O Dia 26 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. A data é importante para lembrar o quanto a prevenção é fundamental. A doença ocular é capaz de causar cegueira se não for tratada a tempo, pois 90% dos portadores não apresentam sintomas na fase inicial. O glaucoma é uma enfermidade crônica que não tem cura, mas na maioria dos casos pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Glaucoma, cerca de um milhão de brasileiros têm a doença.
“Por afetar a qualidade de vida do paciente, quanto antes for identificada, maiores serão as chances de tratamento, que é clínico, com uso de colírios, e nos casos refratários ao tratamento clínico, pode-se partir para um tratamento cirúrgico. Com isso, é possível retardar o avanço da doença e evitar complicações, que podem chegar à cegueira irreversível” explica o oftalmologista Dr Kaio Soares, do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE).
A doença é decorrente do dano às fibras do nervo óptico e comumente associada ao aumento da pressão ocular, que é o único fator de risco modificável no glaucoma. O tipo mais comum é o glaucoma de ângulo aberto, que na maioria das vezes tem fator hereditário associado e é responsável por 80% dos casos no mundo. Esse tipo se desenvolve lentamente, e se não tratado corretamente com o tempo, pode comprometer a visão periférica, levando a diminuição do campo visual gradativo, podendo chegar a visão central e consequentemente a cegueira irreversível. Com o avanço da doença é possível também afetar a sensibilidade ao contraste e às cores.
Já o glaucoma de ângulo fechado ocorre de forma súbita, podendo provocar a baixa visual em intervalo menor de tempo , que às vezes pode ser definitiva. Ele atinge pessoas portadoras de ângulo estreito, ou seja, que apresentam o espaço que existe entre a córnea e a íris menor . Pacientes com ângulo estreito, em situações que ocorrem um aumento da pupila, a drenagem do fluido é bloqueada e a pressão intraocular aumenta. O paciente pode apresentar os seguintes sintomas: dor ocular, cefaléia, visão turva, halos coloridos, náuseas e vômitos.
Além deles, há também o glaucoma congênito – que ocorre em bebês, onde há uma imaturidade do loval responsável pela drenagem intraocular, e o bebê pode apresentar globo ocular aumentado e córnea opaca – e o glaucoma secundário, derivado de complicações de outras doenças, secundárias a trauma ou até medicamentos.
O glaucoma possui maior incidência em pessoas diabéticas, da raça negra, gênero feminino, portadores de miopia elevada e/ ou com histórico familiar. A doença pode atingir pacientes de todas as idades, porém é mais comum após os 50 anos. “O tratamento é definido após avaliação de uma série de fatores e geralmente é feito com o uso contínuo de colírios, podendo-se recorrer ao laser ou cirurgia, conforme o estágio da doença. É importante lembrar que a avaliação periódica com o oftalmologista é fundamental para o diagnóstico e acompanhamento adequado”, finaliza Kaio Soares.