*Por Eduardo Carvalho, Senior Fellow e Head de Cidadania Global do IPERID
Inovar é o processo de introduzir novas ideias, tecnologias e métodos para pessoas, empresas e nações. As inovações possibilitam resolução de problemas do mundo real e melhoria de produtividade, qualidade, competitividade. Também, qualidade de vida. Elas têm transformado o mundo e provoca necessidade de adaptação às mudanças cada vez mais intensas. O cultivo da inovação começa na família, com o estímulo à curiosidade da criança. Segue numa escola bem estruturada que tenha o papel de potencializar esse desenvolvimento, motivando os alunos a aprender a explorar, criar, liderar, empreender.
No mundo de incertezas em que desafios surgem com frequência, os alunos, desde a educação infantil, devem aprender a pensar de modo criativo, sistêmico e com senso crítico. Precisam participar de redes internacionais e desenvolver soluções para os problemas locais e globais, como a fome, a mudança climática, desigualdades. Essencialmente, devem ser estimulados a colaborar com o cumprimento das metas de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 e o combate à corrupção, cuja prática prejudica todos os itens dessa agenda.
Nesse contexto, é fundamental que os alunos sejam preparados para fazer perguntas inteligentes, questionando os sistemas e modelos existentes, inspirados a continuamente renovar e inovar. Esse processo é viabilizado com educadores inovadores, que os preparem para trabalhar em profissões que ainda não existem, com capacidade para inspirá-los a aprender a aprender e desenvolver habilidades, inteligências e competências.
No ambiente organizacional, Gerard Tellis, Jaideep Prbhu e Rajesh Chandy, autores do livro “Radical Innovation Across Nations”, estudaram inovação em 759 empresas de 17 mercados e concluíram que a cultura de uma organização é o fator decisivo para inovações disruptivas. Jay Rao, professor de MIT, e Joseph Weintraub, de Babson College, definiram que cultura de inovação fundamenta-se em : valores, propósito, missão, estratégias, comportamentos, clima organizacional, recursos, ambiente, metodologias e processos, que estão relacionados de forma dinâmica. Esse conjunto requer líderes e empreendedores com mentalidades inovadoras que enxergam problemas como oportunidades e se cercam de pessoas criativas, para juntos criarem valor, mantendo a organização competitiva em qualquer que seja o cenário.
No ambiente macroeconômico, os Estados Unidos se posicionam na vanguarda dessa corrida inovadora, com mais da metade das patentes do mundo. Atribui-se essa sua vantagem competitiva, principalmente, ao fato de ter as melhores universidades do mundo que atraem talentos globais. São hubs de ecossistema de inovação, cercadas por empresas inovadoras.
O ecossistema exposto é referência de nações inovadoras. O Brasil deve adotar para mudar a sua vocação de fornecedor de commodities para inovador.