(Da Fenearte)
Maior feira de artesanato da América Latina, realizada no Centro de Convenções de Pernambuco em Olinda, celebrou 30 anos do Movimento Manguebeat e consagra-se como importante plataforma de fomento à cultura e ao artesanato no Brasil
A 22ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) chegou a seu último dia neste domingo (17/07) com registro de grande público e artesãos celebrando boas vendas nos doze dias de evento. “Voltamos a realizar a feira no período tradicional de julho por meio de um esforço coletivo de vários órgãos e secretarias do Governo de Pernambuco. A Fenearte 2022 foi um feito grandioso, digna do grande público que a prestigia. A feira hoje concentra inúmeras expressões culturais e impulsiona o artesanato e demais expressões da economia criativa”, explicou o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), Roberto Abreu e Lima.
“Em uma edição tão especial para nós, em ritmo de retomada, chegamos ao fim desta Fenearte comemorando os números de público e vendas. A movimentação financeira superou nossas projeções, consolidando a Fenearte como uma importante plataforma de fomento à cultura e ao artesanato no Brasil. São meses de preparação para que a feira seja sempre este sucesso e o nosso desafio é evoluir a cada edição”, detalhou a coordenadora geral da Fenearte, Márcia Souto. “Outro exemplo desse incremento foi o ampliação das vendas no espaço do Programa do Artesanato de Pernambuco que teve um incremento de 15% em relação a 2021 e de 40% em relação de 2019”, finalizou.
O evento celebrou os 30 anos do Manguebeat, movimento que surgiu em Pernambuco e reverberou no mundo inteiro. Nesta edição histórica, a Feira enalteceu a riqueza cultural do artesanato e o seu potencial de negócios com uma extensa programação: salões de arte, exposições, desfiles de moda, oficinas gratuitas, rodas de conversas, aulas de gastronomia, visitas guiadas e uma ampla grade de atrações artísticas promovida pela Secretaria Estadual de Cultura e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – Fundarpe.
Este ano marcaram presença cerca de 5 mil expositores distribuídos em 700 espaços, em uma área de 30 mil m². Com investimento de R$ 7 milhões, o evento gerou cerca de 2,5 mil postos de trabalho temporários e uma movimentação financeira que superou os R$ 40 milhões. Considerando a pluralidade da produção artesanal do Estado, a robusta participação de Pernambuco na Fenearte foi de 80%. Outros expositores de 23 estados brasileiros e do Distrito Federal marcaram presença nesta vigésima segunda edição apresentando um rico panorama da produção artesanal do país. Contando ainda com o setor internacional que trouxe 26 países, entre eles Angola, Japão, China, Egito, Emirados Árabes, Filipinas, Peru, Turquia e Tailândia.
OFICINAS//Mestres do artesanato compartilharam seus ofícios com diversas gerações em oficinas gratuitas, gerando, assim, rodas de diálogo e a prática das mais diversas atividades, indo muito além da teoria. Ao todo, 1.286 pessoas participaram de 14 oficinas. E foram elas: Iniciação na Arte da Xilogravura; Oficina de Xilogravura; Canivete Recifense; O Som do Barro; Modelagem Manual: Entrelaçando História Através do Barro; String Ar; Confecção de Saberes do Mamulengo; Serigrafia Artesanal Manguetown; Personalize com Serigrafia; Sementes e ráfia, estética natural através de BioJóias; Caranguejo com Cérebro – O manifesto; Cianotipia: impressões artesanais com a luz do sol; Renda Renascença; Lembrando e fazendo a revolução: oficina de lambe – lambe e Pingouin.
RODADA DE NEGÓCIOS// O Sebrae/PE divulgou o resultado dos negócios realizados ao longo de três dias de feira. Participaram 40 lojistas e 40 artesãos. Por meio de 70 encontros, a movimentação financeira total foi superior a R$ 1,5 milhão, entre compras efetivas no evento e negociações.
