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Cultura e história

Oscar 2019: confira nossas apostas para o maior prêmio do cinema

Noite do Oscar chegando e, claro, a Revista Algomais não poderia ficar de fora. Convocamos mais uma vez os jornalistas e críticos de cinema Houldine Nascimento e Wanderley Andrade para falar sobre a premiação e apresentar suas apostas.  Por Houldine Nascimento e Wanderley Andrade Há quem diga que a lista de indicados em 2019 é a mais fraca dos últimos anos. Fraca ou não, esta edição trouxe algumas (e bem-vindas) surpresas: é a primeira vez que um serviço de streaming tem um de seus filmes indicado ao prêmio principal. "Roma", da Netflix, recebeu ao todo dez indicações, entre elas a de melhor filme. Ainda sobre "Roma": esta também é a primeira vez que uma mulher indígena é indicada ao prêmio de melhor atriz. A mexicana Yalitza Aparicio está na disputa ao lado de grandes nomes do cinema como Glenn Close ("A Esposa"), Olivia Colman ("A Favorita") e da cantora pop Lady Gaga ("Nasce uma Estrela"). Apesar de ser uma festa feita essencialmente para celebrar a indústria cinematográfica estadunidense, é positivo que o Oscar demonstre estar mais aberto ao cinema mundial. Exemplo disso é a indicação do diretor polonês Pawel Pawlikowski, do igualmente polonês "Guerra Fria". Outra boa surpresa é a presença da superprodução "Pantera Negra" entre os nomeados a melhor filme. Com isso, o longa da Marvel é o primeiro sobre super-herói a disputar a principal estatueta.     Contudo, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles segue tropeçando na tentativa desesperada de alavancar a audiência do Oscar, a qual vem despencando a cada ano. A começar pela ausência de um apresentador ou apresentadora, o que não ocorria há 30 anos. A escolha inicial tinha sido a de Kevin Hart, mas após comentários homofóbicos dele virem à tona, o ator desistiu. A decisão recente de rifar quatro categorias da transmissão televisiva também pegou muito mal, a ponto de, dias depois, a Academia desistir. O objetivo era o de diminuir a duração da cerimônia para três horas. Caso essa medida fosse adiante, a entrega dos prêmios de fotografia, montagem, curta de ficção e maquiagem e penteado seria feita nos intervalos comerciais, revelando profunda desvalorização destas categorias. Antes disso, a Academia chegou a anunciar a criação de um prêmio voltado a "filmes populares", mas recuou após fortes críticas. Ainda que, historicamente, nem sempre isso aconteça, que vençam os melhores! Abaixo, confira nossas apostas: Houldine Melhor Filme: Roma Melhor Diretor: Alfonso Cuarón (Roma) Melhor Ator: Rami Malek (Bohemian Rhapsody) Melhor Atriz: Glenn Close (A Esposa) Melhor Ator Coadjuvante: Mahershala Ali (Green Book: O Guia) Melhor Atriz Coadjuvante: Regina King (Se a Rua Beale Falasse) Melhor Roteiro Original: A Favorita Melhor Roteiro Adaptado: Infiltrado na Klan Melhor Filme em Língua Estrangeira: Roma Melhor Animação: Homem-Aranha no Aranhaverso Melhor Trilha Sonora: Pantera Negra Melhor Canção: "Shallow", de Nasce uma Estrela Melhor Fotografia: Guerra Fria   Wanderley Melhor Filme: Roma Melhor Diretor: Alfonso Cuarón (Roma) Melhor Ator: Rami Malek (Bohemian Rhapsody) Melhor Atriz: Glenn Close (A Esposa) Melhor Ator Coadjuvante: Mahershala Ali (Green Book: O Guia) Melhor Atriz Coadjuvante: Rachel Weisz (A Favorita) Melhor Roteiro Original: A Favorita Melhor Roteiro Adaptado: Infiltrado na Klan Melhor Filme em Língua Estrangeira: Guerra Fria Melhor Animação: Homem-Aranha No Aranhaverso Melhor Trilha Sonora: Infiltrado na Klan Melhor Canção: “Shallow", de Nasce uma Estrela Melhor Fotografia: Roma

