Nunes | Costa Advocacia tenta construir uma história diferente no Brasil, onde 57% dos escritórios de advocacia são mulheres e apenas 34% são sócias
Nos escritórios de advocacia reside uma força silenciosa e essencial: as mulheres. Elas são maioria no quesito numérico, sustentando os alicerces do direito no mercado de trabalho. No entanto, quando se trata do topo da pirâmide, a realidade é desafiadora pois ainda há uma sub-representação feminina entre os sócios de capital. A batalha pela equidade é árdua, mas há luz na jornada, especialmente quando há exemplos como a da pernambucana Nunes | Costa Advocacia (NCA). NCA é um farol de empreendedorismo e liderança feminina: 100% liderado por mulheres, o escritório foi reconhecido entre os dez principais escritórios de Mergers & Acquisitions (M&A) no Brasil, pela Transaction Tracking List Report da IBM 2024 na área de Tecnologia da Informação.
Para Fabiana Nunes, sócia-fundadora da NCA, a sua experiência com a maternidade acabou se tornando a sendo um diferencial no atendimento aos seus clientes. “Os soft skills que eu desenvolvi enquanto mãe me permitiram desenvolver, em nosso escritório, um padrão de atendimento aos clientes de quem “de quem cuida com zelo”. O cliente é o centro do nosso negócio e aplicamos um olhar apurado para desenvolver soluções sob medida”, explica a advogada especialista em direito empresarial.
Um escritório liderado por mulheres também possibilita a compreensão das necessidades de outras mulheres que atuam na área, tenham elas filhos ou não. “Pelo fato de sermos um escritório sob um comando 100% feminino, oferecemos formatos flexíveis de trabalho, adequados às necessidades do nosso time”, explica Marcelle Penha, também sócia de Nunes | Costa Advocacia. “Desde a nossa fundação, a busca por uma equipe feliz está entre nossos valores. E isso apenas é possível com um ambiente acolhedor. Tentamos construir um espaço em que os membros da nossa equipe, inclusive as mulheres que o formam, possam ser eles mesmos. Ninguém precisa “fingir” que não é mulher para crescer na carreira”, complementa Marcelle.
Os números falam por si mesmos: enquanto as mulheres compõem 57% dos escritórios de advocacia, apenas 34,4% delas ascendem ao posto de sócias de capital, de acordo com pesquisa da Women in Law Mentoring Brasil. Uma disparidade que ecoa não apenas nas estatísticas, mas nas vidas de tantas mulheres que, muitas vezes, são mãe e chefes de família, enfrentando desafios que vão além das paredes dos tribunais.
Para as mulheres negras, a jornada é ainda mais íngreme. Os dados revelam uma representatividade diminuta nos escalões mais altos dos escritórios de advocacia, refletindo uma interseção dolorosa entre raça e gênero. Além disso, 26% das mulheres advogadas criam os filhos sozinhas, enquanto os homens representam 8% desse número, de acordo com o Perfil ADV – 1º Estudo sobre o Perfil Demográfico da Advocacia Brasileira.
MATERNIDADE – Fabiana Nunes personifica esse desafio. A profissional não apenas alcançou o topo da profissão, mas também se destaca como líder visionária em seu campo. Reconhecida por sua excelência e energia para inovar na construção de NCA e do negócio de seus clientes, ela inspira não apenas pela expertise jurídica, mas pela coragem e determinação que demonstra diariamente na criação dos filhos. “O maior desafio é conciliar o tempo entre trabalho e filhos. A solução que encontrei foi fazê-los entender minha escolha profissional e o nível de responsabilidade que assumi perante os clientes quando decidi ser advogada. Outro dia, na escola, perguntaram para minha filha quem era o herói dela e ela disse: Fabiana Nunes porque ela uma problem solver”, conta a advogada.
Para equilibrar as responsabilidades da maternidade com as demandas da NCA, Fabiana estabelece prioridades diariamente. “Se estou no meio de uma operação importante no escritório, minha prioridade naquele dia será o trabalho. Se um dos meus filhos está doente, priorizo ficar e cuidar dele”, explica. Outra solução que, segundo ela, ajuda nessa harmonia é envolver os filhos no trabalho. “É comum se deparar com um deles nos corredores do escritório. Eles foram amamentados entre reuniões e hoje “trabalham” em alguns contratos, participam de algumas reuniões internas e minha equipe super acolhe os dois. Minha equipe tem, inclusive, o número do celular do meu filho; da babá, da casa, para me alcançarem quando precisarem”, relata. “Sheryl Sandberg, ex-diretora do Facebook, conta como precisou fingir que não estava amamentando ou que não tinha filhos para ser validada em sua carreira. Aqui, tentamos fazer algo diferente. A ideia que passo para nossa equipe é que mulheres podem ser mães se quiserem e não precisam abrir mão da carreira para isso”.
Para a advogada, a maternidade é a faceta mais importante da sua vida. “Essa dádiva chega com uma dose generosa de coragem, que é uma característica necessária para o empreendedorismo. Além disso, nos faz buscar um crescimento constante, para buscarmos a melhor versão de nós mesmos continuamente, porque queremos ser exemplos. E, por fim, ser mãe se revelou ser uma grande fonte de força, resiliência e garra para mim. Costumo dizer que quem tem um porquê para viver, consegue suportar tudo e Isabella e Francisco são os meus porquês”, finaliza.