Dor nas costas é campeã em afastamentos do trabalho - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Dor nas costas é campeã em afastamentos do trabalho

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Neste Dia Mundial de Combate à Dor, celebrado hoje (17 de outubro), paira um alerta sobre um assunto bastante comum que afeta a aproximadamente 80% da população brasileira: as dores nas costas. Trata-se de um problema que interfere em diversas esferas da vida do indivíduo, especialmente na sua capacidade funcional no trabalho, fato que é atestado pelo INSS ao reportar que a maioria dos pedidos de afastamento das atividades está relacionada ao distúrbio. Só em 2017 foram contabilizados 83,8 mil casos de licença por este motivo, segundo o órgão.

Segundo o neurocirurgião pela Unifesp, com foco de atuação em coluna, Dr. Alexandre Elias, a prevalência dos casos de dores nas costas se dá por processos inflamatórios e degenerativos na região, sendo que ambos costumam ser potencializados por maus hábitos do próprio indivíduo. “São erros posturais, sedentarismo, excesso de peso corporal e de carga empregada, além de atividades físicas inadequadas, que em geral passam despercebidos nas ações cotidianas, gerando desgaste das articulações e estruturas adjacentes. E quando somados aos fatores de predisposição genética, tem-se um quadro bastante favorável ao desenvolvimento de problemas crônicos e de mais difícil solução”, explica o médico.

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Como identificar
Não é difícil saber quando as costas doem. Mas se as crises são constantes e insistentes, persistindo por mais de três meses, é indício de que algo não está funcionando bem. Mas é preciso ter atenção! A automedicação, apesar de parecer uma solução eficiente e mais barata, pode trazer sérios riscos.

“Se o indivíduo tem quadros dolorosos várias vezes e toma analgésicos para sanar momentaneamente o problema, pode estar mascarando uma doença mais grave. Por isso, recomendo que haja uma espécie de diário para registrar quantas vezes essas crises aparecem, com que intensidade e especialmente em quais situações. Isso facilita o diagnóstico de inúmeros distúrbios, como a hérnia de disco, espondilolistese e até tumores”, diz o neurocirurgião.

Tratamentos mais eficientes
E qual é o tratamento mais indicado para o controle da dor nas costas? Depende. Quanto mais cedo a disfunção que gera o sintoma for identificada, mais chances o paciente tem de responder positivamente ao método terapêutico escolhido. “Inicialmente o tratamento é feito pela via medicamentosa, que pode sofrer alguns ajustes ao longo do caminho. Quando aliada a reabilitação postural e realização de exercícios de fortalecimento, tende a ser mais que suficiente”, contextualiza o especialista.

Porém, casos mais resistentes podem ter indicação de procedimentos cirúrgicos. “Quando a disfunção é crônica, precisamos agir direto na coluna. Um dos recursos que temos é injetar opioides específicos na estrutura da coluna. A toxina botulínica A e o CBD, derivado do canabidiol, também estão sendo considerados atualmente. Para além disso, com o avanço da medicina, felizmente podemos contar com diversas possibilidades de cirurgias minimamente invasivas, com cortes reduzidos e menor tempo de recuperação”, explica.

Dr. Alexandre Elias ainda lista algumas medidas que podem ser de grande valia tanto para quem sofre com as dores como para aqueles que querem se prevenir. São elas:

1) Atenção ao uso de saltos: o uso de sapatos com saltos, especialmente os mais finos, pode prejudicar o pescoço e a lombar ao longo do tempo. Isso porque ao andar, os ombros são projetados para trás e a cabeça para a frente, mudando a angulação da coluna. A dica é reduzir o tempo em cima deles e buscar opções que tenham elevação entre 2 e 3 cm, ou ainda solados com sistema que minimize o impacto do peso corporal contra o solo.

2) Observe a angulação do pescoço ao usar o celular: a cabeça inclinada força o pescoço além do necessário, sobrecarregando a região e toda a cervical. O excesso de peso também se reflete nos ombros e costas, podendo até mesmo ocasionar hérnias de disco. Para evitar o problema, basta colocar o telefone na altura dos olhos.

3) Cuidados ao dormir: seja qual for o material do travesseiro, o importante é que a sua elevação esteja alinhada com a cabeça, fazendo com que não seja necessário dobrar o pescoço para cima ou para baixo. Usa-se, como média, uma altura de aproximadamente 10 centímetros. A mesma atenção vale para o colchão, que deve acolher o corpo com flexibilidade, mas não permitir que ele afunde. A posição de dormir também é importante, sempre de lado e não de bruços ou barriga para cima.

4) Alimentação equilibrada: a obesidade pode trazer consequências sérias para a saúde da coluna e corpo como um todo, sobrecarregando suas estruturas. Controlar o peso por meio de uma alimentação balanceada, rica em proteínas, verduras, legumes e frutas é o caminho.

5) Praticar atividades físicas sob supervisão: os exercícios ajudam no fortalecimento de músculos e ossos, liberam hormônios que reduzem a dor, melhoram a capacidade funcional e, por fim, a qualidade de vida.

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