Mestre Kleber Silva desvenda os benefícios da chamada arte suave. A prática regular do jiu-jitsu ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade. O foco nas técnicas e a liberação de endorfina durante o exercício físico proporcionam uma sensação de bem-estar e alívio do estresse diário. Tenha mais força e tônus muscular, flexibilidade, coordenação motora e melhore a condição cardiovascular. Acompanhe também histórias de superação de praticantes de jiu-jitsu.
O jiu-jitsu é uma arte marcial milenar, bem como uma atividade física intensa que melhora a resistência, a força muscular, a flexibilidade e até questões comportamentais, como a disciplina e a organização. Originalmente desenvolvido no Japão e posteriormente refinado no Brasil, o jiu-jitsu foca em técnicas de controle e submissão do oponente, com ênfase em técnicas de luta no chão.
“As pessoas que praticam jiu-jitsu geralmente experimentam uma melhora na condição cardiovascular, aumento da coordenação motora e tonificação muscular”, explica o professor de artes marciais e mestre em jiu-jitsu faixa preta 2º Dan, Kleber Silva, líder da equipe Nordeste Fight.
O jiu-jitsu tem sido cada vez mais procurado por pessoas de diferentes perfis, incluindo empresários, executivos, profissionais liberais, homens e mulheres, em busca de uma modalidade de treino que não só promova a forma física, mas também proporcione sensação de bem-estar e qualidade de vida.
“A prática regular do jiu-jitsu ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade. O foco nas técnicas e a liberação de endorfina durante o exercício físico proporcionam uma sensação de bem-estar e alívio do estresse diário”, complementa.
As aulas de jiu-jitsu geralmente incluem um aquecimento intenso e exercícios de cardio, o que contribui para melhorar o condicionamento cardiovascular e a resistência, facilitando a prática de exercícios por mais tempo e com mais intensidade.
Por essas razões, o jiu-jitsu tem se tornado uma escolha popular entre aqueles que buscam um treino completo, que vai além do físico e contribui para o bem-estar geral.
“O jiu-jitsu me tirou de uma tristeza profunda”, revela jovem
O farmacêutico Pedro Emanuel, 24 anos, é faixa azul de jiu-jitsu e treina há dois anos. Já foi aluno de Taekwondo por 5 anos e chegou à faixa preta 1° Dan, aos 12 anos. Participou de três competições de jiu-jitsu. Treina 5 vezes por semana e é atleta amador pela equipe Nordeste Fight. Mas, o começo não foi fácil.
“Eu tinha acabado de ser demitido do emprego e estava triste em casa, minha mãe me incentivou a entrar na academia de musculação, que lá também tem jiu-jitsu. Fiz uma aula experimental da luta, gostei bastante. Hoje treino jiu-jitsu com kimono e sem kimono. Eu sempre chamava minha mãe para treinar também, depois de dois anos de insistência, ela começou e gostou muito”, afirma Pedro.
“A prática constante de jiu-jitsu tem sido associada a um menor risco de desenvolver ansiedade e depressão, além de ajudar a aliviar os sintomas em pessoas que já sofrem desses problemas. Portanto, uma excelente modalidade para a saúde mental. Para as pessoas que estão com algum transtorno mental, sempre recomendo que não deixe o tratamento com o psicólogo ou psiquiatra”, orienta Kleber Silva.
O jiu-jitsu é frequentemente praticado em grupo, o que ajuda a promover a socialização e o senso de comunidade. O jiu-jitsu é especialmente benéfico para pessoas que se sentem isoladas, passaram por um trauma recente, como morte de um familiar, além de questões corriqueiras que envolvam desafios emocionais, como desemprego, separação, estresse, entre outros fatores.
Máxima do jiu-jitsu: melhor saber e não precisar do que precisar e não saber
No contexto da defesa pessoal, o jiu-jitsu ensina técnicas eficazes para lidar com situações de agressão ou violência, permitindo que uma pessoa possa se proteger e neutralizar um ataque, mesmo contra oponentes maiores ou mais fortes. Além disso, o jiu-jitsu também enfatiza a importância da disciplina, autocontrole e respeito, valores que são fundamentais tanto no tatame quanto na vida cotidiana.
DEFESA PESSOAL – O jiu-jitsu é também uma arte marcial eficaz que se concentra em técnicas de defesa pessoal, permitindo que os alunos se defendam em situações de perigo.
“Aprender jiu-jitsu aumenta a confiança e fornece habilidades práticas para se protegerem”, complementa o mestre Kleber Silva.
