O verão ainda não chegou de forma oficial, mas a alta dos termômetros já é motivo de reclamação de canto a canto da região. Com isso, os cuidados com a pele devem ser redobrados para evitar vários desconfortos nos próximos dias diante das ondas de calor que tendem a ser cada vez maiores. A dermatologista Isabela Ferreira da Costa, por exemplo, aproveita o projeto Dezembro Laranja, de conscientização sobre o câncer de pele, para reforçar a importância do uso do protetor solar com recorrência no dia a dia, inclusive em ambientes internos, e a necessidade de procurar orientação especializada pelo menos uma vez ao ano.
A especialista, que atende em dois consultórios na Zona Sul do Recife, enfatiza que a pandemia fez com que a consulta de rotina com vários profissionais de saúde ficasse e ainda fique de lado, infelizmente. “Isso automaticamente representa um acúmulo de várias questões para serem resolvidas, com destaque para a queda de cabelo por conta da ansiedade e do estresse às alergias, coceiras, vermelhidão, além da baixa da imunidade que pode abrir porta para várias doenças de diferentes complexidades, infelizmente”, enfatiza. “Tem sido comum receber pessoas com pequenas feridas e sinais na pele que pensam ter causas simples, mas a partir da investigação mais detalhada constatamos o quadro cancerígeno. Partimos para a orientação imediata para resolver com tratamento isolado de cirurgia ou combinado com suporte oncológico de radioterapia”, alerta a profissional.
Isabela também chama atenção para outro ponto. “A pandemia deixou todos em isolamento por muito tempo. Com a flexibilização dos protocolos de convivência com a COVID-19, muitos querem aproveitar ao máximo as oportunidades de praia, piscina e atividades ao ar livre, principalmente agora no verão, diante das festividades de fim de ano e do mês de janeiro, geralmente, de férias para muitos. Por isso, é de extrema importância investir em bons protetores solares, reaplicar a cada três ou quatro horas e espalhar bem, incluindo a região das orelhas e das pálpebras. A ingestão média de dois litros de água, por dia, em sintonia com a escolha de alimentos mais leves e saudáveis, bem como o suporte de chapéus de aba larga, óculos escuro e blusas com proteção UV vão ajudar o corpo a ter mais disposição e resistência diante dos desafios climáticos da temporada favorita dos brasileiros”, conclui a doutora.
Estatísticas
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer de pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele e registra 8,4 mil casos anualmente.