Um novo estudo conduzido pelo oncologista Paulo Lages, da Oncoclínicas Brasília, destacou os benefícios do Acetato de Leuprorrelina no tratamento de pacientes brasileiros com câncer de próstata. A pesquisa, que foi apresentada no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), revelou que esta medicação é eficaz para uma população miscigenada como a brasileira. Até então, não havia dados robustos sobre a eficácia da Leuprorrelina em uma população tão diversa, e agora os médicos podem utilizar o medicamento com maior segurança e confiança.
“O que essa medicação faz, na verdade, é inibir a produção de hormônio masculino, em especial da testosterona, pelo testículo. Essa é a base do tratamento do câncer de próstata. Então, de forma bem simples, o que essa medicação faz é inibir o testículo e produzir a testosterona. Desde o século passado, essa é a base do tratamento, em qualquer lugar do planeta, para o câncer de próstata. Em verdade, o câncer de próstata, o combustível que faz ele crescer, é a testosterona. Então, é como se você literalmente matasse o câncer de fome”, explicou Paulo Lages, da Oncoclínicas Brasília.
O estudo analisou retrospectivamente 1.744 exames de 240 pacientes tratados entre 2019 e 2023. O Acetato de Leuprorrelina é utilizado na terapia que suprime a produção de testosterona, essencial para o crescimento do tumor. Os resultados mostraram que 98,7% dos testes indicaram níveis de testosterona abaixo de 50 ng/mL, e 84,7% registraram níveis abaixo de 20 ng/mL, demonstrando uma supressão eficaz. Esses dados reforçam a eficácia e a segurança do tratamento em uma população heterogênea.
Lages afirma que toda vez que acontece a supressão da testosterona, o câncer não consegue crescer, ele fica sem alimento e começa a morrer. No entanto, após certo tempo no corpo, sem a “comida habitual”, o câncer de próstata pode aprender a viver de outras coisas que não a testosterona. “Ele passa a produzir alguns alimentos para ele mesmo e a consumir outros hormônios masculinos, que no nosso corpo estão em menor quantidade. Mas que, quando não existe a testosterona, eles podem ser uma via de crescimento do tumor”.
Além de confirmar a eficácia esperada da Leuprorrelina, a pesquisa sublinha a importância de testar medicamentos em populações diversas. Estudos anteriores mostraram que um medicamento pode funcionar de forma diferente em distintas populações, e este estudo específico traz tranquilidade adicional aos médicos que tratam pacientes no Brasil. A colaboração de diversos médicos da Oncoclínicas para a realização desta pesquisa exemplifica o compromisso do grupo em avançar no tratamento oncológico e oferecer as melhores alternativas de cuidado para seus pacientes. A pesquisa contou com a colaboração de diversos médicos da Oncoclínicas. Daniel Vargas Pivato de Almeida, Guilherme Augusto Zulli, Paulo Gustavo Bergerot, Michelle Barbosa, Flavio Mavignier Carcano, e Anita Chavez Azevedo.