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Cepe lança três títulos de Carnaval

Com recortes diferentes de uma das festas populares mais apaixonantes do ano, a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) lança três importantes títulos para quem quer conhecer a história do Carnaval do Recife, seus personagens e o frevo, ritmo que leva o nome de Pernambuco para o mundo todo. O historiador Leonardo Dantas Silva assina Carnaval do Recife, numa segunda edição caprichosamente ampliada, traz curiosidades sobre os principais signos carnavalescos. Já o jornalista e pesquisador Carlos Eduardo Amaral escreveu o perfil biográfico José Michiles: Recife, manhã de sol. O segundo título de uma série criada pelo maestro Marcos FM, o livro Arranjando Frevo-canção volta-se para a formação de músicos e compositores, abordando aspectos sobre arranjo e orquestração. O lançamento das obras será no dia 23, às 15h, no Paço do Frevo, no Bairro do Recife. Durante o lançamento, a Orquestra do Maestro Formiga tocará os acordes do que há de melhor no Carnaval pernambucano. O clima vai esquentar quando o compositor Jota Michiles se reunir à turma do maestro para cantar um dos seus sucessos, acompanhado da orquestra. Inclusive é sobre a vida e obra de Jota Michiles que o jornalista e pesquisador Carlos Eduardo Amaral se debruçou para escrever o 4º perfil biográfico da coleção Frevo, memória viva, selo da Cepe Editora, que será lançado neste mesmo dia. A marcha de bloco Recife, manhã de sol, composta pelo carnavalesco, dá título ao livro. A canção tornou-se um marco na vida do artista e na história do próprio frevo-canção. Foi com ela que o músico, na época com apenas 23 anos, ganhou o concurso promovido pela Secretaria de Educação da Prefeitura do Recife, em 1966, que ficou memorável pelas circunstâncias. Até então desconhecido, Jota Michiles desbancou 19 outros finalistas, entre eles nomes como Capiba (com A canção do Recife, em parceria com Ariano Suassuna), Nelson Ferreira, Sebastião Lopes e outras sumidades. Ganhou um vultoso prêmio e uma gravação em compacto pela Rozenblit. Em Carnaval do Recife, o historiador pernambucano Leonardo Dantas Silva convida o leitor a um mergulho profundo no emaranhado de confete, serpentina, purpurina, mela-mela, fantasia, frevo, maracatu e multidão de rua. O pesquisador exibe as entranhas carnavalescas da capital pernambucana. Trata-se de uma segunda edição - a primeira é de 2000. Revisada e, segundo o autor, “muito ampliada, como dizia Gilberto Freyre”, revela as mudanças da folia recifense de 1553 até 2018, em 428 páginas - o dobro da primeira edição. O terceiro título Arranjando frevo-canção preenche uma lacuna histórica, sinalizando caminhos para os interessados em aprender a escrever para orquestras de frevo. É uma contribuição importante para quem compõe e faz música. No prefácio assinado pelo Mestre, Doutor em Música e professor do Conservatório Pernambucano de Música Climério de Oliveira Santos, ele destaca a importância da iniciativa: “Desde que o frevo é frevo, ninguém se atrevera a publicar um livro sobre arranjo e orquestração dessa música – incrível realidade! Com o método Arranjando frevo de rua (Cepe, 2017), o baixista, maestro e compositor Marcos FM já tinha lançado a pedra fundamental de uma nova fase do frevo. É o marco da etapa em que os adidos dessa intrépida cultura musical começam a se sentir aliviados do receio de que o frevo pudesse desaparecer por não terem às mãos escritos da sua sistematização”, afirma no texto. SERVIÇO Lançamento dos livros: José Michiles: Recife, manhã de sol, de Carlos Eduardo Amaral; Carnaval do Recife, de Leonardo Dantas Silva; Arranjando Frevo-cancão, do maestro Marcos FM Quando: 23 de fevereiro, sábado Horário: A partir das 15h Onde: Paço do Frevo Endereço: Rua da Guia s/n, Bairro do Recife

