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Filme sobre trajetória de um dos grandes nomes do expressionismo austríaco estreia nos cinemas do Brasil

Revista algomais

*Por Houldine Nascimento

Egon Schiele foi um dos principais nomes do movimento expressionista na Áustria. Suas obras ficaram marcadas pela nudez e ousadia dos traços, causando grande impacto na sociedade vienense do começo do século 20. A vida e a carreira do pintor ganham novos contornos para o cinema em “Egon Schiele: morte e donzela”, que estreia nos cinemas do Brasil nesta quinta-feira (19).

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A missão de interpretar este complexo personagem é de Noah Saavedra, que até então se destacou na moda. No seu primeiro grande desafio no cinema – antes havia feito uma pequena participação em “007 contra Spectre” –, o jovem ator conseguiu dar conta de uma figura controversa, pivô de muitas polêmicas em seu país. A começar pela relação de altos e baixos com a irmã, Gerti (Maresi Riegner), a primeira mulher que utilizou como modelo para suas pinturas.

Ainda adolescente, ela posou nua para ficar imortalizada nas obras de seu irmão, que mais tarde utilizou crianças como inspiração para suas produções, fato que o fez ser acusado de abusar de uma delas e ficar preso por alguns dias, embora inocentado posteriormente. Seu jeito libertino é visto com maior intensidade no primeiro ato do filme, quando se envolve com a atriz taitiana Moa Mandu (Larissa Breidbach).

A principal relação amorosa veio com Wally (Valerie Pachner), disposta a tudo para estar ao lado de Egon. Como praticamente todas as mulheres que conviveram com o jovem pintor, ela também foi uma de suas modelos e é retratada no quadro “A morte e a mulher”, principal obra de Schiele e feita durante a Primeira Guerra. O filme também abre espaço para mostrar a parceria com o mentor Gustav Klimt e o fantasma do pai presente em momentos cruciais da vida do biografado, o que contribuiu para sua personalidade afetada.

O diretor Dieter Berner utilizou o romance da autora e co-roteirista Hilde Berger (com quem foi casado) para construir a trama. Ele se concentra nos últimos anos de vida de Egon. A fotografia, que ficou a cargo de Carsten Thiele, parece um tableau vivant tamanha beleza e fidelidade com a época retratada. Antes deste, houve ao menos um longa que trouxe a trajetória de Schiele: “Excesso e punição” (1980), com Mathieu Carrière e Jane Birkin no elenco.

Um dos grandes méritos de “Egon Schiele: morte e donzela” é lançar luz sobre um artista pouco conhecido entre os brasileiros, que terão agora a chance de saber mais sobre ele. Em Pernambuco, o filme entra em cartaz no Moviemax Rosa e Silva e no Cinépolis Guararapes.

*Houldine Nascimento é jornalista

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