Cresce o número de mulheres atuando em canteiro de obras no Brasil - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cresce o número de mulheres atuando em canteiro de obras no Brasil

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De acordo com os últimos dados do Painel de Informações da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2021, do Ministério do Trabalho, 11% da força de trabalho da construção civil é composta por mulheres nas mais variadas funções, ou seja, mais de 250 mil trabalhadoras em um total de 2,3 milhões de profissionais do setor com carteira assinada. Em 2010, quase 8% dos trabalhadores formais do setor eram mulheres, cerca de 207 mil em um universo de 2,6 milhões de profissionais.

A força feminina está aumentando não só na engenharia, arquitetura e design de interiores. Aos poucos, elas também estão ocupando os canteiros de obra, como pedreiras, serventes e carpinteiras. Entre as características mais comuns vistas nelas estão a determinação, perfeccionismo, empatia e boa comunicação com a equipe. Atenta às movimentações de mercado e por valorizar as características do comportamento laboral das mulheres nas obras, a Incorporadora e Construtora OR possui em seu quadro de colaboradores em Pernambuco mulheres atuando nos cargos administrativos e no canteiro de obras.

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Dos 258 trabalhadores atuando na construção da segunda fase do Residencial Verano, na Reserva do Paiva, 33 são mulheres, o que representa 12,79% do total. Elas atuam na fase de acabamento e finalização do empreendimento. De acordo com o coordenador da obra do Residencial Verano, o engenheiro Gabriel Maia, a OR trabalha no aculturamento das lideranças a respeito da equidade de gênero. O que tem como resultado o ingresso e manutenção das mulheres também no canteiro de obras.

“Hoje é normal em canteiro de obras encontrarmos mulheres fazendo atividades das mais leves as mais pesadas. Na mão de obra direta contamos com a presença feminina em atividades como pintura, rejuntamento interno e externo (fachada), revisões finais de apartamentos, e se expandindo”, fala. No grupo de mulheres que atuam no canteiro de obras da OR, na Reserva do Paiva, está Maria Eliane da Silva, 38 anos, que começou a trabalhar no mercado da construção civil, em 2018, nas obras do Residencial Paradiso, também da incorporadora e construtora. “Até então achava que as mulheres não trabalhavam em canteiro de obras e quando comecei vi que tudo era diferente e que nós somos capazes de exercer a função”, afirma.

“Hoje é muito bom chegar num canteiro de obras, como o da OR, onde a maioria são homens, e ver que nós mulheres estamos ali dando o nosso melhor e sendo reconhecidas pelo nosso trabalho. Quando vejo o empreendimento pronto, sinto-me lisonjeada em saber que contribui para aquele resultado. Também fico feliz quando o cliente chega para receber o imóvel e elogia o nosso trabalho. Sou muito satisfeita com a minha profissão e a oportunidade que a empresa nos dá de mostrar que sabemos trabalhar e com qualidade”, destaca Maria Eliane.

Outra mulher da equipe da empresa é Itamires Edísia, 30 anos, que trabalha na área desde os 14 anos. Ela diz que se sente bem e realizada por ter o seu espaço e fazer o que gosta. E também reconhece que falta a maioria dos homens ter um pouco de humildade e aceitar melhor a presença feminina nesse mercado. “Já passei por algumas situações constrangedoras em outras empresas que trabalhei, de ouvir que trabalhar com mulher é dor de cabeça e que o lugar da mulher é na cozinha”, conta. “O maior desafio de todas as mulheres que trabalham de maneira geral é enfrentar os homens que acham que a mulher não é capaz de estar onde ela quiser. Fora isso, vamos conquistando cada vez mais espaço. É preciso ter sempre força e determinação para enfrentar os desafios que se colocam na nossa frente e jamais baixar a cabeça”, acredita.

O engenheiro Gabriel Maia informa que em sua política de ESG a OR investe forte na inclusão racial, social e de gêneros nas equipes. “Mais importante do que incluir, é manter e fomentar a participação delas, para que se sintam integradas nos ambientes e consigam crescer na empresa”, frisa. “As mulheres conseguem realizar terminalidades dos serviços de maneira mais assertiva, são focadas nas atividades, possuem um olhar crítico e são detalhistas, fazendo com que sejam requisitadas em diversas atividades”, ressalta.

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