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7 fotos da Praia de Gaibu Antigamente

Gaibu é uma das praias mais movimentadas da cidade do Cabo de Santo Agostinho. Selecionamos 7 imagens que mostram um período em que esse trecho do litoral sul era menos habitado e menos frequentado por turistas. As fotos são dos bancos de imagem da Villa Digital, da Fundaj, e da Biblioteca do IBGE. A Praia de Gaibu, que vem do Tupi e significa vale do Olho D’Água, é uma das praias mais movimentadas do litoral pernambucano. Uma das atrações principais de Gaibu é a escalada no morro das pedras. (IBGE) . Praia de Gaibu, em 1955 . Enseada da Praia de Gaibu, em 1939 (Acervo Benício Dias) . Fortificação na Praia de Gaibú, em 1939 . Jangadeiros na Praia de Gaibú, em 1939 . Rochedos em Gaibu, em 1939 . . *Por Rafael Dantas é repórter da Algomais  (rafael@algomais.com). O jornalista assina a coluna Gente & Negócios no site da Algomais

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6 fotos do Estádio do Arruda Antigamente

Na semana em que o Santa Cruz completou 105 anos, a coluna Pernambuco Antigamente publica uma série de 5 fotos do Estádio do Arruda das décadas passadas. O clube foi fundado em 3 de fevereiro de 1914, sendo idealizado por um grupo de garotos que jogavam na calçada da Igreja de Santa Cruz, na Boa Vista. O nome do clube recifense é uma referência ao templo religioso. "Desde a década de 1940, o Santa havia conseguido alugar um terreno no bairro de Beberibe para sua sede. Em 1954, o então prefeito do Recife, José do Rego Maciel concedeu a posse definitiva do terreno ao Clube. Com uma grande mobilização da torcida, campanhas, participação de investidores, a venda de cadeiras e títulos patrimoniais, começou a ser construído, em 1965", registrou Lucia Gaspar, da Fundaj, no artigo "Santa Cruz Futebol Clube". De acordo com o site do clube, o Estádio José do Rego Maciel foi inaugurado oficialmente em 4 de julho de 1972. As três primeiras imagens são do site do Santa Cruz, cedidas pela assessoria de imprensa. As demais tem seus respectivos créditos na foto. Terreno do time coral adquirido em 1954.   Estádio em 1970   . Estádio já mais avançado . Treino dos Corais no Arruda em 1962, registrado pelo jornal Última Hora (5 de julho de 1962) . Imagem do blog Vozes da Zona Norte, que publicou uma imagem do Estádio do Santa Cruz na cheia dos anos 70 que atingiu o Recife.   Imagem de 1972 de uma série de postais da França sobre estádios de futebol

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Acervo de 7 mil cordéis será digitalizado

