Intenção de consumo das famílias pernambucanas segue elevado – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Intenção de consumo das famílias pernambucanas segue elevado

Da Fecomércio-PE

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias em Pernambuco (ICF-PE) segue em trajetória de recuperação e alcançou 80,8 pontos em março. É o que aponta a análise da Fecomércio-PE. A última vez em que esteve acima desse patamar foi em abril de 2020, quando já registrava queda de 4,3% em relação a março do mesmo ano, chegando a 83,5 pontos, logo após a confirmação da Covid-19 em território brasileiro.

Com o resultado do mês atual, já são sete meses consecutivos de elevação, sugerindo uma retomada da confiança das famílias pernambucanas em relação aos fatores que influenciam o consumo. É importante destacar que essa melhora ocorre mesmo observando-se uma conjuntura adversa para realização de compras, o que legitima o índice ainda permanecer muito abaixo de 100 pontos, que configuraria um maior ímpeto de compras.

Nesse sentido, embora as famílias considerem um ambiente melhor no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, essa é uma visão influenciada sobretudo pelo avanço da imunização, aumento da circulação de pessoas e da reativação do mercado de trabalho local – embora este avance de forma tímida no início de 2022 de acordo com o dado mais recente disponível –, considerando que o avanço da inflação e dos juros tendem a tornar as condições de consumo menos favoráveis nos próximos meses.

O único dado concreto sobre a dinâmica do emprego neste início de ano refere-se ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e remete a janeiro. Segundo o Caged, Pernambuco gerou 537 empregos no primeiro mês de 2022, melhor que o Ceará (-1.508), onde o ICF ficou em 76,5 pontos em março, mas muito aquém do resultado observado na Bahia (+11.279), que registra 83,2 pontos no ICF.

A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE) do último trimestre confirmou que, além do desemprego mais elevado em Pernambuco e Bahia (17,1 e %) em relação ao resto do país (11,1, a população ocupada no estado sofreu uma queda substancial no rendimento médio do trabalho: de R$ 1.911 no 4° trimestre de 2020 para 1.709 no mesmo período de 2021, ou seja, variação de -10,6%.

Mesmo com tais desempenhos no mercado de trabalho, no momento os subíndices do ICF em Pernambuco que avaliam o emprego e o nível de renda atuais registram que as famílias enxergam uma situação melhor que no ano anterior, embora o nível de consumo seja considerado pouco satisfatório e a compra de produtos duráveis, de maior valor agregado, fique em segundo plano.

Olhando para frente, no horizonte dos próximos seis meses, a respeito da perspectiva profissional e da perspectiva de consumo, as famílias registram um nível de confiança também aquém do patamar ideal, com avaliação muito abaixo de 100 pontos, embora esses indicadores venham melhorando nos últimos meses.

Controversa, por outro lado, é a avaliação sobre as condições para compras a prazo, uma vez que o indicador chegou a 96,9 pontos. Considerando o cenário de elevação dos juros, seria esperado que as famílias observassem esse momento como de maior cautela no que diz respeito ao comprometimento da renda futura com os parcelamentos. Essa avaliação, entretanto, ainda pode mudar, visto que os preços ao consumidor ainda devem persistir em elevação no segundo trimestre.

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