“Desobediência” mostra transgressora história de amor em uma comunidade religiosa – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

“Desobediência” mostra transgressora história de amor em uma comunidade religiosa

*Por Houldine Nascimento

Quem estiver no Recife terá, neste sábado (14), às 20h40, uma última chance de ver na tela grande o longa-metragem “Desobediência” (Disobedience, Reino Unido/Irlanda/EUA, 2017), em cartaz no Moviemax Rosa e Silva. Este filme dirigido pelo chileno-argentino Sebastián Lelio (“Uma mulher fantástica”) deu o que falar nos festivais por onde passou, especialmente em Toronto, onde estreou em setembro de 2017. Nele, vemos Ronit (Rachel Weisz) retornar a uma comunidade judaica em Londres após muitos anos de ausência. Seu pai, um rabino muito admirado pela congregação, falece.

Ela achou no auto-exílio em Nova Iorque, onde ganha a vida como fotógrafa, uma maneira de escapar daquilo que considerava sufocante: o conservadorismo da religião, que a fez renunciar a um grande amor no passado. O regresso surpreende a todos, incluindo o primo Dovid (Alessandro Nivola), prestes a assumir a liderança espiritual da comunidade. O reencontro traz algumas revelações, como o casamento entre o primo e Esti (Rachel McAdams), uma mulher com quem Ronit cresceu e passou por várias experiências.

Em paralelo aos acontecimentos da rígida e intransponível comuna judaica, as duas decidem reviver, na surdina, a relação que abalou o local tempos atrás. É assim que Esti sai do torpor e foge do que a aprisionava. A desobediência do título – a que aderem Esti, Ronit e o próprio Dovid mais adiante –, é um respiro dos três protagonistas.

Uma obra sutil em sua transgressão, “Desobediência” expõe ao espectador aspectos contraditórios de seus personagens e, por consequência, da vida. Para construir seu primeiro longa falado inteiramente em língua inglesa, Lelio tomou o romance homônimo da inglesa Naomi Alderman como ponto de partida. O filme ratifica o talento dele na direção.

Além disso, exibe as virtudes das duas Rachels como atrizes, tanto em cenas quentes como em inserções mais delicadas. Mas quem chama atenção é Nivola, mesmo com uma participação menor do que as duas colegas. Ele é o que há de melhor nesta produção e confere ao seu personagem várias camadas. É um ator que está na estrada há algum tempo, mas aos poucos se afirma como um nome interessante e ao qual devemos estar cada vez mais atentos.

*Houldine Nascimento é jornalista

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