Felicidade como centralidade nos negócios - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Felicidade como centralidade nos negócios

Rafael Dantas

*Por Rafael Dantas

Você já imaginou que, ao lado de indicadores como o faturamento e as margens de lucro, as empresas tivessem como prioridade a felicidade para medir o sucesso da corporação? Essa foi a provocação do CEO Fórum 2024, realizado pela Amcham nesta semana. Um ambiente mais feliz evidentemente deve promover maior produtividade das equipes e satisfação dos clientes. A obviedade desse fator para a instituição foi destacada nos primeiros minutos do evento pelo presidente do Conselho Regional da Amcham Recife, Paulo Sales.

Agenda TGI

Fernanda Angeiras, gerente regional da Amcham, destacou que a recente pesquisa Panorama de Lideranças 2024, realizada pela Amcham em parceria com a Humanizadas.br, com 780 líderes empresariais de todo o Brasil, revelou que 94% desses entrevistados avaliam que há uma relação positiva entre bem-estar, motivação e produtividade no trabalho.

UM OLHAR PARA ENTENDER AS SUBJETIVIDADES DA EQUIPE

Em um período desafiador para o mundo corporativo, com o desafio de engajar suas equipes, manter os bons profissionais e evitar os casos extremos da vida profissional, como o burnout, colocar esse indicador na mesa é fundamental. Na reportagem desta semana na Algomais, quando escrevi sobre mudança de carreiras, estava evidente que a insatisfação profissional era um fator relevante que leva muitas pessoas a fazer grandes transformações na sua vida em busca de serem mais felizes. Há, evidentemente, aqueles que buscam sonhos diferentes, experimentar novos cenários. Mas a infelicidade com seu lugar no mercado de trabalho é um combustível importante para decisões de abandono.

No CEO Fórum 2024, vários executivos compartilharam suas trajetórias profissionais. Viradas pessoais, pontos de inflexão, maior preocupação com o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida de trabalho... A subjetividade humana, tão difícil de mensurar e entender, foi observada nas experiências corporativas e pessoais compartilhadas no evento. Não é sustentável para a carreira ou para a dinâmica corporativa um ambiente que não se preocupe com a felicidade das pessoas que o integram. Não apenas o cliente final, mas de ponta a ponta do negócio.

NOVAS REIVINDICAÇÕES PROFISSIONAIS PELA FELICIDADE

A gerente regional da Amcham destacou que as reivindicações das pessoas em suas corporações são novas e englobam felicidade, bem-estar e saúde mental em dia. "As pessoas hoje transcendem o que se entendia como o benefício de uma relação de trabalho. Trazemos o tema 'A felicidade como estratégia de negócio'. Estamos fazendo uma convocação às organizações para que elas possam de fato repensar, se colocar nesse lugar que é demandado hoje não só por pessoas que estão promovendo redirecionamento de carreira, mas também por pessoas que estão acessando agora o mercado de trabalho, como é o caso da geração Z, uma nova geração com uma visão de mundo completamente diferente e que serão os líderes do futuro. Então, a Amcham faz essa provocação, trazendo para a mesa a discussão em torno da felicidade como estratégia de negócios, propondo aos líderes de hoje que possam preparar o solo para a semeadura de uma nova geração de empresários e empreendedores, que colherá frutos excelentes no futuro próximo."

No conjunto de dados apresentados do Panorama Liderança, Fernanda destacou que a liderança inspiradora é apontada como como estilo de liderança mais valorizado. Esse perfil não foi listado sequer entre os 5 estilos de liderança atuais das empresas. Outro padrão apontado como ideal, mas não listado entre os atuais é da inteligência emocional. O único ponto em que o atual também está listado entre os ideais é do líder com abertura ao feedback.

Os desafios são enormes, mas a pauta está na mesa. Está na agenda do dia dos CEOs antenados com o futuro dos seus negócios e de suas equipes.

*Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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