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Copom mantém taxa básica de juros da economia em 13,75%

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Edifício-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, em lote doado pela Prefeitura de Brasília, em outubro de 1967

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano após reunião realizada nesta quarta-feira (3). Essa é a sexta vez consecutiva que o BC não mexe na taxa, que se encontra nesse nível desde agosto do ano passado. O Copom havia elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, um ciclo que iniciou em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. A decisão de manter a taxa, segundo o Banco Central, considerou fatores como a persistência das pressões inflacionárias globais, a incerteza sobre o desenho final do arcabouço fiscal a ser analisado pelo Congresso Nacional e uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada. A manutenção da medida tem sido criticada pelo Governo e divide entidades empresariais.

O comunicado divulgado pelo Banco Central destacou que, em relação ao cenário doméstico, “o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue corroborando o cenário de desaceleração esperado pelo Copom, ainda que exibindo maior resiliência no mercado de trabalho”. Além disso, o documento informou que a inflação ao consumidor e suas diversas medidas de inflação subjacente continuam acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se marginalmente e encontram-se em torno de 6,1% e 4,2%, respectivamente.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O comunicado ainda afirmou que, por um lado, a reoneração dos combustíveis e, principalmente, a apresentação de uma proposta de arcabouço fiscal reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal. Por outro lado, a conjuntura, caracterizada por um estágio em que o processo desinflacionário tende a ser mais lento em ambiente de expectativas de inflação desancoradas, demanda maior atenção na condução da política monetária.

O ex-presidente do BC e socio-fundador da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco, durante masterclass proferida por ele sobre o “Futuro da Economia Brasileira, que aconteceu antes do anúncio, projetou que a taxa deverá cair nos próximos meses. “A taxa de juros vai seguramente cair e convergir para uma coisa que é o juro neutro. Vai convergir para uma taxa de juros no futuro que não é 2%, mas não é 13%”.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, há uma semana expressou críticas às taxas de juros no Brasil, afirmando que a taxa Selic de 13,75% torna impossível investir no país.

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