Ferrovia deve iniciar operação no fim de 2025, com expectativa de impacto anual de até R$ 7 bilhões no PIB do Semiárido
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, na última sexta-feira (18), a destinação de mais R$ 1,4 bilhão para as obras da Ferrovia Transnordestina, durante visita ao trecho finalizado em Missão Velha, no Ceará. Com o novo investimento, o governo reforça o compromisso com a conclusão do empreendimento, lançado ainda em 2006. A previsão é de que a ferrovia inicie sua operação no Ceará até o fim de 2025.
Do novo montante, R$ 600 milhões serão repassados nos próximos meses por meio do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), e outros R$ 816 milhões virão da liquidação de ativos do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor). O orçamento total do projeto já alcança R$ 15 bilhões, sendo R$ 8,2 bilhões já aplicados por fontes públicas e privadas. Segundo estimativas do governo, a ferrovia poderá acrescentar até R$ 7 bilhões anuais ao Produto Interno Bruto (PIB) da região.
Durante a cerimônia, Lula ressaltou a importância estratégica da Transnordestina para o desenvolvimento regional. “O Nordeste precisa dessa obra. O Nordeste não quer ser mais tratado como se fosse a parte pobre do Brasil. O Nordeste precisa ser respeitado”, afirmou. O presidente também compartilhou os desafios enfrentados ao longo da execução do projeto, como entraves judiciais, ambientais e orçamentários. “Eu assumi a responsabilidade de que nós vamos concluir essa ferrovia, custe o que custar”, declarou.
Atualmente, 280 quilômetros da ferrovia estão em construção, com mais de R$ 4 bilhões em contratos ativos e a geração de 4 mil empregos diretos. A operação inicial do trecho cearense está prevista para ocorrer em fase de comissionamento, com transporte de cargas entre o Terminal Intermodal de Cargas do Piauí e regiões do Ceará e de Pernambuco.
A ferrovia será estratégica para o escoamento de produtos como soja, milho, farelo de soja e calcário, integrando a produção agrícola e mineral do interior nordestino aos portos e centros logísticos. Em Pernambuco, as obras não reiniciaram.