Foi inspirada pela história da mãe que a jornalista, produtora cultural, pesquisadora e bailarina pernambucana Christianne Galdino, 45 anos, trouxe ao mundo o enredo de Magna. Diagnosticada com câncer de mama em novembro de 2017, Christianne desenvolveu um espetáculo de dança baseado na cultura popular do Nordeste brasileiro para tratar de forma leve e poética a delicada e complexa temática da doença.
“O nome Magna é uma homenagem à minha mãe, falecida em 1991, em decorrência de complicações do câncer de mama”, explica ela. “Não sofri quando descobri que eu também estava doente porque entendi, à luz da minha religiosidade budista, que essa seria uma oportunidade de transformar esse carma negativo, para que não ele perdure nas próximas gerações da minha família”.
Decidida a não se entregar à tristeza, Christianne, participante da primeira formação do Balé Brasílica – braço jovem do Balé Popular do Recife, do qual passou a ser bailarina em 1991, contou com o apoio fundamental de Pedro Pernambuco, também bailarino e seu “irmão na dança” para elaborar a proposta do espetáculo, uma oportunidade para que ambos, após alguns anos longe dos palcos, voltem a dançar.
O elenco, dirigido por ela, é formado por cerca de 30 bailarinos, de variados níveis técnicos – alguns estão tendo a primeira experiência com a dança -, que se desdobrarão para apresentar ritmos como maracatu, caboclinho, xaxado e frevo. Será uma mescla entre balé e artes circenses, para contar todas as etapas de luta e empoderamento na batalha contra o câncer.
Compositores locais cederam os direitos de suas canções para delinear a trilha sonora de Magna, entre eles, Flaira Ferro, com as músicas Me Curar de Mim e Bom Dia, Doutor. Os ensaios acontecem no Vila, espaço de arte-educação gerido por Christianne e o marido, o mágico Raphael Santacruz.
Com estreia marcada para outubro, no Teatro de Santa Isabel, o Magna é, além de uma celebração à vida, uma maneira de Christianne estender o cuidado consigo a outras mulheres. Toda a renda adquirida com o espetáculo será destinada a pacientes do Hospital de Câncer de Pernambuco, através do financiamento de testes genéticos, uma das formas de prevenção à doença.
“Testes genéticos são exames de sangue realizados em pessoas com indicação médica, que tenham propensão à doença. Se o resultado for positivo, significa que a paciente tem uma mutação genética que acusa uma probabilidade muito alta de desenvolver câncer de mama ou ovário. Esses testes não são oferecidos pela rede pública de saúde, por isso a necessidade de investir recurso próprio”, explica Christianne.
Para as pacientes ainda não diagnosticadas com a doença, a recomendação, caso o teste genético tenha resultado positivo, é que se faça a cirurgia profilática, que consiste na retirada das mamas e implantação de próteses.
Para que o projeto, de fato, aconteça, a coreógrafa abriu um financiamento coletivo online com o objetivo de arrecadar R$ 37 mil, valor necessário para custear o aluguel e a manutenção do espaço onde acontecem os ensaios, além da confecção de figurinos, adereços, cenografia e demais detalhes da produção.
As doações para que o Magna aconteça podem ser feitas até o dia 26 de agosto através do site Catarse. Aqueles que contribuírem com valores acima de R$ 40 receberão recompensas que vão do ingresso para a pré-estreia da montagem a camisetas com a logomarca bordada à mão.
“Queremos muito conseguir montar o espetáculo, mas o Magna vai além disso. A intenção levar também a mensagem de que precisamos cuidar de nós mesmas. Quanto mais cedo se tem o diagnóstico, mais chance há de cura. O câncer é uma doença multifatorial, relacionada à questões como alimentação inadequada, passando pelo sedentarismo, estresse e sobrecarga de trabalho. É preciso que estejamos atentas também ao nosso lado emocional”, encerra Christianne Galdino.
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