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Duas tendências no setor de transportes

Revista algomais

*Por Rafael Toscano

O (hoje tradicional) setor de transportes é um belo exemplo de como uma indústria enfrenta o desafio das rápidas mudanças na tecnologia e nas expectativas dos seus clientes/usuários. Essas mudanças advém de diversas fontes, mas as tendências apontam para duas grandes áreas de oportunidades em particular: a servitização e a eletrificação.

Cumpre ressaltar que essas fontes de impulsão não vão apenas transformar o movimento das pessoas, mas também a forma como transportamos cargas. É ainda mais importante destacar que todas essas novidades trarão ainda mudanças que afetarão a maioria das empresas, independentemente dos seus setores de atuação.

Servitização

Com o adensamento e vertiginoso crescimento das cidades, surge uma tendência de uma diminuição natural do interesse de locomoção individual, principalmente daqueles que dirigem seus próprios carros, alinhado à preocupação com a severidade das crises climática e todos os transtornos do enfrentamento do trânsito caótico.

Além disso, com o surgimento e melhoria contínua de serviços como Uber, até o transporte individual tornou-se multifacetado, seguindo o conceito de Mobilidade sob Demanda, ou ainda Mobilidade como Serviço (MaaS).

Com a ampla adoção, oferta e integração de tais serviços, por hipótese, um provedor de MaaS poderá oferecer serviços integrados onde você poderá pegar um carro emprestado por algumas horas, mudar para uma e-scooter numa outra cidade e mais tarde voltar de metrô para sua residência, tudo num mesmo dia e por meio de uma plataforma integrada.

Eletrificação

A atividade de transporte é uma das principais causas das emissões de gases causadores do efeito estufa. Em países desenvolvidos, como os EUA, o transporte gera cerca de 28% do total de emissões desses gases, majoritariamente da queima de combustíveis fósseis (gasolina e diesel). Impera então a necessidade da transição para tecnologias de tração mais verdes, portas abertas para a eletrificação, seja por linha viva ou por meio de baterias.

Nesse sentido, os veículos elétricos estão chegando a um ponto de inflexão. A projeção é que a demanda de veículos elétricos cresça para 13% até 2025 e atinga um patamar de 25% (¼ da demanda global) até o ano de 2030. Assim, fatores como os avanços dos marcos regulatórios, estabelecimento de metas de emissões mais rígidas, decaimento do custo da tecnologia de eletrificação, se combinam para massificar a adoção dos veículos elétricos. E é um fenômeno que não se trata apenas de carros, mas todo o tipo de veículos, tais como scooters, motos, caminhões, balsas, etc.

Rafael Toscano é gestor financeiro, Engenheiro da Computação e Especialista em Direito Tributário, Gestão de Negócios. Gestor de Projetos Certificado, é Mestre em Engenharia da Computação e Doutorando em Engenharia com foco em Inteligência Artificial aplicada.

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