“Tive o privilégio de figurar entre as pessoas mais próximas de Maximiano no dia a dia profissional”, destacou o historiador Frederico Pernambucano de Mello, que participará da entrega do acervo do falecido escritor recifense Maximiano Campos (1941-1998) à Biblioteca Blanche Knopf, vinculada à Fundação Joaquim Nabuco. O encontro virtual no canal da Fundaj no YouTube, marcado para as 17h de hoje (8), contará com a presença do presidente da Fundaj, Antônio Campos, filho de Maximiano, além da coordenadora da biblioteca, Nadja Tenório Pernambucano.
Bacharel em direito, Maximiano foi um dos intelectuais que ajudaram a fundar a Fundaj. Publicou 17 livros e trabalhou como cronista no jornal Diario de Pernambuco. “Neste ano, no Dia do Leitor (7 de janeiro), dei a biblioteca do meu pai Maximiano (Campos) ao acervo da Fundaj. A coleção é extensa, com mais de 5 mil livros catalogados, além de objetos, antigas comendas e outros arquivos. A Fundaj ganhou um grande patrimônio”, declarou Antônio Campos.
Ex-superintendente do Instituto de Documentação da Fundação Joaquim Nabuco, o escritor recifense Frederico Pernambucano de Mello, 72 anos, conviveu com Maximiano Campos na própria Fundaj. Uma amizade iniciada na década de 70. “Max – como os amigos o chamavam nesta Casa – era homem das chamadas letras artísticas. Para ele, literatura não era apenas a arte da palavra. Era também cultura”, ressaltou Frederico Pernambucano de Mello.
“Cada um fala de seu tempo. No de Max, que foi também o meu, iniciado em 1972, quando éramos 80 servidores e passávamos de autarquia a fundação, o privilégio ia além do norte intelectual dado pessoalmente por Gilberto Freyre, gabinete aberto a cada fim de tarde para troca de ideias e sugestão de linhas de estudo, com aquele domínio de bruxo que Gilberto possuía sobre o tempo”, completou.
Com uma formidável bagagem de atividades significativas na vida cultural do Estado de Pernambuco, Maximiano visitava raízes, projeções, grandezas e misérias. Ele deixou um legado em romances, novelas, contos, poesias e até um frevo. “A sua saliência não despontou no deserto, coisa fácil de acontecer em razão do contraste fácil, deu-se em meio a uma constelação de talentos, o que é façanha. Que a biblioteca, ora apropriada, chame ao presente novos exames do que foi sua contribuição a esta Casa e à inteligência da região”, pontuou Frederico.
De acordo com Nadja Tenório, nesse primeiro momento serão doados livros. Ela, inclusive, fez uma visita técnica à casa de Maximiano, no mês de janeiro deste ano. Em agosto de 2018, a Fundaj homenageou Maximiano Campos. Na ocasião, o evento simbolizou os 20 anos do falecimento do escritor, sendo colocada uma placa no Edifício Paulo Guerra, no campus Casa Forte.
Serviço
Tema: doação de livros do acervo de Maximiano Campos
Data: 8 de julho
Horário: 17h
Transmissão: canal da Fundaj no YouTube