Expedição oceanográfica revela paisagens marinhas do litoral sul de Pernambuco

A primeira expedição de pesquisa oceanográfica realizada na Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha Recifes Serrambi foi realizada no litoral sul do estado, a bordo do catamarã Voyager, por uma equipe de alunos e professores, sob a coordenação do oceanógrafo Mauro Maida, da Universidade Federal de Pernambuco. A região está inserida no sítio do Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD) Tamandaré Sustentável – TAMs, umas das áreas de referência para a pesquisa ecológica no Brasil, que se destaca pelo mosaico de unidades de conservação (UCs) formado pela parte norte da APA federal Costa dos Corais, APA de Guadalupe (estadual),  Parque Municipal Marinho de Tamandaré, além da APA MAR Recifes Serrambi, com mais de 84 mil hectares de mar territorial defronte aos municípios de Ipojuca, Sirinhaém, Tamandaré e Rio Formoso.

A área do estudo apresenta alta diversidade biológica. Por isto a existência de tantas unidades de conservação. “Com o PELD Tamandaré, estamos realizando uma pesquisa que integra a paisagem marinha, abrangendo desde a costa até a quebra da plataforma continental, e investigamos, através do projeto ciências do mar II, também da UFPE, a importância dos  processos oceanográficos de quebra de plataforma, região reconhecida pela Convenção da Diversidade Biológica como uma EBSA – Áreas Marinhas Ecológica ou Biologicamente Significantes”, ressaltou a professora Beatrice Padovani Ferreira, coordenadora do PELD-TAMs.

Ainda segundo a pesquisadora, “navegamos por cinco dias sobre a plataforma, entre profundidades que variaram entre 23 e 96 metros, realizando 35 estações de coletas de dados físicos e biológicos, gerando dados que permitirão uma melhor compreensão da dinâmica espaço-temporal da paisagem marinha na região. A expedição também contribui para formação de recursos humanos, com participação de alunos na coleta de dados que serão analisados em diversos trabalhos acadêmicos”, concluiu Ferreira.

Foram registrados pelos pesquisadores, através de fotografias e filmagens, vários aspectos da paisagem marinha da região, que se apresentou dinâmica e variável. Um dos destaques foi a identificação de formações recifais “espetaculares”, entre elas um paredão com mais de 25 metros de altura, entre 35 e 60 metros de profundidade.

PESQUISAS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO  – De acordo com Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC/PE – Lei nº 18.787/09), no seu artigo 21, “a pesquisa científica será permitida e incentivada em todas as categorias de unidades de conservação conforme a sua especificidade”. No caso da APA Marinha Recifes Serrambi, que teve um processo de criação bastante participativo envolvendo não só a academia, mas também representações da sociedade civil, a elaboração do seu Plano de Manejo e a instalação do Conselho Gestor da unidade deverão trilhar o mesmo caminho.

O Gerente de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Paulo Teixeira, ressalta as diversas parcerias firmadas entre a instituição e a UFPE, cujos estudos foram transformados em importantes instrumentos de gestão ambiental, a exemplo do Atlas da Vulnerabilidade à Erosão Costeira e Mudanças Climáticas em Pernambuco e o mapeamento da linha de costa do estado, instituído através do Decreto nº 42.010/15. “Estas novas pesquisas coordenadas pelo departamento de oceanografia da UFPE, com apoio do Programa PELD, poderão subsidiar as propostas de zoneamento ambiental e propor diretrizes para futuras discussões durante o processo de elaboração do Plano de Manejo da APA MAR, além de nortear programas voltados para a conservação das espécies ameaçadas de extinção”, observou o gerente da Semas.

A coordenadora PELD TAMs, Beatrice Ferreira, especialista em biologia marinha pela James Cook University Of North Queensland, da Australia, ressaltou a importância das pesquisas para a gestão das UCs marinhas, o fortalecimento da pesca artesanal e para ações de conservação no litoral sul: “É uma região onde todas as unidades de conservação, com exceção do Parque Municipal Marinho de Tamandaré, que é mais costeiro, são de uso uso sustentável. As pesquisas irão ajudar e subsidiar ações de gestão e de manejo por todo esse conjunto de instituições envolvendo as esferas do poder público (federal, estadual e municipal) e a expectativa é de que todas as UC´s trabalhem de forma integrada para a gestão e para a conservação desse ambiente tão importante”.

O PELD Tamandaré Sustentável, único em execução no ecossitema marinho em Pernambuco, é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e tem como objetivo gerar conhecimento qualificado sobre os ecossistemas e a biodiversidade, além de estimular atransferência do conhecimento para a sociedade civil, visando contribuir para o desenvolvimento ambientalmente sustentável do país. Tanto o PELD quanto o Projeto Ciência do Mar II, que tem o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, co-financiadora da expedição, contam com equipes multidisciplinares da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), do  Centro de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste – CEPENE e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio.

De acordo com a UFPE, uma segunda expedição do Ciência do Mar – PELD está prevista para acontecer entres os meses de março e abril de 2019.

(Do Blog do Governo de Pernambuco)

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