As palavras dos pioneiros do cordel impresso no Brasil e de muitos de seus sucessores farão parte de um acervo digitalizado na Fundação Casa de Rui Barbosa, instituição federal que guarda uma das mais importantes coleções do gênero literário no país. O projeto está em fase inicial e vai abranger 7 mil das 9 mil obras da Casa de Ruy Barbosa, que ainda não estão digitalizadas. As outras 2 mil já ganharam versão digital. O processo deve durar todo o ano de 2019, e a publicação online para o público vai depender da aprovação de cada cordelista ou de sua família. No caso das obras que já estão em domínio público, a disponibilização na internet já está garantida. O acervo da fundação é muito procurado por pesquisadores por conter obras do início do século 20, quando o cordel ganhou suas primeiras versões impressas com autores como o paulista Leandro Gomes de Barros, chamado de "príncipe dos poetas" por Carlos Drummond de Andrade, e o paraibano Francisco Chagas Batista, que em 1905 contou a vida do cangaceiro Antonio Silvino em oito páginas que começam com a seguinte apresentação: "Ao público vou contar A história de minha vida Os crimes que commetti, Como me fiz homicida, E porque julgo min'halma Eternamente perdida". O trabalho é coordenado pela diretora do Centro de Memória e Informação da Casa de Rui Barbosa, Ana Ligia Medeiros, que conta que a coleção começou a se formar quando Sebastião Nunes Batista, filho de Francisco Chagas Batista, doou seu acervo particular para a fundação. Além de servidor da Casa de Rui Barbosa, Sebastião também era poeta e organizou uma antologia da literatura de cordel. A coleção de cordéis raros doada por Sebastião foi crescendo com outras doações de intelectuais, artistas e pesquisadores. "Se não forem organizadas por uma instituição, essas obras acabam se perdendo porque o material é delicado", pondera Ana Ligia, que acredita ser impossível ter um acervo de toda a produção brasileira de cordel, porque muitos exemplares acabam se perdendo na casa dos leitores ou dos próprios cordelistas. "A digitalização tem um papel de preservar a memória". Com o acervo digitalizado e disponível na internet, a diretora acredita que estudiosos de todo o país poderão enriquecer suas pesquisas sobre o tema, e professores poderão usar o cordel como material paradidático com mais facilidade. "Desde o começo, o cordel tem uma função de comunicar rapidamente e com uma visão bastante peculiar os acontecimentos atuais. É um registro de costumes", afirma ela, que acrescenta: "Ele tem uma linguagem acessível e existe uma possibilidade de utilização como material paradidático até no ensino fundamental. E assim a gente preserva a própria cultura do país". Ana Ligia diz que temas como a natureza, o amor e atualidades de cada época e região estão registradas na história do cordel, que em linguagem popular constrói belos versos como os de "O mal e o sofrimento", de Leandro Gomes de Barros: "Por que existem uns felizes E outros que sofrem tanto? Nascemos do mesmo jeito, Moramos no mesmo canto. Quem foi temperar o choro E acabou salgando o pranto?” (Da Agência Brasil)

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Feira de Raízes e Ervas Medicinais de Caruaru é cenário de curta-metragem sobre intolerância e resistência

Parte do complexo que compõe a Feira de Caruaru, Patrimônio Cultural e Imaterial Brasileiro, a Feira de Raízes e Ervas Medicinas ganhou um novo olhar pela sensibilidade do diretor Eder Deó. Locação para o curta-metragem “O Balido Interno”, que será lançado em fevereiro, o ambiente que abriga importantes práticas do ponto de vista das tradições da medicina popular foi o cenário escolhido para a história que retrata a intolerância nos dias atuais. Foram necessários apenas três dias de gravação para que o projeto escrito e dirigido por Eder Deó saísse do papel com a contribuição de uma equipe multitalentosa. Porém, o processo criativo durou mais de um ano. “Ainda quando estava na divulgação do meu curta anterior "Imerso", Leandro Siqueira da produtora Nahsom Filmes me procurou e disse que apadrinharia meu próximo curta, antes mesmo que eu tivesse a história ou, até mesmo, a ideia em mente”. Da busca por essa ideia veio a escolha da Feira de Raízes e Ervas Medicinais para locação. “O Balido Interno surgiu em uma visita à feira. Eu havia me perdido por lá e acabei encontrando aquele lugar com suas ruas e barracas que pareciam esquecidas pelo tempo, mas, ao mesmo tempo, pulsantes de vida e cultura. Eu queria usar a regionalidade crua da feira associada a uma história que passasse uma mensagem forte. Aquela atmosfera mágica era o palco perfeito para uma metáfora sobre intolerância e resistência”, explica Eder Deó. Além das ervas e raízes, as prateleiras dos pequenos estabelecimentos estão repletas de santos católicos de devoção popular, de entidades do xangô, candomblê, umbanda e jurema e de materias usados pelas religiões de matrizes africanas que são comercializados por gerações de feirantes. Tendo como plano de fundo as ruas estreitas do lugar, o Balido Interno conta a história de Joana, uma vendedora de ervas que tem um bode como bicho de estimação. O animal é pivô da tensão entre ela e seu vizinho de barraca, um homem conservador e religioso. “Após a aprovação do projeto de patrocínio pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), iniciamos o processo de pré-produção, seleção de atores, estudo e visita de locações. Cheguei a desenhar todo o filme, quadro a quadro, para que a equipe todas entendesse qual era a ideia e como seriam os enquadramentos e o que cada um teria. Orquestar tudo isso foi muito desafiador. Até então, foi o maior set de filmagens que já conduzi”, afirma. Após o lançamento, marcado para fevereiro, será feita a distribuição do filme em festivais por todo o país. “O Balido Interno” é o segundo curta-metragem do diretor. O primeiro trabalho recebeu importantes prêmios em festivais consagrados na região como Curta Taquary – nas categorias Melhor Diretor, Melhor Filme e Melhor Montagem – e o Festival de Cinema de Caruaru – Melhor Filme pelo Júri e Melhor Roteiro.

