Expansão econômica segue por quatro anos consecutivos, apesar de desafios para 2025
A economia brasileira registrou crescimento de 3,5% em 2024, conforme estimativa da Fundação Getulio Vargas (FGV). O Monitor do PIB, divulgado nesta segunda-feira (17), aponta que o Produto Interno Bruto (PIB) atingiu R$ 11,655 trilhões, o maior valor da série histórica. Com esse desempenho, o Brasil soma quatro anos seguidos de expansão econômica, reforçando a recuperação pós-pandemia.
O consumo das famílias foi um dos motores do crescimento, com alta de 5,2% ao longo do ano. O investimento produtivo, medido pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), também apresentou avanço significativo de 7,6%. No setor externo, as exportações cresceram 3,7%, enquanto as importações aumentaram 14,3%, impactando negativamente o saldo comercial.
Apesar do desempenho positivo, a agropecuária registrou retração de 2,5%, após um ano de forte crescimento em 2023. "A indústria, os serviços e o consumo das famílias apresentaram resultados ainda melhores em 2024 dos que os já elevados crescimentos registrados em 2023. Pode-se afirmar que em 2024, em termos de atividade econômica, o Brasil teve um ótimo resultado", afirma Juliana Trece, economista e coordenadora da pesquisa.
Para 2025, o cenário é desafiador. Internamente, os juros elevados, com a Selic a 13,25% ao ano, podem desestimular investimentos e desacelerar a economia. No contexto internacional, novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos estrangeiros, como aço e etanol, representam ameaças ao setor exportador brasileiro. "Pelo lado interno, os juros elevados, com efeitos negativos na atividade econômica, atingem principalmente os investimentos. Já no ambiente externo, novas imposições de tarifas podem comprometer o nível das exportações", alerta a economista.
O resultado oficial do PIB de 2024 será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no próximo dia 7 de março, consolidando os dados que mostram a trajetória econômica do país.