O objetivo do jiu-jitsu é controlar o adversário até o mesmo se render. As principais técnicas são: quedas, rolamentos, alavancas, estrangulamento e torções.
Mulheres: empoderadas dentro e fora do tatame
O jiu-jitsu ajuda as mulheres a se sentirem empoderadas, tanto fisicamente quanto mentalmente. Ao dominar técnicas e superar desafios, as praticantes de jiu-jitsu desenvolvem uma maior autoconfiança e autoestima, o que se estende para outras áreas da vida.
É importante ressaltar que cada pessoa tem suas próprias razões e motivações para praticar jiu-jitsu.
“Algumas mulheres podem estar motivadas apenas em melhorar o condicionamento físico, enquanto outras podem estar mais focadas na autodefesa”, explica mestre Kleber.
O jiu-jitsu oferece benefícios multifacetados que podem se adaptar aos diferentes objetivos e necessidades das mulheres.
Ao pesquisar uma academia ou centro de treinamento de artes marciais, é importante o aluno procurar saber a idoneidade do professor que estará ensinando as técnicas. Além disso, o professor deve ser registrado nos órgãos que regulamentam o jiu-jitsu (federações, confederações e associações).
Jiu-jitsu para crianças
O jiu-jitsu oferece uma série de benefícios importantes para as crianças. A auxiliar do professor Kleber Silva, atleta faixa azul Pollyanne Vasconcelos, que oferece suporte às aulas de jiu-jitsu kids, explica:
“O jiu-jitsu é uma atividade física que ajuda no desenvolvimento da coordenação motora, força, flexibilidade, emagrecimento e resistência das crianças. A prática regular do esporte contribui para o crescimento saudável e fortalecimento muscular”, diz.
À medida que as crianças avançam e superam desafios no jiu-jitsu, ganham confiança em suas habilidades e desenvolvem uma maior autoestima. O esporte ensina a lidar com adversidades, a persistir diante de dificuldades e confiar em si mesmos. Ao aprender técnicas de defesa pessoal, as crianças desenvolvem habilidades para lidar com situações de conflito e bullying de maneira não violenta.
Será que aprender uma arte marcial torna a criança violenta?
Muito pelo contrário, é o que explica Pollyanne Vasconcelos:
“O jiu-jitsu é uma arte marcial com um forte foco na disciplina e no respeito. As crianças aprendem a seguir as regras, a acompanhar os instrutores, colegas e o ambiente do tatame. Esses valores são importantes para a formação do caráter e auxiliar na educação e no convívio social, seja na escola ou no ambiente familiar”, esclarece.
Foco e concentração para criançada: Durante as aulas de jiu-jitsu, as crianças são incentivadas a concentrar-se nas instruções do professor e a focar nas atividades propostas. Isso ajuda a desenvolver habilidades de concentração, estimula a capacidade de aprendizado em outras áreas.
“Meninos e meninas que possuem algum déficit de atenção e praticam jiu-jitsu são conduzidos para uma maior concentração, comunicação, sociabilização, cooperação e trabalho em equipe”, diz Kleber Silva.
É importante destacar que o jiu-jitsu para crianças deve ser ministrado por instrutores treinados e em academias que valorizam a segurança e o bem-estar dos praticantes mirins. Além disso, é fundamental que as atividades sigam a faixa etária e que haja um ambiente de diversão e aprendizado.
No-Gi: jiu-jitsu sem kimono
O No-Gi é uma modalidade do jiu-jitsu em que os praticantes não utilizam o kimono, também conhecido como Gi. Sem o kimono, muitas das pegadas e estrangulamentos que são comuns no jiu-jitsu tradicional com kimono não são possíveis, o que leva a um estilo de luta ligeiramente diferente, com mais ênfase em técnicas de pegada no corpo do oponente e em movimentos que aproveitam o atrito da pele.
“O No-Gi é popular tanto como uma modalidade de competição separada quanto como uma forma de treinamento complementar para o jiu-jitsu tradicional” , esclarece Kleber Silva.
Alguns praticantes preferem o No-Gi por ser mais semelhante a situações de luta real, já que não há roupas para agarrar, enquanto outros apreciam a técnica e a estratégia envolvidas na adaptação do jiu-jitsu para o No-Gi.
Jiu-jistu para emagrecimento
A quantidade de calorias que uma pessoa pode perder durante uma aula de jiu-jitsu pode variar dependendo de vários fatores, como idade, peso, nível de condicionamento físico, intensidade do treino e duração da aula. No entanto, é possível fornecer uma estimativa aproximada.
“O jiu-jitsu é uma atividade física intensa que queima uma quantidade significativa de calorias por sessão, ajudando a criar um déficit calórico necessário para a perda de peso”, informa o mestre Kleber Silva.