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As heroínas de Tejucupapo

Tejucupapo é distrito do município pernambucano de Goiana, mas não se limita a isso. Tejucupapo é muito mais, protagonista que é de uma página inesquecível não apenas da história pernambucana, mas da história do Brasil. Aceite este convite para revisitarmos juntos a memória das heroínas de Tejucupapo. Foi assim que aconteceu. Quando se deu o episódio de Tejucupapo, os holandeses estavam enfraquecidos, tanto que já haviam perdido quase todo o domínio de terras pernambucanas, além do que estavam sitiados e sem comida. A solução, concluíram, seria ocupar Tejucupapo, uma área tradicional de plantio da nutritiva mandioca. A farinha de mandioca, que desde os tempos de Maurício de Nassau se tornava escassa, era naqueles dias algo pelo que valia a pena arriscar-se em combates. Mas como tomar a cidade? Era uma tarefa relativamente fácil, avaliaram. Determinaram, então, justamente um domingo para a investida, já que naquele dia os homens do vilarejo iam ao Recife para vender os produtos da pesca, crustáceos e moluscos nas feiras da capital. Obviamente o distrito estaria desguarnecido, facilitando a invasão, equivocavam-se os batavos. Tinham certa dose de razão, é verdade, mas não contavam que, sabedoras da aproximação dos invasores, quatro mulheres Maria Camarão, Maria Quitéria, Maria Clara e Joaquina conclamaram a população ao enfrentamento. Quer dizer que aquelas mulheres eram politizadas e, como tal, defendiam a presença portuguesa no Brasil? Absolutamente não é a resposta. A Maria Camarão, Maria Quitéria, Maria Clara e Joaquina não importava se a remanescência era de um colonizador holandês ou português. O que elas queriam, isto sim, era um governo, permita-se a brincadeira, “pernambuquês”. Os homens, por seu turno, não destoavam delas. Os poucos que ficaram em Tejucupapo foram receber os invasores a bala, enquanto as mulheres, em uma culinária de extrema esquisitice, despejavam sobre eles água fervente misturada com pimenta. O elemento surpresa era de grande efetividade. Escondidas em trincheiras, as mulheres atiravam a mistura diretamente nos olhos dos inimigos inutilizando-os para o combate. O resultado é que cessada a luta, mais de 300 cadáveres, a maioria de flamengos, jaziam espalhados pelo vilarejo, dando um testemunho convincente da bravura deste povo. Naquele dia foi escrita uma memorável página da história brasileira, mas, lembra o historiador Leonardo Dantas, a rendição dos holandeses em Pernambuco só aconteceu em 26 de janeiro de 1654. Tejucupapo, diz mais, foi um episódio, não um marco definitivo na derrota dos holandeses no Nordeste brasileiro, a exemplo de Tabocas, Nazaré do Cabo e das duas batalhas dos Montes Guararapes (1648 e 1649). Foi assim que as mulheres guerreiras de Tejucupapo escreveram com sangue uma página ardente do livro que nos libertou da dominação holandesa do Brasil. *Por Marcelo Alcoforado

