Decisão beneficia itens como café, carne bovina, frutas e cacau e é vista como avanço nas negociações entre os dois países
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (20) a retirada da tarifa adicional de 40% que incidia sobre uma série de produtos brasileiros desde agosto. A lista divulgada pela Casa Branca inclui itens como café, carne bovina, chá, frutas tropicais, sucos, cacau, especiarias, banana, laranja e tomate, que representam parte importante da pauta exportadora do Brasil para o mercado norte-americano.
Decisão vinculada ao diálogo bilateral
A suspensão foi oficializada por meio de ordem executiva na qual Trump afirma ter tomado a decisão após conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “durante a qual concordamos em iniciar negociações para abordar as questões identificadas no Decreto Executivo 14.323”. As negociações, segundo o documento, seguem em andamento.
A Casa Branca também considerou recomendações de autoridades envolvidas no acompanhamento do estado de emergência declarado pelo mesmo decreto. De acordo com o texto, houve avaliação técnica de que determinados produtos agrícolas brasileiros não deveriam mais permanecer sujeitos à alíquota extra de 40%, em razão do “progresso inicial nas negociações com o Governo do Brasil”.
Justificativas da Casa Branca
“Especificamente, determinei que certos produtos agrícolas não estarão sujeitos à alíquota adicional de imposto ad valorem imposta pelo Decreto Executivo 14.323.”
A publicação oficial destaca ainda que as alterações são “necessárias e apropriadas” para lidar com a emergência nacional definida no decreto anterior. No anexo divulgado, consta a relação de produtos que deixam de ser afetados pela tarifa extra e que agora voltam a entrar no mercado norte-americano com condições anteriores à medida adotada em agosto.
Próximos passos nas negociações
A decisão reforça o ritmo recente de retomada do diálogo bilateral, que volta a incluir questões tarifárias sensíveis para o agronegócio brasileiro. Os governos dos dois países devem seguir com negociações sobre os demais itens ainda sujeitos às medidas, enquanto avaliam os impactos da decisão para o fluxo comercial e para a normalização das relações econômicas.