Alta de casos preocupa, e circulação de novo sorotipo agrava o cenário
O verão de 2025 traz um alerta sobre a dengue, com um aumento expressivo no número de casos. Segundo o Ministério da Saúde, já são mais de 350 mil casos prováveis e 150 mortes confirmadas em menos de 50 dias. O grande fator de preocupação é a volta do sorotipo 3 da doença, ausente no Brasil desde 2007, o que significa que boa parte da população não possui imunidade contra essa variante.
A combinação de altas temperaturas e chuvas intensas tem favorecido a proliferação do Aedes aegypti, aumentando os focos do mosquito. “Como a temporada de dengue do ano passado já foi intensa, a tendência é que ela seja ainda maior, já que, em geral, os criadouros do ano anterior permanecem sem ser limpos”, explica Marcelo Ducroquet, infectologista e professor da Universidade Positivo (UP). Ele alerta que quem já teve dengue anteriormente corre mais risco de desenvolver a forma grave da doença, pois “os anticorpos da primeira infecção chegam a reconhecer o vírus, mas não conseguem neutralizá-lo, facilitando sua disseminação”.
Para evitar a doença, é fundamental eliminar focos de água parada em casa, usar repelentes e telas protetoras. Além disso, ao apresentar sintomas como febre alta e dores no corpo, a recomendação é procurar uma unidade de saúde imediatamente. “O paciente que apresentar sintomas como dor de barriga, vômito e tontura deve procurar imediatamente um posto de saúde, pois esses sinais podem indicar dengue hemorrágica”, reforça Ducroquet.
A prevenção continua sendo a melhor estratégia para conter a epidemia. Medidas simples, como tampar caixas d’água, descartar recipientes que acumulam água e manter calhas limpas, fazem toda a diferença na redução da proliferação do mosquito.