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O Recife que devemos ler

Paulo Caldas * "O Recife de múltiplas expressões, vem ver!” é um livro, quase um álbum, que traz uma simbiose de imagens significativas da cultura local, somadas a comentários bem concebidos, espécie de legendas estendidas, resultado de pesquisa e textos da designer Milena Assunção (também autora do projeto gráfico), e da escritora Rosangela Lima, com uso do acervo de imagens de Geraldo Assunção e produção da Pereba Books. No decorrer da leitura, é possível chegar às belezas não só estéticas, mas no conteúdo assentado nos alicerces da história da cidade “metade roubada ao mar”, como definiu a versão lírica de Carlos Pena Filho no seu “Guia prático da cidade do Recife”, um dentre tantos bardos de várias gerações (Manuel e Luiz Bandeira, João Cabral, Antônio Maria, Capiba, Jorge de Lima: “mulheres todas, cidade só uma, o Recife”), que exaltaram a cidade, assim como, nos momentos mais recentes, em “Belle de Jour”, canção de Alceu Valença ou quando no Movimento Mangue Beat, Chico Science canta as mazelas do burgo amado em “Da lama ao caos”. Abraça o engano quem julgar esse livro como um mero guia ilustrado por um acervo iconográfico qualquer. O seu valor conteudístico reflete a busca pela idoneidade nos detalhes certificadores encontrados no manancial de consultas a renomados escritores (Carlos Bezerra Cavalcanti, José Teles e Sidney Rocha) e instituições do nível da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) e Museu Afro Brasil, entre outras, e soube dosar na medida exata, informações expressadas por amantes desse velho, mas vigoroso Santo Antônio do Recife ou a Cidade Maurícia dos tempos de Nassau. *Paulo Caldas é Escritor

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Ministro da Educação empossará Alfredo Bertini como novo presidente da Fundaj

O Ministro da Educação, professor Ricardo Vélez Rodríguez, estará no Recife na próxima segunda-feira (28) para a cerimônia de posse do presidente da Fundação Joaquim Nabuco, o economista, professor, pesquisador e produtor de entretenimento, Alfredo Bertini. O evento será realizado no Cinema do Museu, no campus Casa Forte, às 11h. “A Fundação Joaquim Nabuco, que traz em seu alicerce todo esse legado cultural pernambucano, será presidida pelo professor Alfredo Bertini, que é um líder cultural que se afinou sempre com propostas de alcance nacional e certamente nos ajudará a irradiar a figura do nordeste e a cultura pernambucana em âmbito nacional”, destaca o ministro da Educação. O professor Ricardo Vélez Rodríguez ressaltou a importância da Fundaj, uma instituição de pesquisas econômicas e sociais. “São muitos os motivos que temos para comemorar a existência da Fundação Joaquim Nabuco, a começar pelo próprio pensamento de Joaquim Nabuco que fundamentou a criação da entidade”, observou o ministro. Vélez acrescentou que “é, além do mais, berço cultural do Brasil moderno a Escola do Recife, que trouxe a ideia de liberdade, a ideia de representação, a ideia de aplicação do Estado de Direito, como se vê na obra de Tobias Barreto e de Sílvio Romero.Pernambuco “É, além do mais, berço cultural do Brasil moderno a Escola do Recife, que trouxe a ideia de liberdade, a ideia de representação, a ideia de aplicação do Estado de Direito, como se vê na obra de Tobias Barreto e de Sílvio Romero. Então, temos essa herança cultural fantástica da Escola do Recife, além de, evidentemente, da obra de Gilberto Freyre, que tem uma obra pioneira, maravilhosa.” Às 15h, o ministro Ricardo Vélez Rodrígues e o presidente Alfredo Bertini seguirão para uma visita no Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho, local onde Joaquim Nabuco viveu parte de sua infância. O engenho conserva a casa-grande colonial, construída numa encosta, a capela de São Mateus, situada no alto, e, na parte mais baixa, o arruado, que foi transformado em acomodações. Currículo de Bertini Recifense nascido no Derby, onde funciona uma das unidades da Fundaj, Bertini foi indicado pelo próprio ministro para ocupar a presidência da casa de pesquisa, educação e cultura criada por Gilberto Freyre. Ele atua há mais de 25 anos na área de audiovisual, tendo recebido da Assembleia Legislativa de Pernambuco a Medalha de Mérito Cultural Gilberto Freyre pela contribuição ao desenvolvimento da cultura no Estado de Pernambuco. Bertini foi criador e gestor do projeto Festival de Cinema do Recife, hoje conhecido como Cine-PE. Contribuiu também para a gestão pública federal como Secretário Nacional do Audiovisual do Ministério da Cultura em 2016. Mais tarde, retornou ao Ministério no cargo de Secretário Nacional de Infraestrutura Cultural, quando operou a gestão do projeto de implantação dos Centros de Artes e Esportes do Governo Federal (CEU’s). É também autor de diversos artigos e obras, como “O Seguro-Desemprego no Brasil”, tese que garantiu seu grau de mestrado, e livros como Economia Brasileira (1985), Quando o Caso é de Cinema, a Paixão é um Festival (2006) e Economia da Cultura (2008), esse último representando um exercício pioneiro na área hoje denominada de indústria criativa. Na área de economia, especializou-se em Economia do Trabalho pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), por meio do Programa Regional de Empregos para a América Latina e Caribe. Seu currículo reúne desde vivência como técnico contratado pelo Banco Nacional de Habitação e economista concursado pela UFPE, a professor das Universidades de Pernambuco e Federal de Pernambuco.

