Estudo: Vacinação é mais lenta nos bairros da periferia do Recife – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Estudo: Vacinação é mais lenta nos bairros da periferia do Recife

A partir dos dados de letalidade por Covid-19 e de vacinação do Recife, uma nota técnica elaborada pelo mandato do vereador Ivan Moraes revelou que nos bairros mais pobres e de maioria negra o ritmo da imunização é mais lento. Essas comunidades são, no entanto, aquelas que apresentaram maiores taxas de mortes pela doença.

A análise foi realizada com informações entre 19 de janeiro (início da vacinação na cidade) até 24 de junho. O estudo teve por objetivo propor estratégias que reduzam as desigualdades da vacinação completa entre os grupos mais vulnerabilizados no Recife. A cidade é a capital mais desigual do país, segundo informações publicadas pelo Instituto Brasiliro de Geografia e Estatística.

A Nota Técnica afirma que enquanto os 10 bairros com maior taxa de letalidade no Recife são Linha do Tiro, Fundão, Rosarinho, Dois Unidos, Porto da Madeira, Mustardinha, Peixinhos, Cidade Universitaria, San Martin e Sancho, os líderes de imunização completa são Boa Viagem, Cohab e Várzea. O bairro de Boa Viagem, 63º em letalidade, é o  mais vacinado com primeira e segunda doses.

No diagnóstico da nota técnica, o vereador indicou que existem áreas com alta concentração de população com mais de 60 anos e baixa cobertura vacinal. Outra observação do estudo é sobre o processo de cadastramento da imunização pela internet, que se configurou uma barreira para parte da população.  A dificuldade em se obter comprovante de residência é outro destaque importante da nota.

“Apesar de o município não obter cobertura completa na atenção básica, existe uma rede de equipamentos de saúde que poderiam auxiliar na implementação da vacinação e assim se aproximar geograficamente dos grupos mais vulneráveis da cidade, sendo aquelas com maior dificuldade de deslocamento. Analisando os pontos de vacinação disponíveis, fica explícito que a maior parte dos pontos de vacinação está em regiões centrais da cidade e são poucos os pontos que se encontram nas áreas mais vulneráveis. Dos 27 pontos de vacinação, 14 são drive thru. Embora haja a possibilidade de as pessoas se vacinarem nesses locais mesmo sem carro, a informação não é de conhecimento da população”, sugere o vereador.

Recomendações indicadas pela Nota Técnica 10

  • Maior incentivo de ações dos agentes comunitários de saúde, assim como, das equipes vinculadas aos equipamentos socioassistenciais, para assegurar o acesso e acessibilidade das informações prestadas, adotando uma comunicação que abranja os diferentes níveis etários, sócio espacial e de escolarização;
  • Realizar vacinação domiciliar para aqueles com dificuldade de locomoção: idosos, pessoas com deficiência, entre outros;
  • Continuar e ampliar medidas voltadas à população em situação de rua após a crise;
  • Ofertar chips de celular para facilitar o cadastramento digital;
  • Reforçar a atuação dos serviços socioassistenciais na busca ativa das pessoas vulnerabilizadas, prestando apoio ao acesso a políticas públicas como as de saúde e as que se relacionam às medidas de transferência da renda;
  • Articular e organizar a Atenção Primária à Saúde (APS)/Estratégia Saúde da Família (ESF), quando possível e necessário, horário estendido, a fim de aumentar a oferta de vacinação para horários alternativos, como hora do almoço, horários noturnos e finais de semana.

A Nota Técnica Nº 10 com toda a análise completa está disponível completa no site do vereador Ivan Moraes no link: https://bit.ly/notatecnica_vacinacao

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