No Painel Mensal da Agenda TGI, o consultor e colunista da Algomais Francisco Cunha tratou sobre os principais temas do país e do mundo nas últimas semanas e destacou os assuntos que são estratégicos para Pernambuco e para o Brasil.
A agenda econômica do Brasil, com os desafios fiscais, de crédito e de equalização da taxa de juros, foi um dos destaques do debate. Francisco Cunha considera que há uma pressão no Governo Lula por um bom desempenho econômico até mesmo para reduzir as chances de novos atos golpistas, como os que ocorreram no dia 8 de janeiro, em Brasília. Mesmo tendo essa pauta como uma das prioridades, o consultor avalia que a margem de ações do poder executivo no curto prazo é pequena para trazer mudanças estruturais ao País.
Ao tratar sobre esse tema que caminha entre a economia e a política, o consultor trouxe uma citação do ministro Flávio Dino, comentando os ataques do dia 8 de janeiro. A avaliação é de que se não houver uma retomada econômica durante o Governo Lula, o ethos do golpismo que destruiu a praça dos Três Poderes tende a voltar.
"Lula dividiu a gestão em planos para 2 e para 4 anos. Na celebração dos 100 dias de Governo, dia 10 de abril, Lula tende anunciar as ações já iniciadas no plano de médio e longo prazo. Uma espécio de grande pacto nacional. Não é mais um PAC, mas terá um novo nome. Esse grande pacto vai incluir os governadores para os próximos dois anos. A ideia do presidente é dividir o governo em dois biênios e assim pode acelerar os projetos, entregando ao final do mandato, os 50 anos em 4, como tem repetido", disse Francisco Cunha durante a live.
"A questão é se ele vai conseguir ou não. Em resumo, as condições internacionais são preocupantes pela inflação ainda alta, juros em ascensão e risco de comprometimento sistêmico do sistema financeiro dos Estados Unidos. No Brasil, embora com crescimento de quase 3% do PIB em 2022, a tendência é de maior dificuldade em 2023. Todavia, o sucesso do Governo Lula passa a depender criticamente do bom desempenho da economia. Ele vai consegui? É essa a questão que se coloca".
Ao tratar sobre os números do PIB, Cunha comparou o desempenho do Estado com o do País, em que identificou uma inversão da tendência da década passada. Enquanto durante o primeiro Governo Lula o Nordeste crescia mais que o País e Pernambuco mais que o Nordeste, o cenário dos últimos anos, em especial pós-pandemia, é de um avanço do PIB estadual bem menor que o nacional. Em 2022, por exemplo, Pernambuco cresceu apenas 0,7%.
Para 2023, a Condepe Fidem projeta um crescimento entre 2% e 2,5%. Para reverter essa tendência de baixo crescimento da economia pernambucana, Francisco Cunha defende que é necessário um plano de desenvolvimento, um novo ciclo para o Estado. Ele considera que é fundamental a participação da sociedade para construir esse novo caminho a ser trilhado pelo Estado. Um dos investimentos estratégicos, por exemplo, é a ferrovia até Suape.
"A sociedade precisa se mobilizar para dizer o que é importante para o Estado, mas temos uma grande dificuldade de fazer isso. Estamos devendo essa vertente da articulação para termos força para demandar a ferrovia como fundamental para o Estado"
A multiplicação e intensidade dos eventos climáticos, a recente crise do sistema financeiro americano e o desempenho do ministro Fernando Haddad foram alguns dos temas também abordados durante o Painel Mensal da Agenda TGI. Para participar da próxima edição, acompanhe a programação nas nossas redes sociais. Os ingressos são vendidos na plataforma do Sympla. Aos assinantes individuais e corporativos da Algomais o acesso é gratuito.