Dor física e depressão: como entender essa relação? - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Dor física e depressão: como entender essa relação?

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Sabemos que as demandas e as cobranças da vida moderna associadas ao ritmo acelerado do dia a dia, sobretudo, nas grandes cidades, podem ocasionar problemas em relação à saúde física e mental – e que normalmente, são manifestados através de dores no corpo e transtornos emocionais. “Dor e depressão estão intimamente relacionadas. Estudos apontam que até 65% das pessoas com depressão apresentam sintomas dolorosos.

Depressão pode causar dor e dor pode causar depressão. É comum existir um ciclo vicioso, em que uma condição piora a outra”, explica o Dr. Marcelo Amato, médico neurocirurgião, especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva da coluna.

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É frequente identificar sintomas de estresse em um paciente que vive cronicamente com dor lombar ou cervical. Com o passar do tempo, essa situação pode levar a crises de ansiedade, tristeza e depressão por limitar a pessoa na realização de atividades habituais, tais como: o exercício da profissão e seus hobbies.

Nestes casos, é indicado o encaminhamento para outros profissionais da área da Saúde, a exemplo de psiquiatras e psicólogos. Segundo o Dr. Amato, isso não quer dizer que o médico desconsidere algum problema físico ou esteja dizendo que a dor é somente “psicológica”. “O médico está tentando tratar de uma forma global – tanto a dor física quanto a dor emocional”, afirma Amato.

Além disso, há outros sintomas de depressão que podem sugerir a avaliação de um psiquiatra em casos de dores crônicas: situações de cansaço excessivo, distúrbio do sono, mudança de hábito alimentar, apatia, sensação de desespero e tristeza contínua.

Os procedimentos para tratamento de dor na coluna como as infiltrações ou as cirurgias endoscópicas, por exemplo, podem ajudar quando existe um componente físico bem evidente. Já no caso de um paciente com dor muito difusa, fica difícil avaliar.

Em algumas situações, ao iniciar um tratamento multidisciplinar, com o auxílio de fisioterapeutas, psicólogos e medicamentos, o paciente percebe que a dor inicialmente difusa, começa a ficar mais localizada. Desta forma, o neurocirurgião pode identificar uma raiz nervosa lombar ou uma raiz nervosa cervical que, na maioria das vezes, representa a origem do problema. No início é muito difícil identificar o diagnóstico, mas no decorrer do acompanhamento, o problema físico pode se tornar mais aparente, viabilizando o tratamento.

“Normalmente, os casos que envolvem dor crônica e depressão não são considerados graves do ponto de vista neurológico, no entanto, são difíceis de serem tratados, pois envolvem um segmento multidisciplinar. Além disso, é preciso muita força de vontade e dedicação do paciente para melhorar a sua condição, para isso é necessário seguir todas as orientações dos profissionais envolvidos”, declara o Dr. Amato.

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