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Rafael Dantas

Crise impulsiona fusões e aquisições de hospitais, afirma empresário

O setor de saúde fechou o primeiro semestre de 2020 com 31 operações de fusões e aquisições. De acordo com a KPMG, só nos três primeiros meses do ano, foram 11 transações concluídas. Em 2019, foram cerca de 80, um aumento de 50% em relação ao ano anterior.

De acordo com o empresário Fernando Murta, da Essencial Saúde, a tendência é que 2021 siga no mesmo ritmo, por conta da verticalização dos planos de saúde, do aumento do capital estrangeiro no país e da abertura de capital para grandes grupos de saúde.

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“Com a verticalização dos planos de saúde, quanto menor o sinistro, maior o lucro dos planos de saúde. Isso dificultou bastante a situação de hospitais médios e pequenos, que precisaram se associar a outras redes para sobreviver. Importante deixar claro que mais de 70% da rede hospitalar do país é formada por médios e pequenos hospitais”, explica.

Ainda segundo Fernando Murta, a fusão é uma saída para um setor que enfrenta dificuldade há pelo menos 10 anos com o fechamento de hospitais no país. “Na última década, o Brasil perdeu cerca de 560 hospitais privados e mais de 35 mil leitos. Isso, em muitos casos, é fruto da ausência de uma gestão profissional que acaba encontrando dificuldades, por conta do aperfeiçoamento dos mecanismos de controle das operadoras de saúde. Importante destacar que, apesar de ser um setor resiliente, o crescimento econômico e a geração de empregos são fundamentais para o segmento de saúde privada”, enfatiza.

Durante a pandemia, a situação piorou, já que a maioria dos estabelecimentos de saúde precisaram suspender cirurgias eletivas. “As cirurgias eletivas têm um impacto de 30 a 40% no faturamento de hospitais. Em clínicas de imagem e de oftalmologia, chega a 80%. O setor foi muito afetado com a pandemia provocada pelo coronavírus.”, complementa.

A saúde privada representa um mercado de 50 milhões de pessoas, ou seja, 25% da população brasileira. O setor viveu um crescimento expressivo de beneficiários até 2014. A partir daí, diante da crise econômica, precisou lidar com a perda de quase 3,5 milhões de vidas.

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