Pesquisa da Fecomércio-PE mostra melhora nas finanças familiares e tendência de consumo mais consciente na capital pernambucana
O cenário financeiro das famílias recifenses apresentou melhora em abril de 2025, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Fecomércio-PE. O levantamento apontou uma queda no total de famílias endividadas, que passou de 81,2% em março para 79,6% no último mês — o que representa cerca de 420 mil famílias com comprometimento médio de 30,1% da renda mensal. Também houve recuo na inadimplência: de 27,1% para 25,4%, ou aproximadamente 133 mil famílias com contas em atraso, com tempo médio de 58 dias.
A pesquisa revela ainda que a percepção de risco de inadimplência segue em queda, passando de 12,2% para 11,6%. O cartão de crédito continua sendo o principal responsável pelo endividamento, citado por 88,2% dos entrevistados, seguido por carnês (28,4%), financiamento de automóveis (7,4%) e crédito pessoal (6,6%). Apesar do uso predominante do cartão, o recuo nos índices indica uma leve recuperação da confiança das famílias para o consumo a prazo, o que pode gerar impactos positivos sobre o comércio e o setor de crédito.
Para o presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac Pernambuco, Bernardo Peixoto, os dados refletem maior consciência orçamentária das famílias. “São efeitos positivos da recuperação do mercado de trabalho formal. É importante o empenho educacional sobre os temas financeiros e em condições de crédito acessíveis”, destacou. Já o economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, aponta para a importância do planejamento financeiro: “Ver o endividamento e a inadimplência em recuo favorece o consumo responsável e fortalece o crédito a prazo. A redução da dependência exclusiva do cartão de crédito, com o controle do prazo de atraso, ajuda ao hábito de planejamento financeiro. Esse movimento, se mantido, pode ampliar o acesso a linhas de crédito mais vantajosas e contribuir para a estabilidade econômica familiar de longo prazo”.
Com os sinais de alívio no orçamento doméstico, a expectativa é de que mais famílias possam retomar o acesso a formas mais equilibradas de financiamento, incentivando práticas de consumo mais conscientes. O movimento observado em abril pode indicar uma tendência positiva para os próximos meses, especialmente se forem mantidas as condições favoráveis no mercado de trabalho e na oferta de crédito responsável.