PRÊMIO ACLAMAÇÃO//E como todo grande evento, não poderiam faltar as premiações que são o reconhecimento dos talentos, trabalhos e esforços dos artistas e artesãos. Mais de 22 mil pessoas votaram no Prêmio Aclamação de voto popular e escolheram suas peças favoritas no 17° Salão de Arte Popular Ana Holanda, no 6° Salão de Arte Popular Religiosa e na 15° Galeria de Reciclados. As obras vencedoras foram, respectivamente: “Movimento Manguebeat e Mestre Vitalino é arte e cultura”, do artista Emanuel Rodrigues, com 998 votos; Zé Galdino que criou o trabalho “Deus Negro”, que recebeu 1.028 votos e “Os Reis do Sertão” do artista Júlio Rocha com 4.882 votos. Os três receberam troféus entregues pelo governador Paulo Câmara.
PRAÇAS DE DESCANSO// Espaços “instagramáveis” e ponto alto da feira, as praças de descanso espalhadas no percurso foram bastante elogiadas. A iniciativa é fruto de uma parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) Seção Pernambuco, que selecionou seis projetos criados por estudantes de arquitetura para ambientação das praças de descanso. Três projetos ficaram nos três primeiros lugares: Praça 1 (Centro Universitário Unibra); Praça 3 (Centro Universitário Unibra) e Praça 2 (Universidade Federal de Pernambuco -UFPE).
COZINHA FENEARTE// Pelo segundo ano consecutivo, a Cozinha Fenearte foi um dos destaques dentro da programação, apresentando aulas de gastronomia ministradas por 16 chefs pernambucanos. Foram receitas inspiradas na temática Mangue, apresentadas ao vivo, cheias de sabor e criatividade, com dicas culinárias valiosas de quem domina o que faz. Esta edição recebeu chefs renomados como Negralinda; Natalia Bar do Cabo; Edson Fly; Claudemir Barros; Yuri Machado; Cesar Santos; Luiz Carlos; Rapha Vasconcelos; Alfredo Candido; Nina Bukhardt; Thiago das Chagas; Renan Yamachida; Danilo Vieira; Luiz Paz; Gi Nacarato e o Buffet Pizza Maker Down, comandado por jovens com síndrome de down.
PASSARELA FENEARTE// A produção pernambucana de moda autoral foi fortemente representada na feira. A Passarela Fenearte apresentou as criações de estudantes de moda, estilistas locais e projetos sociais que trouxeram coleções elaboradas tendo o Manguebeat como inspiração. A abertura contou com o desfile da Loja de Moda Autoral de Pernambuco – Mape contando com show do cantor pernambucano Almério. Na programação da Passarela, seguiram-se os desfiles do Senac Recife; Instituto Mix; UNIFBV; Unicost; Unifavip; UFPE Caruaru; Senai Paulista; GRAUP; Secretaria da Mulher de Pernambuco – por meio dos projetos Arte da Terra / Raízes da Arte e da Cooperativa de Costura e Confecção de Paudalho / Entre elas; Quilombolas de Conceição das Crioulas; Ventos e Deriva.
ACESSIBILIDADE// Este ano, as ações de acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência foram ampliadas na Fenearte. Foram oferecidas visitas guiadas gratuitas com audiodescrição para pessoas com deficiência visual, com deficiência sensorial ou com distúrbios de atenção. Ao todo, 123 pessoas com deficiência participaram das visitas guiadas na soma de todos os dias da Feira. Outro reforço foi a disponibilização de cadeiras de rodas para facilitar o acesso e o passeio no Pavilhão. Muita simpatia reforçou o serviço diferenciado do Projeto Pizza Maker Down, que trouxe profissionais com Síndrome de Down que produziram e comercializaram pizzas de diversos sabores no Mezanino. Também foi disponibilizada programação com transcrição em braile. Além disso, dentro da política de acessibilidade da Fenearte, este ano, 10% da equipe contratada para trabalhar no evento possui deficiência e atua no apoio de diversas áreas da feira.
SUSTENTABILIDADE// Todo o material reciclável produzido pela feira foi coletado pela Cooperativa Palha de arroz/Secretaria da Mulher do Recife: A Cooperativa Ecovida Palha de Arroz é primeira cooperativa exclusivamente formada por mulheres no Brasil e atua na área da reciclagem desde 2016. O galpão está localizado no bairro de Campo Grande no Recife.