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Peça aborda ida de nordestino para o Sudeste

O espetáculo “Quanto mais eu vou, eu fico” da Bubuia Companhia de Teatro estreia, nesta sexta (25), às 20h, no Teatro Eva Herz do Shopping RioMar. Em voo solo, a peça fará única apresentação no Recife trazendo o texto original que mistura estórias reais e fictícias, convidando o público a viajar na jornada do povo nordestino que migra para o Sudeste do Brasil em busca de uma vida melhor. O projeto reúne a nova cena autoral de teatro e música pernambucana, com atuação das atrizes Endi Vasconcelos, do filme “A Morte Habita à Noite” de Eduardo Morotó, Maria Laura Catão, da peça “Bailei na Curva” (RJ) e  Bruna Castiel, conhecida pelos trabalhos em “A Filha do Teatro”, de Antônio Rodrigues e a montagem de “Rei Lear”, dirigida pelo carioca Moacir Chaves. Mas o que é o Nordeste? O que significa uma vida melhor? O enredo debate esses e outros dilemas dessa jornada de ida e volta dos nordestinos para o Sudeste do País, levando o público a viajar junto e descobrir um Nordeste mais humano, real e nada caricato, desconstruindo o Nordeste que habita no preconceito popular.  Em cena, as atrizes experimentam diversos personagens que juntos montam um mosaico para contar histórias de pessoas que deixam o lugar de origem em busca dos próprios sonhos. A direção musical da peça fica por conta de Juliano Holanda, dramaturgia do poeta Gleison Nascimento, com músicas de Thiago Martins e Zé Barreto, além da canção inédita “Cinemascópio”, do disco “Quanto mais eu vou, eu fico” de Marcello Rangel, que dá nome à peça. O espetáculo ainda conta com a direção geral do aclamado Samuel Santos, conhecido pela adaptação de “A Terra dos Meninos Pelados” , de Graciliano Ramos, que conquistou 09 prêmios APACEPE. E a direção de movimento do artista Hélder Vasconcelos, um dos fundadores do grupo Mestre Ambrósio e consagrado por passear pelas diversas facetas da dança, teatro e música como em seus espetáculos “Espiral Brinquedo Meu” e “Por Si Só”. A peça “Quanto mais eu vou, eu fico” é uma realização da Bubuia Companhia de Teatro. A peça terá única exibição, no Teatro Eva Herz no Shopping RioMar, os ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$20 (meia entrada) e podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou pelo site do Ingresso Rápido.    

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