Empreendedores pernambucanos apostam em novos canais de venda - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Empreendedores pernambucanos apostam em novos canais de venda

Rafael Dantas

Pesquisa realizada pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), em parceria com a Prefeitura do Recife, Federações da Indústria (FIEPE), e do Comércio (Fecomércio) e da Câmara do Comércio Americano do Recife (AMCHAM), com mais de 500 micros, pequenas, médias e grandes empresas instaladas em Pernambuco, sobre os impactos sofridos com a pandemia do coronavírus, apontou que, com a crise, os empreendedores estão buscando novas alternativas para levantar seu negócio. Quase 60% apontam novos canais de venda como uma oportunidade para superar a crise, outros 22% apostam em novas tecnologias como aliadas. Cada participante pôde marcar mais de uma opção e, por isso, no final, para 40% a estratégia é reinventar seus negócios com novos produtos e serviços.

O levantamento foi apurado entre 19 a 30 de março. Cerca de 76% das empresas participantes estão localizadas na Região Metropolitana do Recife, outras 20,7% estão sediadas no agreste; 9,3% no sertão e 8,3% na zona da mata do estado. Os segmentos mais atingidos foram os relacionados aos setores de comércio e de serviços, como os de lazer, bebidas e confecções.

Agenda TGI

O estudo também revelou a situação atual dos negócios e nível de preocupação dos empresários. De acordo com 58,6% dos respondentes a queda na produção e comercialização dos produtos foi superior a 75%. As micro e pequenas empresas, que correspondem a 87,3% do universo pesquisado, foram as mais afetadas com questões relacionadas a dificuldades no fluxo de caixa e perdas de receita.

De acordo com o diretor de Fomento e Inovação da AD Diper, Jaime Alheiros, a estratégia de cada empreendedor nesse primeiro momento deve ser de reavaliar as certezas e dimensionar os efeitos ao longo do tempo. “Será preciso redirecionar esforços no sentido de sobreviver para enfrentar o que ainda vem pela frente. De imediato, é prudente renegociar vencimentos com os credores, buscando uma suspensão temporária, ou parcelamento do montante devido. Procurar os gerentes dos bancos e conversar com os fornecedores quais são as opções nesse sentido é uma ação crítica e que precisa ser tomada imediatamente”, defende.

Os empresários também estão apostando em seguir este caminho. Em suas respostas, 76,4% dos entrevistados acreditam que a liberação de crédito pode ser uma das medidas mais importantes que o setor público deva implementar para enfrentar o momento. A redução da carga tributária foi a medida escolhida por 70% dos dirigentes na pesquisa. Já 55,6% das respostas defenderam a redução dos juros (cada participante pôde marcar mais de uma opção).

De acordo com Rafael Ramos, economista Fecomércio-PE, a federação criou uma comissão de crédito voltada a estreitar os laços dos empresários com os bancos públicos, como o Banco do Nordeste, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. “A crise mostrou que, independente do segmento, o negócio precisa estar presente em múltiplos canais de vendas, seja físico ou digital, evitando assim choques grandes em suas demandas como vem ocorrendo atualmente. A demanda está muito reprimida e ao resolver a questão da pandemia é provável que aconteça uma elevação no consumo, ao mesmo tempo em que os altos níveis de estoque também tragam grandes promoções para a busca da normalização”, adianta.

Alheiros também pondera para que os empresários não entrem em pânico e olhem para ações de mitigação voltadas ao seu segmento, como linhas de crédito emergenciais e pacotes de auxílio ao pagamento da folha de pessoal. “Por fim, é importante avaliar como reativar o fluxo de caixa trazendo seus clientes para voltar a consumir produtos e serviços e ficar atento às possibilidades do comércio eletrônico e serviços de delivery”.

ETAPAS DOS DESAFIOS DE INOVAÇÃO ABERTA – Os resultados da pesquisa servirão como base de dados para a realização dos “Desafios de Inovação Aberta” que serão lançados, em breve, pela AD Diper, que representa a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e o Governo do Estado no grupo, Porto Digital e demais componentes da rede.

Esse tipo de desafio é uma oportunidade para quem prophttp://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpg uma saída rápida e de alto impacto, com ênfase para empresas, startups, grupos de pesquisa voltados para transformação digital, e-commerce e plataformas de serviços. A busca de soluções será por meio de mentoria (terá apoio técnico e tecnológico) por instituições de fomento, empresas e consultores, que, juntos, buscarão as melhores propostas que contribuam para o resgate da economia do estado.

Os chamamentos de Inovação Aberta terão duas etapas: a primeira focando nas soluções emergenciais dos setores mais vulneráveis e a segunda para tratar de desafios com maior complexidade, buscando reduzir os efeitos de longo prazo provocados pela crise. As fases serão realizadas graças a uma ferramenta online, na qual os interessados em contribuir irão se inscrever, interagir e acompanhar a evolução de seus projetos.

Durante o processo, os participantes que tiverem as propostas inovadoras selecionadas serão acompanhados por mentores do ecossistema do Porto Digital e por representantes de diversos segmentos econômicos do estado. As melhores ideias receberão premiações em dinheiro para desenvolvimento e validação dessas soluções para os setores afetados. Poderão participar todos os interessados, desde profissionais que tenham conhecimento técnico sobre os temas, até empresas de tecnologia e grupos de pesquisa.

(Da AD Diper)

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