Guaianases de Gravura

Mais do que um ateliê, a oficina Guaianases de Gravura foi um dos movimentos artísticos mais importantes de Pernambuco. Tudo começou em 1974, quando o o artista plástico João Câmara mais conhecido por suas criações em pintura, decide trabalhar com litografia. Ele já havia produzido algumas peças com a técnicas antes, mas naquele ano ele se interessara em recorrer ao secular processo de impressão para compor a série “Cenas da Vida Brasileira”

Também chamada de litogravura, nessa técnica o artista desenha na pedra, depois transfere a imagem para o papel através de uma prensa. Naquele ano, João Câmara convida o artista Delano para instalar uma oficina de gravura num ateliê na Rua Guaianases, no bairro de Campo Grande, no Recife. Era vizinha à gráfica Apolo, cujo dono Chiquinho já havia feito algumas impressões para Câmara. “Fomos lá para conversar com Chiquinho. Ele não quis vender pedras, nem prensas, mas nos emprestou uma prensa que estava encostada precisando de reparos e algumas pedras. Além do mais ‘cedeu-nos’ seu irmão Alberto Barros e seu funcionário Hélio Soares para, nos fins de semana e nas folgas, instalarem o necessário à oficina e tirarem provas do que produzíssemos”, conta o artista no livro “João Câmara Litografias”.

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Logo um grupo de artistas começou a frequentar o local para produzir gravuras. Com o tempo, o número de pessoas interessadas em participar da experiência foi crescendo e a necessidade de organizar o trabalho também. “O grupo pensou em formar uma cooperativa, mas a burocracia para isso parecia insuportável para a alma leve dos artistas”, relembra Câmara no livro. O modelo mais adequado que encontraram foi o de uma sociedade civil sem fins lucrativos. Fundava-se, assim , a Oficina Guaianases de Gravura.

O espaço do ateliê em Campo Grande começou a ficar pequeno com a quantidade de associados, máquinas e trabalhos. Um convênio com a Prefeitura de Olinda permitiu que em 1979 a oficina se transferisse para o subsolo do Mercado da Ribeira. Não era apenas um ateliê, mas um espaço destinado a difundir a litografia, com cursos, exposições, impressão de livros e cartazes. A Oficina transformou-se num movimento artístico conhecido em todo o País e do qual participaram artistas como Gilvan Samico, Gil Vicente, e Tereza Costa Rego.

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Seu funcionamento perdurou até janeiro de 1995, quando foi dissolvida em assembleia geral. Seus equipamentos e acervo foram doados à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e passaram a ser geridos pelo Departamento de Teoria da Arte da universidade, hoje chamado de Laboratório Oficina Guaianases de Gravura (LOGG)

“Ao longo da sua existência, a oficina Guaianases produziu 18 álbuns de litografias, ministrou cursos técnicos, expediu impressor para experiências piloto em outras capitais, realizou mostrar coletivas, fez treinamento de impressores e pessoal técnico de suporte, fez a recuperação e pesquisa de rótulos comerciais”, relata artista em “João Câmara Litografias”.

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