O maior festival de documentários do Brasil, o É Tudo Verdade, suspendeu a sua estreia marcada para hoje nas salas de cinema de São Paulo e Rio de Janeiro. A boa notícia é que a organização do evento manteve a data de início da edição deste ano, quando, só na internet. Os cinéfilos podem conferir produção das mostras paralelas e algumas inéditas nos canais de stresming parceiros: Itaú Cultural ((www.itaucultural.org.br.) e Spcine Play (https://www.spcineplay.com.br.).
A iniciativa cultural, coordenada pelo crítico Amir Labaki, comemora 25 anos nesta edição. Em artigo publicado no jornal Valor Econômico, Labaki explica que mostra on-line no site do Itaú Cultural tem como tema as mudanças contemporâneas na experiência cinematográfica. “Com o fechamento das salas de projeção para o combate da pandemia, frisando nossa absoluta solidariedade com seus responsáveis e funcionários, inviabiliza-se a “situação cinema”, isto é, a tradicional relação pública entre os espectadores que partilham um filme numa sala escura. Nada tão radical poderia ser previsto nos cinco documentários nacionais selecionados, mas estão em focos as variadas crises no setor, assim como as mudanças tanto de hábitos quanto na área técnica”, analisa o crítico de cinema.
Entre os destaques no site do Itaú Cultural estão “Cine Mambembe – O Cinema Descobre o Brasil” (1999), de Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi, que mostram a experiência cinematográfica deles com as projeções de filmes em espaços não-convencionais no Norte e Nordeste. “Cine São Paulo” (2017), de Ricardo Martensen e Felipe Tomazelli, documenta a luta pela reforma e reabertura de um secular cinema em Dois Córregos, no interior de São Paulo, pelo apaixonado empenho de seu dono septuagenário, seu Chico.
Outros destaques são “Quando as Luzes das Marquises Se Apagam” (2018), de Renato Brandão que reconstitui a ascensão e queda da Cinelândia paulistana. “O elegante e popular circuito de salas de cinema de rua, desenvolvido sobretudo entre os anos 1930 e 1950 e hoje virtualmente liquidado, com a migração de parte das telas para os shopping-centers”, afirma Labaki no artigo. Em “Cinemagia – A História das Videolocadoras de São Paulo” (2017), de Alan Oliveira, aborda as videolocadora, que sucumbiram com o surgimento das opções de audiovisual via internet.
Já os dez títulos do ciclo no Spcine Play (https://www.spcineplay.com.br.), segundo Labaki “propõe um balanço da contribuição dos documentários dirigidos por mulheres no último quarto de século. São exibidas as produções de cineastas como Helena Solberg (“Carmen Miranda – Bananas Is My Business”), Sandra Werneck (“Mexeu Com Uma, Mexeu Com Todas’, 2017), Andrea Pasquini (“Os Melhores Anos de Nossas Vidas”, 2003) e Marília Rocha (“Aboio”, 2005).
Serviço:
É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários
Itaú Cultural ((www.itaucultural.org.br.)
Spcine Play (https://www.spcineplay.com.br.).