Com a chegada do período de férias, pais e responsáveis devem ter a atenção redobrada para evitar que as crianças sejam vítimas de acidentes em casa. Isso se justifica porque, neste período, há um aumento significativo nesse tipo de evento. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de seis mil crianças são vítimas de acidentes domésticos por ano, sendo as quedas com crianças entre 1 e 9 anos a quinta causa de morte no Brasil. “Também há aumento das intoxicações, queimaduras e afogamentos”, explica Igor Colaço, chefe da Pediatria do Hospital Esperança Olinda.
“Todas as faixas etárias estão expostas, especialmente os lactentes e pré-escolares, que já conseguem se deslocar ou andar, mas não possuem discernimento do que é perigoso”, diz o médico. As crianças menores costumam explorar o ambiente por meio dos sentidos, a exemplo do tato e paladar, aumentando as chances de broncoaspiração (engolir pequenos objetos para a via respiratória) ou intoxicações exógenas (ingerir medicações, produtos químicos, inseticidas, etc).
Alguns cuidados que podem ser tomados em casa são: evitar brincadeiras em locais com risco de queda (camas, escadas, rampa, etc), tapetes soltos e colocar telas nas janelas e varandas. No caso dos bebês, não utilizar andadores (responsáveis por mais acidentes que qualquer outro produto destinado a crianças entre cinco e 15 meses). O profissional ressalta ainda que não se deve deixar objetos de vidro, louça ou perfurocortantes (utensílios domésticos com pontas, tesouras…) disponíveis ou com fácil acesso. Medicamentos e produtos de limpeza também devem ficar longe do alcance das crianças. O mesmo vale para inseticidas ou outros venenos.
“Cozinha não é lugar para crianças. É lá onde ocorre a maioria dos acidentes por queimaduras, sendo escaldadura por líquidos quentes a principal causa dos eventos graves”, diz o médico. Manter sempre os cabos das panelas voltados para dentro e jamais permitir brincadeiras com ferro elétrico, fósforo ou produtos inflamáveis são medidas importantes. “Outra preocupação são as queimaduras por corrente elétrica, com risco de morte instantânea por arritmia cardíaca. Cuidado redobrado com tomadas e fios elétricos”, ressalta Igor Colaço.
Em viagens não se esquecer dos assentos adequados para cada faixa etária: bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação. Além disso, até os dez anos de idade, elas devem viajar sempre no banco de trás do carro. Atenção aos locais com piscina, pelo risco de afogamento. Da mesma forma nas praias. Não esquecer o protetor solar, bem como óculos de sol e boné.