De acordo com estudos e dados de referência, é comum que uma pessoa possa queimar cerca de 500 a 700 calorias em uma aula de jiu-jitsu com duração de 1 hora. Esse valor pode ser mais alto se o treino for particularmente intenso, envolver exercícios aeróbicos intensos ou for de longa duração.
É importante ressaltar que o emagrecimento saudável geralmente é alcançado por meio de uma combinação de dieta equilibrada e atividade física regular. O jiu-jitsu é uma parte importante desse processo, mas é essencial adotar um estilo de vida saudável como um todo. Procure um nutricionista esportivo.
Jiu-jitsu é uma modalidade inclusiva
O Auxiliar de Desenvolvimento Infantil (ADI) Thulio Leite, 37 anos, é praticante de jiu-jitsu, começou a praticar a arte marcial há dois anos. Já treinava Taekwondo e Muay Thai. Hoje é faixa azul 3º grau em jiu-jitsu.
Thulio tem uma Anormalidade Congênita de Membro. No seu caso, nasceu sem a mão esquerda. Sempre teve vontade de treinar a arte suave e conta como é convivência com a sua deficiência.
“Lidar com a deficiência foi difícil na infância, já na fase adulta eu nunca tive problemas, nunca foi um limitador para nada em minha vida. Depois que você entende o que é o jiu-jitsu significa, você não consegue pensar em desistir. Conto com o apoio tanto da minha família quanto da minha equipe, Nordeste Fight”, diz.
O atleta amador incentivou o filho Murilo Arthas, 06 anos, a praticar a modalidade. O garoto já treina há um ano e tem mostrado cada dia mais interesse pela prática do Jiu-jitsu, inclusive perguntando diariamente: “hoje a gente vai treinar?”.
“O jiu-jitsu ensina além de outras coisas: valores, disciplina, respeito e confiança. Tudo o que uma criança precisa para se tornar um ser humano seguro e integro”, revela.
Thulio Leite treina de duas a três vezes por semana e participa de competições nas categorias parajiu-jitsu e na convencional. Já participou de 10 competições, sendo 7 como campeão e 3 na vice.
Fonte da Reportagem
Mestre Kleber Silva é atleta de jiu-jitsu com faixa preta de 2º Dan, personal fight, instrutor de defesa pessoal, profissional de educação física e professor da modalidade para adultos e crianças. @klebersilvabjj
Desafios e importância da regulação do sono na volta às aulas
O psicólogo Rodrigo Nery explica sobre o assunto para os nossos leitores
O Carnaval acabou, o recesso das escolas também e agora teremos novamente a semana da volta às aulas. Com isso, precisamos falar da readaptação das crianças para a rotina escolar, e o sono tem um impacto direto no bem-estar emocional, no desempenho acadêmico e no desenvolvimento cognitivo dos estudantes.
Durante as férias e nesse recesso de Carnaval, é comum que as rotinas de sono sejam mais flexíveis, resultando em horários irregulares de dormir e acordar. No entanto, retornar a uma rotina consistente de sono antes do início das aulas é essencial para permitir que as crianças se adaptem gradualmente e alcancem seu potencial máximo.
O sono adequado desempenha um papel fundamental na consolidação da memória, na capacidade de concentração e na regulação emocional das crianças. Quando privadas do sono adequado, as crianças podem apresentar dificuldades de atenção, irritabilidade, ansiedade e até mesmo problemas comportamentais na escola. Além disso, a falta de sono pode prejudicar o sistema imunológico, tornando as crianças mais suscetíveis a doenças.
Para promover uma transição suave de volta às aulas, os pais e responsáveis devem estabelecer uma rotina regular de sono, garantindo que as crianças durmam o suficiente para sua faixa etária. Isso inclui definir horários consistentes para dormir e acordar, limitar a exposição a telas antes de dormir e criar um ambiente propício ao sono, com um quarto escuro, fresco e tranquilo. Além disso, incentivar práticas relaxantes antes de dormir, como a leitura ou meditação, pode ajudar as crianças a relaxar e adormecer mais facilmente.
É essencial que os pais reconheçam a importância do sono para o bem-estar global de seus filhos e priorizem a criação de hábitos saudáveis de sono, especialmente durante períodos de transição, como a volta às aulas. Investir no sono adequado das crianças não apenas melhora seu desempenho acadêmico, mas também contribui para sua saúde física e emocional a longo prazo.
Rodrigo Nery é Psicólogo e Diretor do Grupo Ampliar Terapia Multidisciplinar. @rodrigonerypsi