Uma pesquisa realizada pelo New York Times, com 1.500 alunos e professores de 750 escolas e universidades norte-americanas, mostrou que houve um aumento no número de casos de Covid-19 nessas instituições, nas últimas semanas, quando as aulas recomeçaram. Desde o final de julho, foram mais de 20 mil contaminados.
O surpreendente é que desde o início da pandemia foram registradas 26 mil pessoas infectadas pelo novo coronavírus nessas universidade e escolas pesquisadas. Portanto, em menos de um mês, com o surgimento desses casos adicionais, saltou para 46 mil o total de infectados nessas instituições, em razão da volta às aulas.
Somente no Estado da Flórida, aumentou para 9 mil o número de crianças diagnosticadas com o novo coronavírus, duas semanas depois que as aulas recomeçaram. Os dados são do Florida Department of Health, mencionados numa reportagem da Newsweek.
Para o professor e epidemiologista Jones Albuquerque, esses dados mostram o rigor que se deve ter ao retomar as atividades do setor de educação. O especialista, que participou, na última segunda-feira, da live “É hora de reabrir as Escolas?”, realizada pela Revista Algomais, ressaltou que a realidade norte-americana revela o perigo de adotar a volta às aulas num país com um número de casos de Covid-19 ainda elevado. “Precisamos redefinir completamente o que conhecemos como ‘ambiente escolar, sala de aula’, o nível atual de conhecimento da dinâmica da doença e os atuais riscos altos de infecção por COVID-19 em Pernambuco e no Brasil ainda não nos permite quaisquer tipos de aglomerações”, alerta o epidemiologista.