Em meio às incertezas resultantes do Covid-19, pouco se sabe sobre o que de fato é eficaz para combater esse vírus. A princípio, apenas pacientes com comorbidades desenvolviam a forma grave da doença, mas, passados dez meses da chegada do vírus, no Brasil, já foram registrados mutações do Sars-CoV-2, casos de reinfecção e estágios graves em quem não está no grupo de risco. Com isso, algumas organizações de saúde recomendam o uso do suporte de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) em pacientes com insuficiência respiratória aguda relacionada à Covid-19.
Em julho do ano passado, o The Annals of Thoracic Surgery publicou o relato de uma instituição que utilizava o ECMO – técnica de oxigenação por membrana extracorpórea-, nos pacientes internados. Entre os pacientes internados de 10 de março a 24 de abril de 2020, 321 foram intubados devido à Covid-19 e 27 (8,4%) deles foram colocados em ECMO venovenoso. De acordo com a cirurgiã cardiovascular da Cardiovascular Cirurgiões Associados, Manuella Muniz, a ECMO é um aparelho capaz de funcionar como um pulmão e um coração artificiais para pacientes que estão com os órgãos comprometidos. Essa terapia tem sido usada também em Pernambuco em muitos pacientes intubados, graves, para auxiliar na recuperação do pulmão acometido pelo Covid.
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“Em casos graves de Covid-19, o pulmão sofre danos e tem dificuldade de filtrar e bombear oxigênio para o corpo. Com o ECMO, o sangue sai do corpo e é bombeado direto para uma espécie de filtro que tira o excesso de gás carbônico e injeta o oxigênio no sangue. Isso dá melhores condições para o corpo do paciente se recuperar”, explica acrescentando que os resultados dessa terapia tem sido bastante satisfatórios.