Contas de fim de ano: como se preparar para o trimestre de maiores gastos - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Contas de fim de ano: como se preparar para o trimestre de maiores gastos

Revista algomais

Especialista da XP Investimentos dá dicas de como se preparar financeiramente para o período e orienta como os brasileiros podem usar o 13º salário

A chegada do último trimestre do ano pode ser motivo de preocupação para muitos brasileiros, afinal, é o período no qual as contas se multiplicam. Aqueles que não estiverem com o planejamento financeiro em dia podem se prejudicar. Além das despesas fixas mensais, são meses de gastos com presentes de Natal, viagem de férias, matrículas escolares, entre outros. Os brasileiros também precisam se preparar para o pagamento de vários tributos que são cobrados em janeiro, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o licenciamento veicular, entre outros.

Agenda TGI

Assim, com tantos motivos para gastar mais dinheiro, é importante que os brasileiros iniciem seus planejamentos financeiros desde já, para não sofrerem prejuízos agora e no início de 2023. Para isso, podem e devem contar com um recurso muito importante neste período: o 13º salário. Rafaela Medeiros, líder regional da XP Investimentos em Pernambuco, explica que o 13º é uma renda importante e que deve ser priorizada para o pagamento de dívidas ou quitação de contas.

De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojista (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o Natal deste ano deve injetar R$ 66,6 bilhões na economia, com a expectativa de que 118 milhões de brasileiros vão às compras. 73% dos entrevistados afirmaram que pretendem presentear neste Natal. A intenção de compra caiu um pouco em relação ao ano passado, mas onda é animadora para o comércio.

Esses dados da pesquisa da CNDL são muito importantes, porque servem como um termômetro da intenção de gastos de fim de ano da maioria dos brasileiros. Muitos utilizam o 13º para essas finalidades, no entanto é muito importante ter em mente o equilíbrio das despesas antes de pensar em gastar. “O 13º salário deve ser enxergado como um meio para desafogar o caixa, que só deveria ser utilizado para lazer, presentes de fim de ano ou investimento por aqueles que não possuem dívidas e que já têm uma outra reserva para as contas de janeiro”, orienta Rafaela Medeiros.

Além das contas tradicionais do período e a proximidade do Natal, outra data importante para o comércio pode levar o consumidor a planejar melhor como gastar, aproveitando ofertas, trata-se da Black Friday. De acordo com pesquisa, também da CNDL, em parceria com a Offerwise Pesquisas, 36% dos consumidores, que se dizem mais conscientes, devem utilizar a Black Friday para antecipar as compras de Natal e economizar nos presentes. 91% dos entrevistados disseram que realizam pesquisa de preço no mercado antes de efetuar a compra, assim, confirmam se os produtos estão realmente com um bom desconto e escolhem a loja com a melhor oferta.

“Aproveitar os descontos da Black Friday é uma boa alternativa para economizar e poupar parte do 13°. Outro cenário interessante, neste caso, seria reservar a maior parte desse dinheiro extra para iniciar uma conta de investimentos e tentar aumentar essa renda avulsa. Tentar organizar as contas durante o ano, usar uma pequena parte para a compra de presentes e comemorações, e guardar o montante restante para a caderneta de investimentos”, explica.

O que esperar para os próximos meses?

Um levantamento da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), realizado em agosto deste ano, afirma que mais da metade dos entrevistados reduziram despesas com lazer, deixaram de comprar roupas ou desistiram de viajar em 2022 devido à situação financeira. O especialista explica que tal cenário se dá não só pela falta de planejamento dos indivíduos, mas, também, por fatores externos que impactaram a economia brasileira nos últimos anos.

“A pandemia de Covid-19 foi um fator importante na comprometer não só a economia brasileira, mas a mundial, nos últimos dois anos. A aceleração da inflação levou a um novo ciclo de aumento de juros, o que desestimulou o consumo e os investimentos. Entretanto, existe um cenário de recuperação do mercado de trabalho, com redução do desemprego e expectativa de aumento do rendimento da população, proporcionando uma perspectiva mais positiva para os próximos meses”, conclui a executiva.

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