Mostra de Alexandre Nóbrega, Eduardo Gaudêncio e Gabriel Petribú na Contaminação do Poço explora novos territórios e possibilidades numa jornada sensorial. Foto: Hannah Carvalho
“E se o mundo que conhecemos fosse apenas um esboço, uma sugestão de realidade? E se os caminhos que trilhamos pudessem ser repensados, redesenhados pelas mãos da arte?” É com essa provocação que a exposição “O Mundo Inventado e o Mapa dos Caminhos Transitáveis” convida o público a mergulhar em uma jornada sensorial no Poço da Panela, na zona norte do Recife. Nesta experiência, os artistas pernambucanos Alexandre Nóbrega, Eduardo Gaudêncio e Gabriel Petribú propõem novas maneiras de olhar para o mundo, explorando emoções e interpretações que transcendem a superfície cotidiana.
A exposição é uma trama de inquietações, onde os artistas tecem, em cada obra, conjecturas sobre os caminhos possíveis que as pessoas percorrem ou deixam de percorrer. As peças revelam diálogos poéticos entre diferentes formas de enxergar o mundo, provocando o público a questionar suas próprias percepções. Através de suas telas, Nóbrega, Gaudêncio e Petribú criam novos territórios, onde a subjetividade se materializa, desafiando o espectador a encontrar novas direções.
Na série “Vazio Invertido”, Alexandre Nóbrega cria paisagens que, embora aparentemente distantes da realidade, evocam emoções e experiências humanas. Para ele, essas imagens funcionam como metáforas para as vivências humanas, sugerindo que o mundo pode ser redescoberto sob novas perspectivas. Seu trabalho propõe uma reflexão sobre como a imaginação pode expandir o entendimento da realidade, revelando possibilidades frequentemente ignoradas e convidando o público a explorar o potencial transformador da mente.
Eduardo Gaudêncio, em sua série “Construção”, resgata pastilhas de revestimento em suportes de peças plásticas, com variações em acrílico e madeira. Ampliando a escala e desconstruindo esses materiais, o artista busca uma nova percepção dos elementos do cotidiano e da memória. “São composições que trazem à tona emoções relacionadas à nostalgia e à reconexão com elementos arquitetônicos do passado. Busco provocar uma ressignificação dessas formas e materiais, convidando o público a criar novas narrativas a partir da experiência com suas obras”.
Gabriel Petribú apresenta a série “Jogo da Onça”, explorando variações de tabuleiros e jogadas com técnicas de grafite, guache, acrílico e óleo. A série se conecta diretamente à ideia de transitoriedade e transformação, com o próprio jogo servindo como metáfora para as escolhas e caminhos da vida. Cada jogada representa uma decisão que altera o curso, e os tabuleiros de Petribú refletem esse movimento constante e imprevisível. “Espero que o público encontre, nas formas e cores das obras, uma analogia com suas próprias jornadas, compreendendo que, assim como no jogo, a transitoriedade faz parte da existência, sempre moldada por nossas decisões e interações”.
O espaço Contaminação do Poço, onde a mostra acontece, surge como resultado do encontro e das inquietações dos artistas, unindo o que há de mais singular na arte contemporânea pernambucana por meio de percursos únicos e representações que buscam dar forma a questões subjetivas e universais.
Serviço:
Exposição: O Mundo Inventado e o Mapa dos Caminhos Transitáveis
Local: Estrada Real do Poço, 418, Poço da Panela, Recife
Entrada gratuita