Flitin se consolida como evento cultural do Recife

A depender das crianças, o mercado literário tem futuro garantido. Prova disso foi o sucesso da I Feira da Literatura Infantil (Flitin), primeira feira realizada no Recife voltada exclusivamente para os pequenos de 3 a 12 anos. De quinta (22) até domingo (25) a feira levou 30 mil pessoas, entre crianças e adultos, para a Academia Pernambucana de Letras (APL), no bairro das Graças.

Realizada pela Companhia Editora de Pernambuco em parceria com a Proa Cultural e com programação gratuita, a Flitin atraiu a meninada de 16 escolas, entre públicas e privadas, quatro ONGs que trabalham com crianças, e também o público espontâneo – formado pelos pequenos acompanhado pelos pais. “Sabendo da grande demanda por livros infantis, a Cepe fez aposta certeira nesse formato de feira”, declara Maria Chaves, produtora da Proa, que já afirma ser esta a primeira de muitas edições da Flitin. “Acreditamos que a feira irá se consolidar no calendário cultural da cidade”.

“O que a feira realizou foi muito importante. As crianças veem e pedem para voltar. Esse era nosso desejo: motivar o público infantil a se interessar pela literatura”, disse a presidente da APL, Margarida Cantarelli.

PROGRAMAÇÃO

Além de conhecer o museu da APL, a criançada passou o domingo curtindo histórias, fazendo oficina com material reciclado e interagindo com o universo instigante da literatura em sete estandes, entre livrarias e editoras. A Cepe, por exemplo, conta com mais de 50 títulos infantis em seu catálogo.

O consultor Vasco Uchôas trouxe o filho, Lucas, 4 anos, para se divertir. “Vim brincar, ver os instrumentos musicais e desenhar o leão”, disse o garoto. Vasco aprovou a iniciativa e destacou a relevância da programação. “Meu filho gosta muito de ler. E também não conhecia esse espaço da APL. Achei maravilhoso”, revela.

Na Oficina Galeria Reciclada, os meninos soltaram a criatividade com tinta guache e pincel em 150 objetos criados com refugos da gráfica da Cepe. Aviões, borboletas, flores, casinhas, carrinhos e porta-lápis ganharam vida com desenhos lúdicos que os pequenos levaram, satisfeitos, para casa, descobrindo como o material reciclado pode virar arte.

Ainda no domingo, a escritora e primeira professora com Síndrome de Down do Brasil deu um chega-pra-lá no preconceito ao falar do seu livro. Débora conta histórias que usam os animais como metáfora para falar do preconceito dos seres humanos com as diferenças. “Ainda existe muito preconceito. Temos que acabar com ele”.

Houve também mediação de leitura do livro O que é isso que eu sinto (Cepe Editora), de Marcela Egito, uma obra que fala sobre emoções. “Desejo esse mundo de bons sentimentos que nem sempre se explicam”, disse a autora. Na oficina de Desprincesamento, a jornalista Cláudia Bettini conversou com as crianças sobre a evolução das princesas nos contos de fada. Hoje elas são independentes e não são criadas para casar com o príncipe. Já o ilustrador Walther Moreira Santos ensinou pequenos e adultos a ilustrar livros infantis, ensinando o que transmitem os tons de cor e o que representa a ilustração. “Um livro ilustrado é uma galeria de arte”, resumiu.

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